Três Tretas Tristes
Por Fabio da Silva Barbosa
Ia pisando forte no chão
A cada pisada tremia tudo em volta
Os prédios pareciam prestes a cair devido a força do
impacto
Seu próprio corpo parecia ser castigado a cada pancada
entre a sola e o chão
Do canto da boca escorria uma baba espumosa
Continuou a maquinal caminhada até o corpo morrer de
fadiga
O extremo desgaste dilatando as veias das têmporas
Um esforço sobre humano que o fez desmoronar sob o sol
escaldante
Depois de tantos invernos e infernos
O calcanhar rachado finalmente conhecia o descanso
Encolhido em um canto saboreava o fel
A invisibilidade amnésica o mantinha no reino das sombras
e das sobras
Sua expressão apática depressiva o mantinha em uma
espécie de transe
Os olhos estáticos olhavam sem ver
Como a escultura encardida do cão aleijado
se foi sem ninguém perceber.
O velho capitão parado no convés da embarcação a deriva
Olhava o leme a girar desgovernado
As ondas golpeavam o casco do navio pirata
Descobrira então o que sempre estivera exposto
Nunca estivera no controle
Sempre navegou impulsionado pelas grandes tempestades ou
pelas pseudos calmarias
Nunca dependeu dele
NOS ENCONTRAMOS NOVAMENTE EM 11 DE SETEMBRO DE 2022.
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