Poderia criar uma poesia ácida ou um aforismo contundente para condizer com o título desta coluna, mas optei por expressar um martelo incessante em meus pensamentos diários: reformas, PECs, MPs e artimanhas transformadas em leis por parlamentares brasileiros que, notoriamente, legislam em benefício próprio.
Poderia redigir um texto contundente citando nomes, mas adiantaria? Claro que não.
Entretanto, por que uma reforma política no Brasil é tão crucial e urgente?
A necessidade é clara, especialmente ao observar benefícios concedidos aos parlamentares que impactam significativamente os cofres públicos, como a aposentadoria especial, mais generosa que a média da população. Isso não apenas onera os recursos, mas reflete uma discrepância injustificada.
As verbas de gabinete são frequentemente usadas de forma questionável, com desvios para fins pessoais. Uma revisão rigorosa dessas verbas poderia direcionar recursos para áreas prioritárias, como saúde e educação, beneficiando a população.
Reduzir salários e benefícios extras aliviaria os gastos governamentais, promovendo equidade e sinalizando comprometimento com a austeridade fiscal.
Uma reforma política nesses aspectos é crucial para uma distribuição mais justa dos recursos públicos, fortalecendo a confiança na sociedade.
Considerando as limitações do leitor médio brasileiro, vou resumir em tópicos os benefícios e privilégios dos parlamentares:
- Auxílio-moradia: Concedido indevidamente, mesmo para quem possui residência própria na cidade do mandato, é um erro escandaloso no uso dos recursos públicos.
- Aposentadorias especiais: Regimes contrastam de forma cínica com as regras gerais de previdência, evidenciando uma discrepância injusta.
- Verbas de gabinete: Questões sobre transparência e fiscalização desses recursos levantam preocupações sobre destinos obscuros ou criminosos, com imunidade parlamentar.
- Benefícios vitalícios: Planos de saúde após o mandato refletem a desconexão com a realidade da saúde pública brasileira.
Citei apenas alguns benefícios.
Se o eleitor brasileiro, historicamente despreocupado, procurar mais, vai achar outros que são criados, votados e aprovados para enriquecer e dar conforto para paralamentares de forma licita, republicana e democrática.
Equidade, transparência e responsabilidade no uso dos recursos públicos são palavras vazias no Brasil, proferidas apenas conforme a conveniência dos legisladores, eleitos por uma população presa em manter essa máquina em funcionamento. A reforma é essencial para romper com esse ciclo e de fato isso aqui se tornar o país do futuro.
Mas se você leu até aqui, deixo uma pergunta para ti. Você acredita que os parlamentares brasileiros, sejam eles de esquerda, direita, centro, extrema direita...votariam uma reforma política com esses tópicos citados? Eu não.
Alexandre Chakal é carioca, pai, publicitário, jornalista independente, designer, musicista, escritor, poeta, locutor freelancer, zineiro, editor do blog Metal Reunion Zine à mais de 15 anos. Um eterno inconformado com o cenário social e as péssimas gestões políticas no país mais rico da America Latina.
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