O Metal Reunion Zine, surgiu com a ideia de divulgar bandas e manifestações artísticas independentes e bem distantes do mainstream, mas quando se fala de uma postagem para dizer que uma das figuras mais icônicas da cultura da música rápida e pesada se foi, não tem como deixar de lembrar o quanto da história desse jovem senhor de apenas 76 anos, que nos deixou hoje é relevante.
Tal como o grande Lemmy, Ozzy era além de um músico talentoso, um personagem que traduzia todos os sentimentos que habitam a cultura do Metal. Essa mesma que nos faz ir a shows, conhecer novas bandas, viajar e viver um estilo de vida específico até os cabelos ficarem brancos ou desaparecerem de nossas cabeças.
Ozzy é um dos principais responsáveis por dar asas a uma cultura que, se dependesse dos religiosos moralistas, políticos cretinos, armamentistas e nacionalistas fascistas, nunca teria existido — muito menos crescido — ao redor do mundo. Talvez o Heavy Metal tivesse se tornado apenas uma subcultura marginal e sem expressividade. Mas não foi. Porque figuras como Ozzy Osbourne o transformaram em movimento. Em vida. Em arte que desafia o padrão.
Vocalista fundador do Black Sabbath, banda considerada por muitos a gênese do Heavy Metal, Ozzy Osbourne elevou o som pesado a outro patamar, rompendo com padrões comerciais, desafiando moralismos hipócritas e tornando-se símbolo de resistência cultural e liberdade artística. Com sua voz inconfundível, seus excessos lendários e sua figura quase mítica — entre o profano e o divino — ele se tornou uma entidade viva do rock, que influenciou tudo: do underground mais sujo ao pop mais mainstream.
Ozzy também foi peça fundamental na construção de pontes entre o rock tradicional e o metal moderno. Referência para bandas de punk, stoner, doom, thrash, black, hardcore, nu metal e até o pop alternativo. Sua presença se fazia sentir tanto nos palcos quanto nas atitudes. O Príncipe das Trevas era uma caricatura do que muitos tentaram domesticar, mas ninguém jamais conseguiu.
Nos anos 80 e 90, ele já era uma lenda viva, mas não parou. Criou o Ozzfest, revelou talentos, incentivou novos nomes e, mais do que isso, ajudou a manter o Heavy Metal vivo quando o mundo parecia ter virado as costas para ele. Nos anos 2000, tornou-se ícone pop sem perder a identidade: seja nos reality shows com a família, seja nos discursos confusos e apaixonados que tanto amávamos. Ozzy era humano e demoníaco, frágil e indestrutível, real e mito.
Hoje, 22 de julho de 2025, o planeta perde mais que um artista. Perde um dos pilares que sustentavam a rebeldia, a arte do grito, a estética do sombrio, o humor ácido, a desobediência como virtude. Ozzy é e sempre será um símbolo do que não pode ser domado.
Fica registrado aqui o nosso sincero agradecimento ao mestre Ozzy Osbourne.
Tanta gente ruim criando raízes no planeta, e figuras como essa nos deixam. Lamentável.
Stay heavy. Rest in power, Ozzy.

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