A vontade de mijar bateu forte. Avisei aos convivas que ia esvaziar a bexiga para continuar a encher. Fiz o aviso já levantando e observando a mesa em desordem. A caminho do banheiro um cara entrou apressado na minha frente. Cheguei perto da porta e vi que não teve ao menos o cuidado de encostar o aparato que me impediria de ver o ato.
E ele não acabava nunca de mijar.
Minha vontade só se avolumava. Pensei que o sujeito sofria de cistite. Vez por outra olhava e ele ainda em posição, com o barulho do mijo despencando. Quando parecia que já ia me mijar, dei mais uma olhada e ele estava cortando um pedaço de papel. Será que ele estava cagando pelo pau? Nada disso. Era apenas um rapaz educado enxugando a cabeça da caceta depois de cada mijada. Mas, com a maior indelicadeza, pegou o mesmo papel e segurou na cordinha da descarga, passando o resíduo que saiu da racha da pica na encardida cordinha.
Ele finalmente saiu e entrei acelerado. Mijei litros em poucos segundos.
Não lembro se dei a descarga, mas com certeza não enxuguei a cabeça da pica.
Fábio da Silva Barbosa
Porto Alegre - RS
Outubro/2024
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