METAL REUNION ZINE: O Blind Pigs acabou, mas deixou um último testamento.

sábado, 6 de março de 2021

O Blind Pigs acabou, mas deixou um último testamento.

“O último testamento dos Porcos Cegos”, diz a contra capa do álbum “Lights Out” da banda punk rock Blind Pigs, lançado em CD, vinil 10” e nas principais plataformas digitais. O disco produzido por Átila Ardanuy foi gravado entre 2013 e 2015, antes da banda anunciar o seu fim em 2016, e compila o espólio de uma das referências do punk nacional.

“Emocionante e gratificante, ver essas músicas saindo em vinil e CD depois de mais de cinco anos prontas, traz de volta à memória toda a energia que a banda estava na época”, diz o guitarrista Gordo.

O Blind Pigs, que desde 2008 só compunha em português, revive os velhos tempos e apresenta um disco totalmente cantado em inglês. “Eu gosto mesmo é de escrever em português, me expresso melhor na minha língua nativa, mas os discos do Blind Pigs estavam saindo no exterior, então a banda achou que seria válido escrever algumas em inglês”, conta o vocalista Henrike Baliú.

Entre as oito faixas que compõem “Lights Out”, estão “Restless Resistance”, “Steel Toe Judges” e “Not Dead Yet”, single lançado no mês passado. O álbum conta ainda com cinco covers: “Real Enemy” (The Business), “Misguided Memories” (The Freeze), “New Generation” (Zero Boys), “God Damn Job” (The Replacements) e a faixa título “Lights Out” (Angry Samoans).

Fora as três composições próprias, todas as versões que estão em “Lights Out”, a princípio, tinham destinos diferentes. “As músicas do lado B foram gravadas para serem um EP tributo ao hardcore americano anos 80. Todas as bandas que gravamos (The Replacements, Zero Boys, The Freeze e Angry Samoans) foram bandas cruciais para nossa formação musical. Era o que a gente escutava quando montamos o Blind Pigs. ‘Real Enemy’ da banda Oi! inglesa The Business foi gravada para um tributo que um selo europeu iria lançar, mas que nunca saiu do papel”, revela Henrike.

O lançamento “póstumo” causou furor entre os fãs que questionam se a banda voltará ou não à ativa. Henrike responde: “Hoje eu digo que não. Eu, o Mauro, o Galindo e o Arnaldo estamos felizes com a Armada. Sei que o Gordo está feliz também com O Preço, mas é aquela coisa, ‘nunca diga nunca’”.