Esse clipe não é só um vídeo, é um atestado de insanidade filmado com as vísceras ainda quentes.
É a podridão em estado puro, sem estética, sem poesia, só a carne dilacerada exposta como um troféu, como um gozo pútrido que escorre pelo chão imundo.
A primeira cena já é um tapa com prego na cara: o desgraçado leva um chute seco e a orelha dele é retalhada num corte rápido, seco, preciso — como se fosse a coisa mais comum do mundo. O sangue espirra na lente da câmera como se fosse um aviso: daqui pra frente, só degradação.
Os psicopatas aparecem depois, com o olhar de quem já perdeu qualquer traço de humanidade, e o que eles fazem não é tortura, é arte macabra. Cada ato deles é tão meticulosamente grotesco que parece coreografado por um demônio clínico, daqueles que te olha enquanto enfia a lâmina só pra ver o tremor dos teus olhos.
O vocalista se transforma no meio do caos: larga o gutural e rasga um berro que parece saído de alguém que acabou de arrancar a própria língua com os dentes.
E o instrumental? Não tem música ali, tem mutilação. A guitarra soa como facadas na garganta, a bateria como crânio sendo pisado até estourar, o baixo pulsa como se fosse o barulho do sangue jorrando direto da aorta aberta.
O cenário é um culto à decomposição: paredes mofadas, chão encharcado de sangue coagulado, ossos expostos, e o cheiro... o cheiro atravessa a tela. É necrochorume puro, mistura de cadáver fresco com semanas de podridão, é cheiro de gente morta misturada com pânico vivo.
Revi. E revi. E a cada cena eu sentia minha cabeça afundar num lodo que não tem volta. Nada ali parece falso, tudo soa como confissão. Não sei se o que vi foi um registro real, ou se esses caras só estão mostrando o que fizeram e ninguém teve coragem de parar.
Mas uma coisa é certa: aquilo ali não é clipe, é um ritual filmado de prazer homicida. Gente foi cortada, moída, deixada gritando até calar por asfixia de sangue na traqueia. Eles não estão atuando. Estão se lambuzando com a carne alheia.
E o pior de tudo... é que no fundo, no mais sujo da minha mente, no mais escondido da minha podridão interna... eu apreciei..
Confira o clipe abaixo
Resenha por Henrique Cruz
Folha Subterrânea
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