Metal Reunion Zine

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quinta-feira, 27 de junho de 2013

As Dawn Breaks: Pesado, energético e surpreendente.

As Dawn Breaks iniciou suas atividades em meados de Abril de 2011, como resultado de incontáveis tentativas nos anos anteriores por parte dos integrantes Alexandre e Mauro, cansados da mesmice que tomava conta da cena do metal na cidade, de formar uma banda com uma proposta nova, focada em músicas, e performances, mais energéticas e espontâneas. As músicas refletem as influencias musicais em comum, e a energia proposta, dos integrantes, com guitarras que fluem do agressivo ao melodico sem perder a firmeza, todo o peso do baixo, acompanhados pela bateria impiedosa, e vocais dinamicos e ferozes, tudo isso junto colidindo em refrões marcantes e breakdowns explosivos.
ADB é composta por: Matheus Gregório (vocais); Mauro Roberto (guitarra); Raynéri (guitarra); Alexandre Magno (baixo) e Delson Gomes (bateria).

Metal Reunion Zine: Agradeço muito mesmo em nome do blog ao tempo concedido, a essa entrevista. Valeu galera.
Mauro: Nós é que agradecemos pela oportunidade!
Metal Reunion Zine: Joey, como se deu a entrada recentemente à banda? Como está repercutindo?
Mauro:  Bom, tudo começou quando vi o show da ADB no Rock Cordel 2012 e falei para mim mesmo que iria tocar com eles um dia. A principio eu não tinha idéia de que fosse uma banda teresinense. Depois de ver fotos em redes sociais, comecei uma amizade com o atual vocalista (Matheus) que me demonstrou ser um cara extremamente humilde.Depois de um bom tempo, ele me chamou para fazer um teste, pois o outro guitarrista havia deixado a banda.
Metal Reunion Zine: Como é a experiência de ser um guitarrista de metalcore? Quais são as dificuldades enfrentadas?
Mauro: Minha experiência anterior mais significativa havia sido com uma banda cover de Trivium, chamada Ascendancy, que eu tinha com um primo, e o baixista da ADB, Alexandre. Antes disso, eu e o Alexandre havíamos tentado um projeto de new metal, uma vertente que apreciamos muito. Mas voltando ao cover, como o Trivium é uma banda que puxa um pouco pro lado do thrash metal em muitas das suas músicas, isso me ajudou bastante a desenvolver a postura com a guitarra que eu precisaria para 3 anos depois com a ADB. Nós chegamos a fazer uma pequena apresentação com a Ascendancy no Bueiro do Rock, em Dezembro de 2008. Porém esse projeto não durou mais do que 1 ano. Foi nessa época que eu comecei a pensar em investir mais no meu próprio equipamento também, e, inclusive, essa é uma dificuldade que eu vejo, que é a de adquirir equipamentos bons para manter a qualidade do som. Para quem vive em Teresina, isso sempre sai bem mais caro, e, claro, com uma burocracia sem tamanho.
Joey: Para mim foi um pouco dificil, minhas influencias sempre foram o Power, Thrash... e de uma hora para outra tive que mudar drasticamente a afinação da guitarra para uma afinação dropada, no começo foi um pouco dificil, mas já estou adaptado.
Metal Reunion Zine: A banda a cada dia recebe apoio, não só do Piauí, mas também de outros estados. Muitos esperam o próximo material. Já tem uma data prevista ou um teaser para começar a divulgar?
Mauro: Não temos ainda uma data prevista para o lançamento do novo material, mas ele está sendo preparado, com calma. Temos muitas músicas novas já há um bom tempo, mas precisávamos divulgar mais o EP “This Ship’s Not Sinking” primeiro. Logo teremos novas músicas no set, que já estão sendo ensaiadas.
 Metal Reunion Zine: Como muitos sabem, cada integrante é o ``manager ou roadie`` (por assim dizer) e cada um sabe como trabalhar com videos, promos, etc... o mais interessante, é que o mesmo, é 100% independente, diminuindo os gastos e os altos custos. Mesmo com isso tudo, pretendem assinar com alguma acessoria de imprenssa ou algum selo para lancar o proximo material?
