O ano é 1987, o thrash metal está em seu auge e inspira violência e
brutalidade pelo mundo e o jovem Charles Michael "Chuck" Schuldiner
preparase para mudar o mundo da música extrema. Apontar o primeiro
registro do Death metal é uma tarefa que gera muitas discussões, mas é
fato que com o Mantas e posteriormente com o Death, o mundo musical não
foi mais o mesmo. Chuck começou o envolvimento com a música ainda na
infância, com nove anos de idade, o falecimento do seu irmão, Frank,
marcou bastante o jovem. "Eles eram muitos próximos, e chuck ficou
arrasado... Sobre o nome da banda, sempre achei que foi derivado da
morte do irmão..." Comenta Jane Schuldiner, mãe do guitarrista, em
entrevista a Roadie Crew #156.
Chuck decidiu que o metal deveria ter uma forma mortal, criando um álbum
não apenas musical, mas de valor histórico. Pela primeira vez, o
conceito lírico trata da profanação, matança brutal, muito sangue e
muita morte. Porém tudo ainda é muito recente e no primeiro registro,
"Scream Bloody Gore", ainda é possível identificar muitos elementos de
thrash metal. A principal mudança para thrash, no entanto, são os
vocais, de fato, eles são a característica mais distinta do death metal.
Eu tenho que dizer que a performance vocal de Chuck não é tão típica
dos estilos mais brutais, mas naquele momento foi o som mais brutal e
escuro produzido até então.
Inicialmente não foi um trabalho fácil gravar. A persistência de Chuck
levou a um contrato com a Combat records, mas até então o Death não
tinha uma formação e se resumia a Chuck e seu parceiro Chris Reifert
(bateria), no álbum consta a participação de John Hand, mas todas as
guitarras, vocais e baixo ficou com Chuck e a bateria com Reifert. Fora
os problemas com a formação, a primeira versão gravada por Chuck, foi
totalmente descartada pela gravadora, que exigiu também a mudança do
nome da faixa Sacrificial Cunt, que ficou apenas Sacrificial. O descarte
da gravação inicial foi até bem vinda, pois em Los Angeles, as
gravações foram refeitas com o hoje lendário Randy Burns. Assim, o álbum
saiu em 25 de maio de 1987.
Ao criar Scream Bloody Gore,
Schuldiner introduziu uma nova forma de fazer metal, onde antes havia
violencia e velocidade, passou existir técnica virtuosa, aliada a uma
sombra de maldade e repulsão. Os urros vocais ecoaram pelo mundo,
evoluindo consistentemente. As cenas da Florida, Nova York e
escandinavas que quantificam o death metal tal como o conhecemos hoje,
dificilmente existiriam, não tendo tomado um gole de gore.
Curiosidades:
1- Apesar de John Hand aparecer no encarte do álbum, ele não tocou neste álbum e se juntou ao Death depois que o álbum foi gravado.
2- As versões de vinil e fita de 1987 possuem apenas 10 faixas; O CD e todas as versões posteriores contêm duas faixas extras: 11. Beyond the Unholy Grave (3:08) 12. Land of No Return (3:00)
3- Existem vários relançamentos, alguns possuem bônus, os mais comuns são: Open Casket (live), Choke on It (live) e Denial of Life (live).
4- Apenas uma versão foi lançada em fita cassete
Matéria originalmente publicada em http://www.sepulchralvoicefanzine.com/2017/12/death-30-anos-de-um-dos-maiores.html
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