Uma frágil libelula
enfeitando o fundo
daquele amargo precipício
Pousada na grade enferrujada
sobre a parede
de tapume podre
Bem na passarela da desgraça
Onde o desfile
nunca acaba
e a procissão fantasmagórica passa
arrastando suas correntes
com o tilintar
com o barulinho de asas noturnas
com mais uma ou duas rodadas de alguma coisa
para aquecer as entranhas
enquanto o horror segue
congelando frágeis almas
que acabam por se desintegrar
Por Fabio da Silva Barbosa - Porto Alegre - RS
Março / 2025
Nenhum comentário:
Postar um comentário