Mauro: Sim, nós temos intenção de conseguir um contrato com algum selo, mas não é algo fácil, como todos sabem, e nós temos tentado primeiro conquistar uma boa base aqui mesmo na nossa cidade, antes de focar todos os nossos esforços em conseguir assinar com algum bom selo para obter uma melhor divulgação a nível nacional. É preciso trabalhar com calma, sem “foba” demais.
Metal Reunion Zine: Matheus, pelo que eu e algumas pessoas chegamos a uma conclusão, seu vocal foi o que realmente ''deu um complemento'' a banda e que foi o encaixe perfeito. Qual é a técnica necessária para fazer um bom guttural e um drive?
Matheus: Eu simplesmente imito um cachorro rosnando e um leitão.
Metal Reunion Zine: Mauro, qual a influência para você produzir os riffs necessários nas músicas?
Mauro: Minhas influências são muito variadas. Na verdade, eu posso afirmar
que todos nós na banda temos influências bem diversificadas. Eu posso listar algumas bandas do gênero que me influenciaram muito quando eu estava compondo algumas músicas do EP, lá por volta do segundo semestre de 2011, como August Burns Red, With Life In Mind, Texas In July, Emmure, Motionless In White, For Today, Hatebreed, Killswitch Engage e Parkway Drive. Eu estou sempre buscando influências novas para as minhas composições, pra manter nossas músicas o mais ricas possível, nem que seja em um mínimo detalhe que possa passar despercebido a princípio. Gosto de não estar preso somente a um gênero musical, sabe? A minha playlist, em casa, vai desde coisas nacionais (como Marisa Monte, Maria Rita), passando por rock alternativo (Placebo, Bush), música experimental (The Knife, Björk), hardcore/punk (The Misfits, Comeback Kid, Millencolin), black metal (Rotting Christ), heavy melódico (Rhapsody Of Fire), new metal/rapcore (Finch, Adema, Limp Bizkit, (HED) P.E.), eletronica (Noisia, Big Chocolate, Nobody Beats The Drum), industrial (Rammstein, Agonoize, Zeromancer), até sons extremamente agressivos (como Thy Art Is Murder, Job For A Cowboy e Despised Icon), e isso é só pra citar alguns exemplos.
Metal Reunion Zine: Alexandre, pelo que sei voce está na banda desde o início, certo? Quando o projeto começou, ocorreu muitos contra-tempos, tomando de conta na fase, resultando na saída de dois integrantes. O que você nos diria como se dedicar e permanecer na banda de forma saudável? Como você e os outros fazem para evitar e não repetir os problemas do princípio? Inclusive para uma banda de metalcore, que é complicado.
Alexandre: Eu e Mauro tocamos juntos acho que desde 2007 ou 2008, iniciamos tocando New Metal, então as ideias foram se modificando e acabou que achamos uma galera massa que curtia coisas do tipo como Metal/Hardcore originando assim a As Dawn Breaks. Tocar em banda é muito complicado, são várias cabeças e sempre acaba rolando confusão, tivemos sorte de ter uma forte amizade entre a banda, rolou algumas confusões que fizeram dois integrantes sair da banda por vontade própria, mas conseguimos retomar a banda e vamos continuar fazendo o que gostamos. O importante é manter a amizade e a cabeça no lugar, não querer ser melhor que ninguém, saber lidar com os problemas de forma humorada, uma coisa que a ADB prioriza muito é a amizade e quem conhece a banda sabe disso.
Metal Reunion Zine: Delson, qual sua rotina de estudo na bateria? O que
pretende colocar mais em prática ?
Delson: Minha rotina de treina é bem básica, três vezes na semana com no máximo 30 minutos por treino. Tenho tentando colocar mais em prática técnicas de grandes "mestres" como Adam Gray (Texas in July) e Matt Greiner (August Burns Red).
Metal Reunion Zine: A futura novidade ''#FreeMegazord''. Falem mais sobre essa música. Afinal, o grande Will (Megazord), merece.
Mauro: A #FreeMegazord foi uma idéia que veio do nada, logo no dia em que surgiu a notícia de que o Willame havia supostamente sido preso. Decidimos então fazer uma nova música. No dia seguinte a essa decisão, eu (mauro) sentei com a guitarra e criei todo o instrumental da música em apenas uma tarde, usando algumas idéias que eu já havia pensado anteriormente. O resultado agradou a todos da banda, e logo começamos a ensaiar ela. É uma música até relativamente mais simples, em termos de instrumental, comparada com algumas do EP, mas que pra nossa surpresa ficou com uma pegada bem pesada ao vivo. É muito divertido tocar ela e, pelo que pudemos ver nos shows, o público também aprovou!
