Mais um ano se inicia. Já estamos em 2025. O futuro, tão sonhado por muitos, chegou. Certo? Talvez, assim como eu, você veja isso apenas como mais uma mudança de ciclo, uma renovação no curto período de doze meses a que fomos condicionados a nos adaptar.
Poderia me alongar sobre essa positividade que também nos foi ensinada a aceitar – um alento para enfrentarmos as nossas realidades. Porém, é preciso lembrar que, apesar de tudo, ainda temos o poder de transformá-las em algo melhor...blablabla Temos mesmo?
Vivemos sob uma infinidade de regras, textos e comportamentos criados e repetidos por aqueles que o sistema considera importantes para nos manter na linha, seguindo o caminho idealizado para que continuemos a alimentar essa máquina. Uma máquina que mói carne, sonhos e pensamentos livres, tudo para manter sua engrenagem funcionando como deve.
Enfim, este é o primeiro "Navalha" deste ano futurista. Será um de muitos ou o último? Quem sabe? Vamos descobrir!
O mundo moderno, é povoado por uma manada de ovelhas tristes e vazias, que, mesmo em meio a multidões e colecionando milhares de amigos e "likes" nas redes sociais, continuam sem compreender o real sentido da vida. Encontram-se presas a abstrações e ilusões, seguindo cegamente tudo o que escutam de guias espirituais, pastores instantâneos, padres pedófilos, coaches pilantras, influenciadores vulgares e deuses impotentes e implacáveis. Com medo da morte, esquecem-se de viver; com medo do inferno, pagam dízimos às igrejas, muitas vezes com ares de propina. Não sabem amar e, quando odeiam, fingem perdoar para alcançar o suposto paraíso. Forjam a verdade com mentiras vis e imorais; a hipocrisia latente e a socialização forçada são o que os alimenta. Entregam suas vidas nas mãos de patrões, políticos, líderes, dinheiro e seres irreais.
São maus, perversos, desumanos, individualistas e canalhas, mas só conseguem enxergar essas características nos outros. Chamam isso de realidade. Vivem como se o amanhã fosse uma promessa eterna. E chamam isso de fé.
Aqueles que percebem o vazio e a falsidade desse ciclo muitas vezes são silenciados ou marginalizados. A rebeldia diante do conformismo é vista como ameaça, e a busca por autenticidade, como insensatez. Entretanto, é na coragem de questionar o que é imposto e engolido por muitos, e também na recusa de aceitar esse óbvio fabricado para dar lucro a poucos, que reside a possibilidade de uma vida autêntica e leve.
No entanto, romper com essa manada exige não apenas coragem, mas também reflexão profunda e a disposição de caminhar contra o fluxo desse rio de dejetos, cadáveres, sangue e dor. É preciso ousar viver sem se preocupar em agradar a "plateia", amar ou descobrir o que é amor e acreditar em si mais do que nesse monte de personagens e suas narrativas frágeis. Tudo de forma autêntica, deixando para trás as inverdades e assumindo a responsabilidade de construir um sentido genuíno para a própria existência. Assim, talvez, o vazio seja preenchido não por promessas vazias, mas pela plenitude de uma vida vivida com verdade. E mesmo que o vazio não se preencha, haverá outras consequências que serão mais importantes e positivas do que tentar ser aceito pela manada que segue para o abismo, após curtir esse circo misturado com hospício.
Prefira ser o Lobo negro, com olhos vermelhos, abandone até a própria alcatéia se preciso for. Até porque, hoje existem muitas ovelhas tristes posando de lobos audazes.
Por Alexandre Chakal
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