PANDEMMY
“Subversive
Need”
Independente
– Nac.
O título é bem sugestivo. Descreve bem o atual momento
político brasileiro. Mas, sobre título e temática lírica desse novo - e
terceiro álbum - da banda pernambucana Pandemmy eu comento mais a frente. Esse
novo álbum dos pernambucanos foi disponibilizado hoje (06/03/2020),
primeiramente de forma digital. As bandas independentes estão cada vez mais
usando desse artifício digital, o que barateia os custos. Mas àqueles que
curtem o material físico, assim como eu, fica na expectativa que ele saia em
CD. Aguardemos. “Subversive Need” é o sucessor do álbum “Rise of a New Strike”
(lançado em 2016) e do Split “Obliteration” (lançado em 2019, também
digitalmente). Os quatro anos que separam os álbuns de estúdio foram bem
intensos para a banda, que mudou formação, fez diversos shows e, nitidamente,
trabalhou bastante sua musicalidade. É uma evolução bem natural, mas que não
foge demasiadamente do que a banda sempre quis fazer: Death/Thrash Metal. O
agora vocalista - além de guitarrista - Guilherme Silva traz vocais que seguem
uma linha mais Death Metal, guturais, mas que dá para entender. Brutos, mas
inteligíveis, além de fazer riffs impressionantes, além de solos muito bem
encaixados (basta ouvir o contido em “Webcaos”), isso ao lado do outro
guitarrista - e único integrante original do Pandemmy - Pedro Valença. O disco
traz uma variação interessante de andamentos, indo de momentos totalmente Death
Metal, músicas em meio-tempo, como é o caso da abertura com “Deforestation”,
além de levadas que pendem pro Thrash Metal/Hardcore (“Terror Paranoia” é uma
cacetada! Música veloz e de andamento urgente! De arrepiar!). Há uso de backing
vocals no melhor estilo Thrash Metal “Old School”, como facilmente se ouve em
“Neohate”. Sim, para quem conhece o Pandemmy desde o seu início, facilmente vai
constatar uma nova faceta musical na banda, mas, como já disse aqui, sem
descaraterizar o seu som. É uma evolução bastante natural. Com relação a parte
lírica, as letras estão bem ácidas, críticas. O guitarrista Pedro diz: “Achamos
que o momento é de se posicionar, ficando registrado no tempo e na história o
nosso lado”. Sim, a banda tem o seu lado, não se esconde. E nesse disco tudo
fica bem nítido, com letras que colocam o “dedo na ferida”. É um álbum
surpreendente, maduro, crítico, com uma gravação acima do nível e que não se
apega a apenas um andamento, mas, mesmo assim, de agradável audição, até mesmo
no momento acústico com “The Illusion of Suffering”, e até mesmo Rock N’Roll,
em algumas passagens de “Charlottsville”. Citando agora, mas não com menos
importância, o trabalho da ‘cozinha’ feito por Marcelo Santa Fé (baixo) e Vitor
Alves (bateria). Sem eles o álbum não soaria tão coeso. Não é um disco
tipicamente Death/Thrash Metal. Tem passagens em meio-tempo, andamentos
beirando o Doom Metal, uso de backing vocals no melhor estilo “Old School”
Thrash Metal, pancadaria desenfreada... Enfim, excelente disco! Deve ser
urgentemente ser lançado fisicamente!
Site: www.facebook.com/pandemmyofficial
Resenha por Valterlir Mendes
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