Estamos no olho de um furacão. Somos bombardeados diariamente por um turbilhão de avanços tecnológicos que prometem transformar nossas vidas, tornar o cotidiano mais eficiente e conectado. Redes sociais, onde informações e desinformações correm em altíssima velocidade. Robótica avançada que gradualmente substitui a mão de obra humana, incrementa veículos, drones, armas, uniformes e projeta aqueles futuros tão explanados nas produções cinematográficas. Inteligências artificiais aprimoradas que, a cada iteração, aproximam-se mais da perfeição. Metaversos onde o real e o virtual se fundem em uma zona nebulosa. Streaming com infinitas opções para nos manter entretidos, submersos em conteúdos tão diversos quanto descartáveis. Jogos online que simulam realidades cada vez mais complexas, em universos paralelos que rivalizam com a realidade.
Agora, pare um segundo. Reflita: onde estamos realmente?
A realidade que entendemos, segundo aquela icônica explicação de Morfeu em Matrix, é apenas uma construção de percepções, uma simulação alimentada pelos sentidos. E se o que vemos, ouvimos, tocamos e até mesmo sentimos estiver sendo meticulosamente projetado para mascarar uma verdade mais sombria? A questão não é se estamos presos numa simulação, mas se tudo que vivemos, as distrações incessantes e os fluxos intermináveis de informação são artifícios para impedir que percebamos o que realmente está acontecendo.
Enquanto nos mantemos imersos no fluxo constante de notificações, likes e "upgrades" tecnológicos, o planeta se deteriora. As mudanças climáticas, antes assunto distante, agora revelam seu impacto em catástrofes globais. Furacões, enchentes, secas extremas... todos sinais que ignoramos enquanto continuamos a deslizar pelas telas, distraídos por notícias fabricadas, por realidades paralelas que são mais confortáveis que a crua verdade.
E se for mais do que apenas mudanças climáticas? Imagine, por um instante, que forças externas estão em jogo. Alienígenas? Invasões de outras raças? Parece absurdo, não é? Algo que Hollywood transformou em entretenimento para que, quando o momento real chegasse, ninguém acreditasse. Somos treinados a descartar essas ideias como fantasias de teóricos da conspiração, enquanto seguimos nossos dias como se tudo estivesse sob controle. Mas... será que está?
Por que o ano de 2024 foi o ano escolhido por algumas autoridades mundiais para afirmar que existem mesmo raças extraterrestres? Por que coincidentemente a Aeronáutica brasileira tornou públicos arquivos de avistamento de OVNIs em 2024? As secas extremas? Alagamentos brutais? Papos sobre inversão de polos magnéticos? Plasma em esfinges no Egito? Vegetação crescendo no Ártico e Antártida? Espécies que habitam os oceanos, mas jamais vistas sendo encontradas em praias?
A velocidade com que a tecnologia avança não te parece suspeita? A cada novo lançamento, um novo nível de perfeição é alcançado. As máquinas pensam por nós, preveem nossas ações, sugerem o que devemos consumir. Enquanto isso, o caos do mundo real se intensifica. Talvez seja uma coincidência. Talvez uma cortina de fumaça densa. A cada nova distração que nos é oferecida, o caos se aproxima silenciosamente e, às vezes, gritando, mas sendo normalizado por nossa raça tão ocupada com banalidades.
E se essa cortina fosse criada para nos manter ocupados? Para nos anestesiar? A tecnologia, em toda sua glória, pode ser tanto uma ferramenta de libertação quanto uma jaula dourada com odor de sangue e pólvora, mas imperceptíveis. Estamos tão imersos em nossos próprios vícios digitais, egos motivados, buscas vazias, que não percebemos o que está à nossa volta. E assim seguimos, olhos fixos nas telas de smartphones, relógios inteligentes, ignorando o barulho crescente do colapso que se aproxima, já aparece em guerras reais, com mortes e massacres mais reais ainda. Acreditando, talvez, que foi tudo criado por I.A. ou os argumentos, imagens, vídeos, mortes, gritos, gemidos, devastações, expressões horrorizadas, corpos soterrados são um pacote bem elaborado de fake news para gerar debates, engajamento virtual ou assunto para a mesa do boteco.
As questões são perturbadoras. Se você soubesse que algo grandioso – algo devastador – estava para acontecer ou acontecendo, você acreditaria? Ou estaria tão enredado nas distrações forjadas para você que duvidaria até do que vê com seus próprios olhos e sente com o toque das suas mãos?
Talvez seja tudo uma grande conspiração. Ou, talvez, um plano em pleno andamento. E você, onde escolhe focar sua atenção?
Uns escolhem trabalhar para serem bem-sucedidos, ricos e parecidos com seus influenciadores de estimação ou personagens preferidos do cinema, outros optaram por afirmar que todos os sinais percebidos de forma torta e recheada de desatenção são sinais do fim dos tempos, e toda aquela coisa de anjos tocando trombetas e a volta de um salvador. Vejam que existem mais e mais temas que mantêm as pessoas entretidas, criando verdades absolutas e inclusive acreditando em vida após a morte, paraíso, reino dos céus e outras coisas que justificam bem todo absurdo que está por vir.
Será tudo uma distopia criada pelo efeito de meu antidepressivo, ou eu que estava sem fazer nada e pensei em escrever coisas sem pé e sem cabeça para deixar essa coluna em funcionamento?
Este texto é conteúdo extra, inédito, que não está presente nas 200 páginas do livro Navalha na Carne, lançado em 2024.
Até a próxima, ou não.
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