sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

DEATH: 30 anos de um dos maiores clássicos do Death Metal

O ano é 1987, o thrash metal está em seu auge e inspira violência e brutalidade pelo mundo e o jovem Charles Michael "Chuck" Schuldiner preparase para mudar o mundo da música extrema. Apontar o primeiro registro do Death metal é uma tarefa que gera muitas discussões, mas é fato que com o Mantas e posteriormente com o Death, o mundo musical não foi mais o mesmo. Chuck começou o envolvimento com a música ainda na infância, com nove anos de idade, o falecimento do seu irmão, Frank, marcou bastante o jovem. "Eles eram muitos próximos, e chuck ficou arrasado... Sobre o nome da banda, sempre achei que foi derivado da morte do irmão..." Comenta Jane Schuldiner, mãe do guitarrista, em entrevista a Roadie Crew #156. 

Chuck decidiu que o metal deveria ter uma forma mortal, criando um álbum não apenas musical, mas de valor histórico. Pela primeira vez, o conceito lírico trata da profanação, matança brutal, muito sangue e muita morte. Porém tudo ainda é muito recente e no primeiro registro, "Scream Bloody Gore", ainda é possível identificar muitos elementos de thrash metal. A principal mudança para thrash, no entanto, são os vocais, de fato, eles são a característica mais distinta do death metal. Eu tenho que dizer que a performance vocal de Chuck não é tão típica dos estilos mais brutais, mas naquele momento foi o som mais brutal e escuro produzido até então.
Inicialmente não foi um trabalho fácil gravar. A persistência de Chuck levou a um contrato com a Combat records, mas até então o Death não tinha uma formação e se resumia a Chuck e seu parceiro Chris Reifert (bateria), no álbum consta a participação de John Hand, mas todas as guitarras, vocais e baixo ficou com Chuck e a bateria com Reifert. Fora os problemas com a formação, a primeira versão gravada por Chuck, foi totalmente descartada pela gravadora, que exigiu também a mudança do nome da faixa Sacrificial Cunt, que ficou apenas Sacrificial. O descarte da gravação inicial foi até bem vinda, pois em Los Angeles, as gravações foram refeitas com o hoje lendário Randy Burns. Assim, o álbum saiu em 25 de maio de 1987. 
Ao criar Scream Bloody Gore, Schuldiner introduziu uma nova forma de fazer metal, onde antes havia violencia e velocidade, passou existir técnica virtuosa, aliada a uma sombra de maldade e repulsão. Os urros vocais ecoaram pelo mundo, evoluindo consistentemente. As cenas da Florida, Nova York e escandinavas que quantificam o death metal tal como o conhecemos hoje, dificilmente existiriam, não tendo tomado um gole de gore.

Curiosidades:
1- Apesar de John Hand aparecer no encarte do álbum, ele não tocou neste álbum e se juntou ao Death depois que o álbum foi gravado.

2- As versões de vinil e fita de 1987 possuem apenas 10 faixas; O CD e todas as versões posteriores contêm duas faixas extras: 11. Beyond the Unholy Grave (3:08) 12. Land of No Return (3:00)

3- Existem vários relançamentos, alguns possuem bônus, os mais comuns são: Open Casket (live), Choke on It (live) e Denial of Life (live).

4- Apenas uma versão foi lançada em fita cassete
Matéria originalmente publicada em http://www.sepulchralvoicefanzine.com/2017/12/death-30-anos-de-um-dos-maiores.html

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