DIRTY GLORY
“Mind the Gap”
Independente - Nac.
Como podemos classificar
o Dirty Glory? Hard Rock? AOR?
Glam Rock? Hair Metal? Na verdade, podemos pegar o que há de melhor em
cada um dos estilos citados, juntar, e aí chegaremos praticamente no que é
“Mind the Gap”, seu álbum de estreia, lançado - no longínquo - final de 2015. O
álbum sucede o seu primeiro e único EP, “It’s On!” (2011), e conta com 12
músicas, sendo 10 músicas inéditas e duas regravações de sons anteriormente
lançados pela banda. Eu deveria começar falando acerca das músicas, sonoridade,
mas muito me chamou a atenção da arte da capa e o título do disco, que foge dos
estereótipos do estilo praticado pela banda. As letras, mesmo que a maioria
traga o normal para o estilo, algumas abordam temas mais sérios e são bem
construídas, com muito a dizer. A partir disso, a banda já merece total
credibilidade, já que não se prende às fórmulas incansavelmente já postas em
prática. Sonoramente a banda traz influências “do bom e velho Hard Rock, com
influências de Van Halen, Guns N’ Roses, Kiss e Danger Danger”, como explica o
vocalista Jimmi DG, e “Um pouco de Blues e o peso do Metal também são sempre
bem-vindos”, como acrescentou o guitarrista Reichhardt, em release da banda.
Sim, para se ter um norte do que a banda faz musicalmente, essa é uma boa
explicação, mas não que o quinteto responsável pela gravação - na época formado
por Dee Machado e Reichhardt (guitarras), Sas (bateria), Jimmi DG (vocal,
harmônica, piano) e Vikki Sparkz (baixo) - se limite a emular suas influências.
As músicas empolgam, logo a partir da primeira, “Sticks and Stones”, com bons
(e pesados) riffs de guitarras, e nos remetendo, de cara, ao Hard Rock feito
nos anos 80. Boa interpretação vocal (com a ajuda de bem inseridos backing
vocals), levada veloz, mas sem deixar de lado as melodias típicas do estilo.
Isso sem falar nos solos de guitarras, que são despejados em doses generosas. E
olha que isso é apenas o começo de um álbum que mostra coesão em todas as
músicas apresentadas. Já “Failing the Test” poderia estar em alguma trilha
sonora de filmes dos anos 80, em razão de sua construção Hard/AOR. Mas aí vem a
pergunta: tem balada? Um bom álbum de Hard Rock sem baladas não pode ser
considerado bom, né? Elas são apresentadas com “Beyond Time”, numa ‘levada’,
mais AOR, “Every Time I Think About You”, com uma letra bem melosa, como deve
ser, e “The Sentence”, que encerra o álbum de forma belíssima, sendo tocada
praticamente apenas no piano e com uma forte interpretação vocal de Jimmi. A
gravação está soberba, tendo a sua frente Luis Lopes, com edição de Gabriel
Bueno e Chris Miyai, e a masterização sendo feita por Levi Seitz, no BlackBelt
Mastering, em Seattle (EUA). O encarte traz diversas páginas, letras e tudo o
mais que é informação. Vale lembrar que o próximo álbum, “Miss Behave”, será
lançado ainda neste mês de julho/2021.
www.instagram.com/dirtyglory_official
Resenha por Valterlir Mendes
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