“Monolith of Time”
Tales From The Pit/Vários - Nac.
O surgimento do Orthostat se deu em
2015 e, no ano seguinte, lançou uma Demo. Mas seu álbum de estreia, o aqui
comentado “Monolith of Time”, apenas “deu as caras” em 2019, ou seja, quatro
anos após a formação da banda. E, pelo visto, esse período até o lançamento do
‘debut’ fez muito bem, afinal, ouvimos um Orthostat (nome bem difícil e
incomum, né?) destilando um Death Metal bem influenciado pela década de 1990,
naquela linha mais primitiva, o que não significa que a música é rudimentar.
Pelo contrário, o que ouvimos nesse álbum são músicas bem feitas, bem
construídas, por vezes complexas, e músicos mostrando que entendem do traçado.
A começar por “Ambaxtoi”, que impressiona pela musicalidade, que começa com
murmúrios, gritos, como uma espécie de introdução, depois descamba para uma
parte instrumental mais veloz, depois para momentos mais marcados e outros
densos, em meio tempo no final, e isso é só a primeira música. Antes de
continuar a analisar a musicalidade como um todo, devo mencionar a gravação,
que está excelente. E, para o que a banda faz, sonoramente falando, não é algo
comum de se ouvir. Está muito bem feita, bem nítida, deixando tudo bem
equalizado e audível. Voltando a parte musical, “Qetesh”, segunda música, já
vem “chutando tudo”, de início, mas alterna tais momentos ríspidos com
andamentos em meio tempo. Isso é uma tônica no álbum. Os vocais de David Lago
(também responsável por uma das guitarras) são totalmente guturais, cavernosos
mesmo, o que deixa o Death Metal do Orthostat ideal para ouvidos mais
ortodoxos. Outra coisa que não é comum no estilo feito pela banda é o tamanho
das músicas. O disco, ao total, tem 10 músicas e 60 minutos de duração (são
oito músicas de estúdio e duas ao vivo). Porém, devido aos vários andamentos
contidos em cada música, elas não se tornam maçantes. A banda soube dosar peso,
velocidade, rispidez e brutalidade, fazendo com que cada música tenha seu
destaque, independentemente de sua duração. A temática lírica, como dá para ver
em títulos como “Eridu”, “The Will of Ningirsu”, entre outros, abordar as
civilizações antigas. A arte gráfica é bem caprichada, com um encarte contendo
diversas páginas e, claro, trazendo tudo que é informação. E a banda mostrou
coragem, já que logo no álbum de estreia trouxe uma capa que sequer menciona
título do disco e nome da banda. Essa versão que recebi foi a lançada pelo selo
Tales From The Pit e vários outros, numa versão limitada, mas o disco ganhou
diversos lançamentos, por outros selos, inclusive no formato fita K-7.
Orthostat, nesse disco de estreia, contou na sua formação, além do
vocalista/guitarrista David Lago, com Eduardo Rochinski (baixo), Rudolph Hille
(guitarra), tendo o apoio do baterista de estúdio Thiago Nogueira.
Contatos: www.facebook.com/OrthostatDM
Resenha por Valterlir Mendes
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