Lacerated and Carbonized
'Narcohell'
2016
Lançar
um trabalho como uma banda underground não é uma simples tarefa do dia
pra noite. No caso desta resenha, é mais que perceptível a luta que
a banda carioca faz desde 2005, onde de lá pra cá lançou um acervo de
materiais, pegando a devida experiência e chegando até aqui, até
NARCOHELL. É Death Metal/Splatter pra ninguém botar defeito.
Foi
intitulado de NARCOHELL na devida clareza do que acontece e do que anda
piorando cada vez não só no Rio de Janeiro, mas também no Brasil todo,
com letras de revolta, caráter
e manifestando todo o ódio vindo das favelas, do submundo, da
sociedade. Em cada trecho o quarteto explica que vieram para mostrar
mais profissionalismo do que haviam sido em The Core of Disruption.
Dentre
essas faixas, boa parte foram compostas de forma mais pesadas e sem
'variações', bem mais diretas e com refrões que grudam iguais a faixas
como 'O Ódio e o Caos' e ' The
Candelária Massacre', tendo assim um pacote insano de primeira
qualidade, recheado do mais puro e agressivo Death Metal nacional.
A sonoridade continua na mesma pegada, mas preenchendo o que estava
faltando nos materiais anteriores, com menos riffs variados, solos
rápidos e fulminantes a todo vapor, lembrando
em algumas partes músicas como Krisiun e Nervochaos. O vocal gutural
100% urrado de Jonathan deixou muito a desejar em Homicidal Rapture, mas
fiquei na espera de que sem dúvidas iria ficar mais que satisfeito em
The Core of Disruption, e acabei ficando, mas
em NARCOHELL superou logo na primeira faixa, onde de nenhuma forma
consegui ver falhas ou exageros (Arriscando até em um Squeal e um vocais
rasgados), tudo na medida do possível e colocado de uma forma como
poucas bandas nacionais botam. A bateria 100% trigada
de Victor Mendonça massacra, maltrata e surge em tudo que é segundo com
técnica, organização e brutalidade, tímpanos que se segurem, as levadas
e pedaladas são arrepiantes, fazendo com que o baixo bem grave e
afinado de Paulo Doc sempre fique em evidência
com seu parceiro de cordas, Caio Mendonça, afinal, todos da bandas se
destacam.
As
4 primeiras faixas liberam uma áurea tão intensa que mudam qualquer
visão ruim que alguém pode ter da banda, falando sobre o terror nas
ruas, o medo de ter uma vida e de viver
entre milhares de seres corruptos, sobre o conhecido e caótico BANGU e
das drogas que rondam nossos amigos, filhos e conhecidos. Prosseguindo
com mais 4 faixas, onde não dá pra ficar parado, nem mesmo com os
cabelos, encarna um espírito revoltado a fim de
destruir tudo que é de ruim nesse país repleto de erro, repleto de
incerteza, mostrando a evolução que a banda deu de 2013 até agora.
O
Death Metal nacional sempre aparece com algumas bandas extremamente
saturadas, cheias de firulas e dezenas de riffs chatos, abusando de
segundo
a segundo, mas LAC capricha no terror musical (No bom sentido) e
capricham nas letras mescladas Inglês/Português ao lado de sua cozinha
madura de instrumentos sicronizados, incorporando como se estivessem
dentro de uma guerra civil.
A
bola cheia que se destacou ao lado das faixas não seriam pra menos,
Andy Classen (Onde já trabalhou com o Krisiun, Destruction...) pela
mixagem e a capa desenvolvida por Caio
Mendonça, onde não saiu do foco e proposta da banda.
O
que posso dizer é que o Lacerated and Carbonized mostra técnica e
agressividade em todas suas músicas, não consegui destacar nenhuma
faixa. Curtam esse CD e fiquem de olho para
uma turnê em breve, sem dúvidas não irão se arrepender!
Tracklist:
1 - Spawned In Rage
2 - NarcoHell
3 - Bangu 3 (Feat. Marcus D'Angelo - Claustrofobia)
4 - Severed Nation
5 - The Urge
6 - Broken (Feat. Mike Hrubovcak - Monstrosity)
7 - Terminal Greed
8 - Condition Red
9 - Ruinous Breed
10 - Decree of Violence
11 - Parallel State
12 - Hell de Janeiro
13 - Mass Social Suicide
Line Up:
Paulo Doc (Baixo)
Caio Mendonça (Guitarras)
Jonathan Cruz (Vocal)
Victor Mendonça (Bateria)
Label:
Vingança Music
Por Pedro Hewitt
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