Metal Reunion Zine: Vocês pretendem lançar nos próximos materiais, músicas com influências do Heavy Metal, Thrash Metal ou são fiéis ao próprio gênero?
As Dawn Breaks: Nós não temos um pensamento do tipo “Ah, nós devemos fazer somente isso ou aquilo.” Desde a concepção da banda, nossa prioridade sempre foi fazer simplesmente um som que nos agradasse e que tivesse potencial pra agradar a outros também, sem planejar demais. As influências de cada um vem naturalmente em suas respectivas partes. Em mais de 10 anos de convivência com todo tipo de metal/rock, não dá pra gente se prender a uma coisa só. Por isso preferimos dizer que nosso som é apenas metal/hardcore. O que é bem mais prático!
Metal Reunion Zine: A cena do metal teresinense é muito ''queimada'', por várias coisas que aconteceram no passado e hoje também. O quê vocês fariam para amenizar tal fato com as músicas futuras?
Mauro: Bom, tentando responder a pergunta, achamos que deve haver apenas mais respeito. O metal é tido universalmente como um estilo que une seus fãs independente de raça, credo ou gênero, então por que isso não deveria valer por aqui também? Quem não gosta de alguma banda ou estilo, tem todo o direito disso. O que não vale é tentar prejudicar o trabalho alheio por conta de gostos pessoais. O respeito e apoio tem que começar de dentro, pro pessoal de fora poder enxergar, e enxergar com bons olhos. As bandas, em si, tem que mostrar serviço e levar a sério. Em poucas palavras, não são as letras ou o estilo de música que vão amenizar uma cena, são as atitudes maduras de cada um.
Metal Reunion Zine: O metalcore é geralmente lembrado por outras bandas com uma sonoridade (sexualmente falando) duvidosas e pelo público poser. Vocês pretendem mudar essa visão ou querer ser apenas mais uma banda de metalcore (Não levem a mal)?
Mauro: E é visto assim? Caramba, não sabia... acho que depende do que é “metalcore” e “poser” na visão de algumas pessoas. Geralmente o pessoal fã de coisas mais tradicionais é que gostam de falar dessa forma. Esses termos são muito mal interpretados, e até um pouco antiquados já. Esse estilo (metalcore) tem uma base de fãs muito fiel e grande ao redor do mundo todo. Nós da As Dawn Breks não estamos realmente preocupados com estereótipos e dogmas do metal. Sem essa de ter que provar alguma coisa pra alguém. Queremos apenas fazer a nossa música e nos divertir com isso, e como consequência, proporcionar um momento bacana pra todos que vão nos assistir. Acho que isso é o que importa no final das contas pra qualquer banda: a satisfação do publico.
 Metal Reunion Zine: O que vocês estão achando da cena atual? O que deve ser melhorado?
Mauro: É fato que a cena do metal/rock em Teresina anda bem mais parada, em comparação com alguns anos atrás. E também com uma variedade bem pequena de estilos. Não há mais tantos festivais com bandas autorais regionais, até porque uma maioria encerrou suas atividades, algumas outras tocam apenas por conveniência, quando surge alguma oportunidade interessante (como o festival Rock Cordel, por exemplo). E algumas poucas ainda não jogaram a toalha, e continuam tocando em toda oportunidade, como por exemplo os nossos parceiros do Obtus. Ultimamente é visível o surgimento de algumas bandas de hardcore/punk, trazendo uma galera nova e empolgada pros shows. Isso é bem interessante e bom de se ver.
Metal Reunion Zine: Bem, sinceramente não tenho palavras pra distinguir o quanto fico honrado em entrevista-los. Espero ve-los cada vez mais detonando tudo e sempre com esse carisma que todos tem. Underground é união! Obrigado.

As Dawn Breaks: Obrigado, e nos vemos nos próximos shows!

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