BONDED BY
THRASH
“A Tribute
to Paul Baloff”
Kill Again – Nac.
A capa, o título do tributo e a ordem das músicas, para quem
conhece, já dá a dica de que é uma (grande) homenagem ao lendário primeiro
álbum do Exodus e ao seu não menos lendário ex-vocalista Paul Baloff (falecido
em 2002, aos 41 anos de idade). O interessante desse tributo é que mesmo todas
as bandas sendo praticantes do Thrash Metal, cada uma delas tem suas
particularidades, como pode ser ouvido em cada versão apresentada. Claro, nada
de fugir do que fora feito na obra prima original, mas também nada de apenas
copiar as músicas presentes no “Bonded by Blood”. Para cada uma das nove
músicas apresentadas, uma banda. E foi isso que me deixou mais curioso, pois
conheço o trabalho de todas, sendo que apenas o Heritage, que ficou responsável
por executar “And Then There Were None”, ainda não tenho seu disco. Assim,
minha curiosidade era justamente para conferir como cada banda faria a sua
versão. E o mais interessante e que cada banda acrescentou sua personalidade às
músicas sem as descaracterizar. Começando pelo Suffocation of Soul, com suas
nuances do Heavy Metal tradicional mescladas ao seu veloz Thrash Metal, em
“Bonded by Blood”. A sequência vem com velocidade descomunal: Devil on Earth
executa “Exodus”, e a música é apresentada com a velocidade que a banda impõe
às suas músicas próprias. Heritage, que é a banda que menos conheço, nos
apresenta a versão de “And Then There Were None”. Como era de se esperar, e
pelo estilo que a banda pratica, calcado na “velha escola”, a música ficou com
uma pegada muito boa, ainda mais que essa música, digamos, é a que mais contém
melodias. O Beyond the Grave é outra banda que prima pela velocidade em suas
músicas próprias, porém notei que a sua versão de “A Lesson in Violence” ficou
bem próxima da original, ainda mais com o tipo de gravação, bem na veia “old
school”. Falando em “old school”, o Farscape mostrou sua marca em “Metal
Command”. É aquele som sujo, marginal, com uma veia mais Punk/Speed Metal.
Talvez umas das versões que teve mais a cara da banda que a executa. A veterana
Executer, surgida na segunda metade dos anos 80, executa “Piranha” numa levada
avassaladora! Não é para menos, afinal, a banda nasceu ali, nos anos 80, e
certamente teve bastante influência de bandas como Exodus. Mas, digo, a banda
fez uma versão com sua marca, principalmente na parte vocal. A próxima banda do
tributo é a “usina de riffs” The Force, banda que também tem muita influência
do Heavy Metal tradicional em seu som. Em “No Love” a banda impôs seu estilo.
Claro, a música escolhida é repleta de riffs e solos e é bem a cara dos
paraguaios. O Decimator é uma banda que geralmente apresenta um som mais
agressivo e de levada veloz, mas em “Deliver Us to Evil” a banda ‘marcou’ o
tempo e manteve a pegada original da música, sem muitas mudanças, mas trazendo
a agressividade característica dos seus vocais. O fim vem com “Strike of the
Beast”, na versão do Violator, banda que dispensa qualquer tipo de
apresentação. E a banda impôs seu ritmo, numa levada bem veloz, mostrando que o
Exodus chega a ser uma de suas influências. A arte da capa ficou demais! Uma
belezura só! Inclusive, saiu camisetas com a insana imagem da capa. O nível de
gravação entre as bandas estão praticamente no mesmo patamar, exceto a do
Violator, que ficou mais baixa e abafada (até agora me pergunto se foi
intencional). O encarte é bem informativo, trazendo fotos das bandas, formação,
local da gravação e contatos. Enfim, como mencionado lá no começo, uma grande
homenagem a um álbum que serviu para moldar o Thrash Metal, da forma que o
conhecemos, feita pela Kill Again Records e o incansável Antônio Rolldão.
Site: www.killagainrec.com
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