Depois de duas temporadas de Arquivos Explícitos - Contos e crônicas da opera Rock do terror cotidiano, agora a coluna segue um novo caminho e, com isso, também é rebatizada. Nestas Notas Subterrâneas, os arquivos ficarão ainda mais explícitos, densos e intensos, buscando abordagens cada vez mais contundentes e registros tão afiados quanto a faca que perfura o ventre do terror cotidiano. A forma de fazer é o que realmente permanece igual. Jorros mentais catárticos, sem nenhum tipo de preparação, releitura, ajuste ou correção. Apenas a coisa sendo expelida, vomitada. A periodicidade? Não terá. Será algo completamente sem pompas, profissionalismo ou compromisso. O simples ato de escrever estas palavras me causa náuseas. A ideia que elas trazem a tona me causam a mais terrível repugnância. São apenas letras unidas, mas quando se juntam aparecem recheadas de seus significados mais sórdidos. Quer saber ainda mais o quê? Vocês mesmos poderão tirar suas próprias conclusões ao passar os olhos pelas linhas que seguem.
Velhos sofrimentos
A mão tremia, deixando cair da colher todo o caldo grosso e viscoso.
Perde a paciência e dá um tapa na tigela que se espatifa no chão. Começa a puxar os cabelos e os tufos saem, como se estivessem colados com velcro.
- UU... UU... UU... - Gritava angustiado.
Tenta se levantar, mas não consegue. O maldito pedaço de pano o amarrava pela cintura à cadeira. Dá duas fortes cabeçadas na mesa. Mais duas. E se juntam outras três. O sangue já não tingia apenas a rala cabeleira grisalha. A própria barba já estava rubra, gotejando o produto profano.
Foi aí que ele entrou no recinto. Completamente nu. Não se identificava o órgão sexual.
- Velho nojento! Sempre criando problemas!
O corpo já jazia tranqüilo. Não sentia as dores de sempre.
Por Fabio da Silva Barbosa - Maio / 2024.
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