Metal Reunion Zine

Blogzine fundado em 2008. Reúne notícias referentes a bandas, artistas, eventos, produções, publicações virtuais e impressas, protestos, filmes/documentários, fotografia, artes plásticas e quadrinhos independentes/underground ligados de alguma forma a vertentes da cultura Rock'n'Roll e Heavy Metal do Brasil e também de alguns países que possuem parceiros de distribuição do selo Music Reunion Prod's and Distro e sua divisão Metal Reunion Records.



sábado, 1 de junho de 2019

No gods! No masters! Não estamos no Spotify.... A luta ainda é por LIBERDADE!

O punk que se espalhou pelo mundo, em meio a década de 70, carregava algumas propostas muito relevantes e entre elas a questão da negação do controle da música que era mantido por multinacionais (além do combate as multinacionais em si).
O capitalismo sempre se apoderou de tudo para gerar lucro e fez isto com a música, transformou, elitizou e a tirou das mãos do povo, da juventude.

As bandas punks notaram isto e gritaram: Nós faremos a nossa própria música, lançaremos nossos discos e ninguém controlará aquilo que produzirmos, além de nós mesmos.
As bandas começaram a criar seus próprios selos para lançar seus discos. Foi assim com a Crass Records (da banda Crass), Alternative Tentacles (Dead Kennedys), SST (Black Flag), Dischord (Minor threat), e maioria das bandas lançavam elas mesmas seus discos sem selo ou com selos de amigxs ou até mesmo em cooperativas, pois isto facilitava a distribuição e na arrecadação do dinheiro para a prensagem.

Assim se seguiu com a música punk por décadas, o controle da sua música feito por seu próprio selo, pela própria banda, pela sua própria comunidade, negando o apoio às grandes gravadoras.
Com o surgimento da internet e as plataformas digitais a música também passou a ser distribuída através de programas gratuitos onde as pessoas compartilham suas músicas com outras (soulseek) ou colocam em plataformas como myspace ou bandcamp.

Temos uma paixão enorme pela rebeldia e pela contestação que o punk carrega em sua proposta e temos também a certeza de que aqueles que controlam a nossa música também controlam nossos desejos, nossos percursos, nossa comida e muitas coisas que nem podemos imaginar.
Quer trepar? Quer comer? Ir para algum lugar? Ouvir música? Temos para você o Tinder, ifood, uber, spotify...

Pagamos por tudo e quem realmente produz fica com quase nada ou muitas vezes, NADA.
A pessoa que pega uma bicicleta e sai correndo até uma lanchonete pega a encomenda, sai correndo novamente pois tem prazo a cumprir correndo risco de vida, ao final do percurso recebe alguns trocados e é assim também com o spotify. Você monta a banda, ensaia, grava, gasta e eles lucram. Ahhh, e ainda fazemos propaganda gratuita para eles.

Estamos no spotify! (isto sem falar do deezer, apple music e este mundo de multinacionais para as quais trabalhamos gratuitamente fornecendo nossas musicas e colocando os logos de nossas bandas ao lados dos logos destas empresas)

Nós negamos a isto, nós negamos a delegar o controle de nossa música à eles. Qualquer um que ponha suas mãos sobre mim para me controlar será declarado meu inimigo.
Continuaremos fazendo nossa música torta, com nossos sonhos e nossos protestos em nossas letras, continuaremos compartilhando isto com quem está do nosso lado e acreditando uns nos outros e com certeza NUNCA será no spotify.
Faça você mesmo sua música. O punk ainda não morreu!
Fonte
fsb1975@yahoo.com.br

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