A proposta da coluna era justamente essa: fazer analogias, escrever aforismos livres sobre temas bizarros e vergonhosos que nossos políticos insistem em pautar, talvez achando que a grande maioria dos brasileiros seja composta por imbecis com limitações cognitivas severas, analfabetos funcionais ou simplesmente pessoas que não se importam, porque precisam focar em trabalhar de forma exaustiva para sobreviver.
Vamos lá.
A vergonha brasielira, que antecede a primavera de 2025, tem nome e sobrenome: PEC da Blindagem, apelidada com razão de PEC da Impunidade. Uma aberração votada pelo Congresso Nacional, que escancara não só o medo da Justiça, mas também a verdadeira face de quem deveria nos representar.
Essa PEC ridícula, é uma afronta ao povo brasileiro, uma gargalhada debochada na cara de quem trabalha, paga impostos e sustenta essa máquina apodrecida. Uma escarrada na cara, daquele tipo de eleitor que vota para salvar o Brasil da corrupção, mas elege corruptos declarados. Uma proposta costurada para blindar juridicamente políticos de qualquer crime, como se ocupar um cargo eletivo fosse passaporte para a impunidade eterna.
Sim, estamos falando de liberar geral! Dinheiro na cueca, nas meias, em caixas de sapato, dentro do proprio cu...rachadinhas oficializadas em gabinetes, de tornar dignas emendas secretas que desviam recursos públicos para bancar luxos de parlamentares e alimentar suas bases eleitorais. Estamos falando de tráfico de drogas, armas, assassinato, estupro, racismo, pedofilia — crimes inafiançáveis que já mancharam a biografia de muitos que hoje posam de “excelências” e que, com essa PEC imunda, poderiam desfrutar de um salvo-conduto institucional.
E mais: essa PEC abre a porteira para o crime organizado. Traficantes de drogas e armas, milicianos de fuzil em punho e chefes de quadrilha poderão se eleger em 2026 e, com imunidade parlamentar, rir na nossa cara, protegidos contra julgamentos e condenações. Será a festa dos vagabundos paga com o nosso dinheiro, transformando o Congresso em bunker de criminosos engravatados.
É nítido que não conseguiram implantar uma ditadura explícita no Brasil, como sonhavam os fascistas da quadrilha do ex-presidente condenado. Mas agora tentam pelos atalhos legislativos: táticas que lembram os anos sombrios da Segunda Guerra Mundial, quando fascistas e nazistas manipulavam leis, criavam absurdos e a massa, esmagada, tinha que engolir.
Paralelo a isso, os mesmos parlamentares que votam para blindar seus crimes ocupam redes sociais para pregar o ódio: defendem genocídios de crianças e mulheres na Faixa de Gaza, declaram solidariedade a supremacistas brancos americanos, atacam indígenas, quilombolas, negros, a comunidade LGBTQIA+ e qualquer religião que não seja a dos seus templos neopentecostais, que por sinal contam com bancadas inteiras no Congresso e no Senado. Bancadas que aplaudem essa PEC criminosa, elitista, imunda — e que não escondem seu desejo de oprimir, varrer da existência e calar minorias. São, declaradamente, inimigos da classe trabalhadora.
E o mais irônico: esses parasitas eleitos democraticamente consideram quem trabalha — quem os elege e banca seus salários e regalias — como “vagabundos” e “comunistas de merda” que merecem ralar em escala 7x0, enquanto eles se dão ao luxo de uma escala 3x4. É uma piada? Não. É um escárnio.
A PEC da Blindagem não é defesa, é medo. Medo da Justiça. Medo de condenação. Medo de perder mandato, mamata e privilégio. É uma pauta defendida por quem tem culpa no cartório, por quem já deveria estar preso, por quem sabe que sem blindagem cairá — e cairá feio.
Cabe citar para ajudar a ilustrar o que a própria mídia tem noticiado nos últimos meses: parlamentares presos por pedofilia, alguns que mantinham meninas como escravas sexuais; pastores evangélicos que também são parlamentares, acusados de estupro e pedofilia, alguns inclusive renunciando aos cargos para tentar escapar da Justiça; deputados investigados por lavagem de dinheiro ligada a traficantes e organizações criminosas; casos em câmaras municipais de vereadores que chegaram a espancar uma criança até a morte. Isso não é invenção. Está nos jornais, nos portais, nos noticiários. É fato. É escândalo público. Mas eles querem levar para dentro das casas parlamentares e apagar institucionalmente qualqur culpa usando essa PEC. Ela iria substituir o silêncio forçado que eles usam de forma cínica sempre que não tem argumentos que não sejam inverdades.
