“Os animais são protegidos, a mata é o seu refúgio. Quem não preserva a floresta, não verá o seu futuro”. Com esse verso a banda Amazônica termina a música de trabalho, que leva o nome do Estado (Amazonas),resultado de uma parceria com o compositor Adriano Medeiros. Afastada dos palcos desde 2008, a banda agora trabalha na gravação de um álbum, composto de oito faixas autorais, que marcará seu retorno aos palcos. Diferente da maioria das composições que cantam o regionalismo, a Amazônica utiliza os acordes agudos da guitarra, característicos do heavy metal, para embalar os versos compostos em português.
Segundo o baterista e idealizador da banda, Rafael Medeiros, o nome reflete a identidade amazônica, mas também é uma homenagem. “Quando procurava um nome para o que seria a imagem de uma banda de heavy metal, que usa os elementos locais, eu queria algo que por si só mostrasse tudo. Então, me lembrei de uma pessoa que amo muito e que me criou com rédeas curtas e influências indígenas, minha avó Amazonina Medeiros, foi daí que tive a ideia do nome”, revela.
Além de Rafael, fazem parte da nova formação: Diego Zhackarys, no vocal; Aldenor Honorato, na guitarra; Paulo Camilo, nos teclados e Elson Hevert, no baixo. Os integrantes pretendem concluir o álbum até o final do ano para começar as apresentações em 2011. Eles dizem está focados em apresentar um trabalho de qualidade, que vai inovar o segmento do heavy metal produzido em Manaus.
Ideologia
A mitologia amazônica e o ambientalismo sempre estiveram presentes nas discussões do grupo musical. “Nós acreditamos que nossa história precisa ser contada, além do mais, cedo ou tarde, o Estado seria destaque. Vivemos em um planeta que clama por socorro e a nossa região vem atraindo o olhar de todas as partes do mundo”, comenta Rafael. Os músicos também levam essa ideologia para fora dos palcos sendo voluntários em projetos ambientais e planejam abrir uma Organização Não Governamental (ONG).
Para o novo CD “Amazônia Burning” (traduzindo: Amazônia em Chamas), uma homenagem ao filme de Chico Mendes que leva o mesmo nome, serão apresentadas as faixas: “Demônio”, “Dabucurí”, “Tukanos”, “Xapurí-Ac”, “Sonho Distante”, “Manaós” e outras. Todas inéditas e de autoria da banda, que também deve tocar nos shows composições antigas como “Sagrada Terra”, “Samsara” e “Avulsa”. Covers de sucessos do ‘metal’ e da MPA como Angra, Shaman, Judas Priest, Raízes Caboclas & Imbaúba, entre outros, também estarão no repertório que está sendo preparado.
Banda surgiu no Festival fronteira Norte...
A primeira formação da Amazônica foi composta em 1995, realizando apresentações de corves de bandas internacionais. Só em 1997, influenciado pela experiência em retiros e acampamentos Rafael Medeiros começou a direcionar as atividades da banda. No mesmo ano, durante a realização do primeiro Fronteira Norte, a banda oficializa seu surgimento. Em 2008, a banda se desfaz por motivos de carreira profissional, mas a consciência ambiental e a vontade de elevar a Amazônia por meio da música continuam.
Da primeira formação ainda continuam o baterista Rafael Medeiros e o tecladista Paulo Camilo. “Ainda temos contatos com pessoas de outros Estados que conhecem nossas músicas como, por exemplo, Pará, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. São esses fãs, que ainda perguntam pelo nosso trabalho, que nos fazem acreditar na volta da Amazônica”, conclui Rafael Medeiros.
A banda regional Amazônica ensaia o retorno aos palcos com novas músicas e nova formação. Com o som pesado do heavy metal os integrantes clamam pela preservação ambiental...
“Nós acreditamos que nossa história precisa ser contada, além do mais, cedo ou tarde, o Estado seria destaque. Vivemos em um planeta que clama por socorro e a nossa região vem atraindo o olhar de todas as partes do mundo”... Rafael Medeiros, baterista e idealizador da banda.
Novos e antigos membros da Amazônica no ensaio para concluir o álbum “Amazônia Burning”, que deve ser lançado até o final do ano. Eles pretendem começar as apresentações em palco só em 2011.
Esta entrevista foi cedida à jornalista ALITA MENEZES para
o caderno PLATÉIA do Jornal EM TEMPO do
último domingo dia; 05/09/2010.
Fonte
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