Lembro como se fosse hoje conhecer a Dead Enemy ao término de um evento pela qual organizei, aliás, antes se chamava Bombestorm, e era um projeto paralelo de vários integrantes de bandas que já eram de casa. Não pude deixar de criar expectativas, pois a capital do lindo Ceará nunca decepcionou.
Apreciam a arte da velha escola do Crossover e Thrash Metal com uma pitada básica dos Hardcore tradicionais? Pois é, é inegável que os pimpolhos simpáticos cearenses do Dead Enemy estão propondo, melhorando de apresentação em apresentação, que por sinal, um salve incrível ao Fernando Gomes, que no decorrer dos eventos percebo um grande avanço nos vocais, e claro, em tal nível que estão, conseguem atrair público dos mais modernos aos mais chatos, uns podem até se retorcer, mas por pouco tempo serão consumidos pela chama que o material possui.
Quando se trata de Municipal Waste, Toxic Holocaust, DRI, Exumer, enfim, em meados de 2017 em algum estúdio da capital e bairros pro rumo de Caucaia (PS. Piada interna), chegaram com dois pés no peito com o primeiro álbum carregado de energia e semeando a natureza do Crossover, escancarando o característico senso antifascista, humano, centralizado e com críticas insanas em relação a sociedade.
Com a situação do país sempre a beira do abismo, causas imaturas e problemas diários, não se deixe enganar, as letras são literalmente vociferadas em meio à velocidade e distorção instrumental (Parabéns meu amigo Junin, sair da zona de conforto nunca é ruim. Quem lhe conhece sabe. Crust ou Grind, Metal ou Crossover, não importa, seu trabalho continua insano sempre) que soa tudo perfeito para que suas apresentações ao vivo sejam encaradas pelo Underground local, nacional e até mundial com grande maestria. As referências ditas aqui ficariam orgulhosas. E nem mesmo as cabeças chatas que alegam que bandas novas não são nada ou que a "geração Nutella entupiu o metal" fazem com que o grupo passe nesse tipo de comentário, "Kmowing The Enemy" é um imenso aglomerado de riffs que consegue a energia necessária, um disco fabuloso sem frescura, sem enrolação, sem jeito de banda mal ensaiada ou que não bate na caixa. E sem chatice, obviamente, devido os refrões grudentos e as letras de fácil entendimento.
São 7 faixas (Com a minha favorita regravada, Blessed Puppets, que literalmente me faz pular de onde estiver e faz um mosh parecer pouco para liberar tamanha empolgação) na medida certa para bangear e dizer que realmente o Rock é feito para loucos, os que possuem o ápice da inteligência, quem ama cerveja ou quem ama uma aglomeração antibolsonarista.
Deixo você ir no YouTube, tirar as próprias conclusões e ir até a distro mais próxima ou mandar uma mensagem ao pessoal para pedir esse cd, que está entre os 10 melhores na minha lista de lançamentos dos últimos anos. Quem discordar, não me importo.
Como já diria o maruim do pão (Mateus Sales) e a que suporta essa quadrilha de amigos, Dejane Grrrl; "Diabéisso mah?" ISSO AQUI É DEAD "FUCKING" ENEMY!
Tracklist:
01. Politicians Are Like Cancer
02. Words of Flying Fellowship
03. Blessed Puppets
04. Take Me Out Of This Application
05. Bombestorm
06. Broken Shape
07. Fight
Line:
Fernando Gomes (Vocal)
Linhares Júnior (Guitarra/Backing)
Dejane Grrrl (Bass/Backing)
Mateus Sales (Bateria)
Para mais informações, shows e merchandise:
Resenha por Pedro Hewitt