Impossível acreditar que os mais de 350 deputados que votaram a favor dessa PEC não saibam disso. Eles sabem. Sabem muito bem. E ainda assim querem decidir, entre eles mesmos, se um parlamentar criminoso deve ou não responder pelo crime. E, para completar a farsa, tudo em votação secreta. Ou seja: a blindagem total, o conflito frontal com qualquer ideia mínima de transparência. Mas também, sejamos francos: pedir transparência e honestidade a bandido é pedir demais, não é?
O roteiro é óbvio: aquele parlamentar que pertence a uma bancada menor, sem expressão, e que não representa ameaça política, será condenado. Já aquele que integra uma bancada poderosa, que lá fora responde por integrar facções criminosas implacáveis, será protegido, blindado, intocável. Bingo.
Ou você, caro(a) leitor(a), realmente acha que haverá ética, caráter e responsabilidade na mão desses que votaram um absurdo desses? Os mesmos que, literalmente ontem, estavam tentando votar uma anistia ampla e irrestrita para acusados de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito?
São esses mesmos deputados que, em vez de trabalhar, estão nas redes sociais fazendo lobby para empresários demitirem funcionários que expressem opiniões críticas à morte de um fascista supremacista que eles amam. São os mesmos que vivem flertando com o fantasma do comunismo, usando esse espantalho da mesma forma que pastores evangélicos usam o diabo: para assustar o povo e aumentar arrecadação de dízimos, poder e enriquecimento.
Não se enganem: eles não querem imunidade parlamentar. Eles querem imunidade judicial. Querem ser intocáveis, acima da lei, fora do alcance da Justiça e das consequências. Querem um Brasil refém de seus crimes, seus negócios escusos e suas negociatas de sangue.
A PEC da Blindagem é mais que uma vergonha legislativa. É o atestado de que o Congresso Nacional, com raras exceções, decidiu se transformar em uma fortaleza de canalhas, parasitas e criminosos engravatados. Um parlamento de cúmplices, pagos com o suor do povo, para servir ao crime organizado e à elite corrupta.
Isso não é apenas um retrocesso. É a oficialização da impunidade total. O país inteiro à mercê de um poder que, ao invés de legislar e pautar debates de interesse do povo, como: O fim da escala 6x1, a taxação de supre ricos, a isenção de imposto de renda para quem recebe até R$ 5.000 e outras tantas pautas que melhirariam a vida de seus eleitores, legislam em causa própria, se blindam de não responder por crimes e canalhices. Ou seja, trabalham para se esconder da verdade, da lei e principalmente daqueles que os elegeram.
Uma vergonha. Todos deveriam ser cassados, apenas por colocarem em pauta um ataque tão vergonhoso contra nosso país.
Mas eu estava lembrando aqui de episódios internacionais: será que esses mais de 350 cretinos, que votaram essa piada, fariam isso tranquilamente como fizeram, e sairiam ilesos das suas casas parlamentares se estivessem em países como França, Espanha e até na própria Argentina de tempos atrás? Eu acho que não. Haveria quebra pau. Povo nas ruas. Conflito com forças de segurança e manifestações públicas que chegariam aos olhos do mundo inteiro. Eu citei a Argentina, para lembrar que os nossos hermanos, ja tiveram 'sangue nos olhos" , mas hoje, a Argentina é outra terra de frouxos, sendo comandada por um personagem que provavelmente deve aplaudir iniciativas canalhas como essa aprovada por nossos parlamentares.
Ah, e antes que algum pau no cu venha aqui declarar que sou lulista, comunista ou esquerdista, já digo que até o governo atual teve culpa nisso. Dezoito parlamentares do PT votaram a favor dessa imundície. Devem estar devendo para se alinharem a coisa tão vil.
Para finalizar, deixo aqui, para o nosso Congresso Nacional, uma proposta de PEC que acredito ser necessária para toda a população brasileira: a PEC do Toxicológico. Eu aposto que parlamentares e todos os políticos deveriam ser obrigados por lei a fazer exames toxicológicos de 6 em 6 meses, da mesma forma que motoristas, atletas e tantos outros trabalhadores que, de fato, trabalham pela nossa nação.
Enfim, é indignação, sim. Tudo que escrevo e escrevi nesta coluna é indignação. E se você não gostou, você é canalha igual a eles.
#naoàpecdablindagem
#naoapecdaimpunidade
#congressoinimigodopovo
Por Alexandre Chakal
17 de Setembro de 2025

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