Livro: Futuro Cemitério
Lançamento: 2019 Editora: Armazém de Quinquilharias e Utopias
"Futuro Cemitério" é a prova de que o escritor e poeta marginal Fábio da Silva Barbosa, não é apenas uma espécie de pessimista profissional, um teórico da conspiração ou um cara com um nível elevado de desesperança na humanidade.
Seu livro de 89 páginas, com capa e sinopse que sugerem um futuro distópico, revela-se uma sucessão de textos visionários.
Relendo a obra em 2024, a sensação é de que Fábio viajou no tempo, assistiu aos noticiários globais de janeiro de 2025 e voltou para escrever o livro. Sua capacidade de observação e análise desenha um futuro dominado pela indústria farmacêutica e tecnológica, em um planeta devastado.
Eu escrevi a resenha pensando exatamente nas similaridades com as referências no conteúdo do livro e as notícias que nos "agridem" diariamente.
Cura do câncer, vacinas para vírus mortais, ameaças de guerras biológicas, conflitos armados e instabilidades sociais, somados aos efeitos das mudanças climáticas... tudo se entrelaça em um esquema onde a única liberdade existente é para produzir e consumir. Um sistema perverso e controlador, onde a competitividade leva à escravidão, a miséria impulsiona a produtividade e os recursos naturais são exauridos sem freios.
Homens criando máquinas que controlam homens. Inteligência artificial avançando em horas que levaríam anos para nos, humanos. Robôs e androides, ja bem reais, atendendo demandas domésticas, comerciais e, certamente, bélicas. Chips cerebrais, hologramas orientando como sentir e pensar. Um Salvador do Bem que alimenta a síndrome do arrebanhamento, suprimindo o medo da morte e do inferno com a cobrança escancarada de dízimos.
Ruas que só existem para o trajeto casa-trabalho e uma rotina escravista, mas desejada. Pessoas trancadas em suas bolhas, cada vez mais online e menos presentes. Parece familiar?
Mas a esperança, segundo Fábio, reside no submundo, nos subterrâneos, onde a resistência tenta sobreviver à opressão. Seria essa a única utópia do livro?
Futuro do presente? Pura viagem alarmista?
Logo iremos descobrir.
Resenha por Alexandre Chakal em Janeiro de 2025
Originalmente publicada na página EM CARNE VIVA E CRUA.
Fonte Metal Reunion Books & Zines
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