Metal Reunion Zine

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domingo, 29 de março de 2020

PANDEMMY - “Subversive Need” - Resenha CD


PANDEMMY
“Subversive Need”
Independente – Nac.

O título é bem sugestivo. Descreve bem o atual momento político brasileiro. Mas, sobre título e temática lírica desse novo - e terceiro álbum - da banda pernambucana Pandemmy eu comento mais a frente. Esse novo álbum dos pernambucanos foi disponibilizado hoje (06/03/2020), primeiramente de forma digital. As bandas independentes estão cada vez mais usando desse artifício digital, o que barateia os custos. Mas àqueles que curtem o material físico, assim como eu, fica na expectativa que ele saia em CD. Aguardemos. “Subversive Need” é o sucessor do álbum “Rise of a New Strike” (lançado em 2016) e do Split “Obliteration” (lançado em 2019, também digitalmente). Os quatro anos que separam os álbuns de estúdio foram bem intensos para a banda, que mudou formação, fez diversos shows e, nitidamente, trabalhou bastante sua musicalidade. É uma evolução bem natural, mas que não foge demasiadamente do que a banda sempre quis fazer: Death/Thrash Metal. O agora vocalista - além de guitarrista - Guilherme Silva traz vocais que seguem uma linha mais Death Metal, guturais, mas que dá para entender. Brutos, mas inteligíveis, além de fazer riffs impressionantes, além de solos muito bem encaixados (basta ouvir o contido em “Webcaos”), isso ao lado do outro guitarrista - e único integrante original do Pandemmy - Pedro Valença. O disco traz uma variação interessante de andamentos, indo de momentos totalmente Death Metal, músicas em meio-tempo, como é o caso da abertura com “Deforestation”, além de levadas que pendem pro Thrash Metal/Hardcore (“Terror Paranoia” é uma cacetada! Música veloz e de andamento urgente! De arrepiar!). Há uso de backing vocals no melhor estilo Thrash Metal “Old School”, como facilmente se ouve em “Neohate”. Sim, para quem conhece o Pandemmy desde o seu início, facilmente vai constatar uma nova faceta musical na banda, mas, como já disse aqui, sem descaraterizar o seu som. É uma evolução bastante natural. Com relação a parte lírica, as letras estão bem ácidas, críticas. O guitarrista Pedro diz: “Achamos que o momento é de se posicionar, ficando registrado no tempo e na história o nosso lado”. Sim, a banda tem o seu lado, não se esconde. E nesse disco tudo fica bem nítido, com letras que colocam o “dedo na ferida”. É um álbum surpreendente, maduro, crítico, com uma gravação acima do nível e que não se apega a apenas um andamento, mas, mesmo assim, de agradável audição, até mesmo no momento acústico com “The Illusion of Suffering”, e até mesmo Rock N’Roll, em algumas passagens de “Charlottsville”. Citando agora, mas não com menos importância, o trabalho da ‘cozinha’ feito por Marcelo Santa Fé (baixo) e Vitor Alves (bateria). Sem eles o álbum não soaria tão coeso. Não é um disco tipicamente Death/Thrash Metal. Tem passagens em meio-tempo, andamentos beirando o Doom Metal, uso de backing vocals no melhor estilo “Old School” Thrash Metal, pancadaria desenfreada... Enfim, excelente disco! Deve ser urgentemente ser lançado fisicamente!

Site: www.facebook.com/pandemmyofficial

Resenha por Valterlir Mendes

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