Metal Reunion Zine

Blogzine fundado em 2008. Reúne notícias referentes a bandas, artistas, eventos, produções, publicações virtuais e impressas, protestos, filmes/documentários, fotografia, artes plásticas e quadrinhos independentes/underground ligados de alguma forma a vertentes da cultura Rock'n'Roll e Heavy Metal do Brasil e também de alguns países que possuem parceiros de distribuição do selo Music Reunion Prod's and Distro e sua divisão Metal Reunion Records.



sábado, 27 de setembro de 2025

Navalha na Carne Extra - As Horas da Recusa - O voto que iluminou a utopia da anistia dos fascistas e seus fantoches.

 

Outro Navalha na Carne Extra, que escrevi, engavetei e quase não posto aqui. Mas...

Após lançarmos o livro Navalha na Carne - Escritos Desagradáveis & desinteressantes, em julho de 2024 e encerrarmos esta coluna, ficou a dúvida se muitos dos textos publicados aqui e que deram origem a um livro de 200 páginas, teriam sido em vão.

Afinal, 2025 nos mostrou que a extrema direita brasileira e fascista, continua atuando nas casas parlamentares de forma muitas vezes até brutal. A impressão que tenho, como eleitor e cidadão, é que parlamentares do Congresso e do Senado alinhados ao bolsonarismo, deixaram claro em suas condutas este ano, que são péssimos perdedores e inimigos do Estado democrático de direito.

 Tentativas de pautar anistia ampla e irrestrita para seu garoto-propaganda, Jair Bolsonaro, e seus cúmplices na tentativa de golpe de Estado, ainda durante o julgamento, paralisação do Congresso e atraso de pautas realmente importantes para a população brasileira; chiliques na mídia em rede nacional, sem nenhum argumento jurídico ou político plausível, apenas o “eu quero e ponto”.

Temos também parlamentares brasileiros conseguindo visibilidade internacional e causando constrangimento para o Brasil, escancarando que políticos brasileiros são pessoas perigosas. Sabemos que não são todos que são babacas assim, pois mesmo eu tendo reticências pesadas por nossos políticos, sei que tem muita gente que pelo menos tenta trabalhar para seus eleitores de forma justa e republicana, sim. Mas não sou partidário. Só vejo quem recebe verbas públicas para trabalhar para o povo, mas trabalha apenas para seus interesses particulares.

Ah! Temos uma deputada federal presa em presídio de segurança máxima na Itália, figura da extrema direita, que fugiu do Brasil usando a mesma rota que narcotraficantes utilizam para escapar da justiça brasileira. Ela foi condenada por usar um hacker para invadir o sistema CCJ e inclusive ter emitido um mandato de prisão contra um ministro da Suprema Corte brasileira — e, pasme, um documento emitido por ele mesmo para prendê-lo (risos). Criativa e debochada, e tenho plena certeza, que esse episódio vai dar trabalho para os professores de história do tal Brasil do futuro. Uma postura tão ridícula quanto um meme besta de redes sociais. Ou melhor, um meme pronto, que escancara: a direita brasileira é a cara de seus eleitores, burros, corruptos, preconceituosos e inaptos.

Além disso, temos um deputado federal licenciado, que, em setembro, já faltou ao trabalho mais do que o permitido pelo regimento interno da Câmara, mas ainda assim recebe vencimentos pagos com dinheiro público. E sabe o que esse sujeito faz na América? Articula sanções econômicas contra o Brasil, colocando em risco milhares de empregos de trabalhadores brasileiros, muitos deles provavelmente eleitores que votaram nele — e, curiosamente, ele não foi cassado pelo Congresso. E em outubro, o conselho de ética da Câmara dos Deputados, arquivou o processo de cassação desse sujeito, deixando claro novamente, que a vontade deles é a que vale. Foda-se o povo! Fodam-se os eleitores! Né!?

Caminhamos até aqui, setembro de 2025, e vimos Bolsonaro ser julgado e condenado por alguns crimes cometidos este ano — digo alguns, porque a mesma extrema direita que brada slogans fascistas como “Deus, Pátria e Família” conseguiu enterrar o relatório da CPMI da Covid, que listava outros tantos crimes do ex-presidente e listava outros tantos cúmplices que estão soltos, seja em púlpitos de igrejas neopentecostais ou legislando em casas parlamentares. Uma CPMI como tantas CPIs e CPMIs brasileiras, que foi parar nas gavetas do esquecimento, passando pano político parcial que serve para blindar criminosos e corruptos, e já faz parte do cotidiano politico da terra da banana.

 Mas durante o julgamento que condenou o ex-mandatário a 27 anos e 3 meses, houve um micro evento relevante, produzido por um dos ministros da primeira turma do STF que julgava o golpista e seus poderosos cúmplices.

Por isso, resolvi não retomar a coluna, mas fazer apenas esta postagem para registrar minhas impressões assistindo ao julgamento e destacar estes pontos que mostram, sem rodeios, como a extrema direita brasileira está cada vez mais alinhada com o totalitarismo que cresce pelo mundo, principalmente em países como os Estados Unidos — com Trump novamente presidente, mais furioso do que nunca — e em outros cantos da Europa, onde partidos fascistas e movimentos neonazistas se fortalecem e se tornam visíveis para todo o globo.

Mas sem delongas, vamos ao assunto do título.

Desde que assisti, durante longas horas, ao voto do ministro Luiz Fux — totalmente dedicado à absolvição de Bolsonaro e de seus cúmplices no julgamento da trama golpista que pretendia rasgar a Constituição, manter o ex-presidente no poder e invalidar as eleições de 2018 — comecei a refletir sobre a democracia. Claro, nela, opiniões divergentes fazem parte do “cardápio democrático”, mas também pensei em outras questões, algumas bem atuais, outras antigas, mas que se encaixam perfeitamente na lógica torta de nossa realidade política e institucional.

O que me chamou atenção não foi apenas o conteúdo do voto, mas a encenação: quase treze horas para dizer o que poderia ter sido resumido em poucos minutos. Afinal, o óbvio não exige maratonas oratórias. A extensão excessiva do discurso só denunciava o esforço do próprio ministro em construir uma muralha de justificativas, uma retórica rebuscada para dar verniz jurídico a uma decisão que, no fundo, soava como um recado político.

É impossível ignorar o contexto. As relações diplomáticas entre Brasil e Israel estão deterioradas, sobretudo após o presidente Lula, com razão, chamar de genocídio a ofensiva israelense que massacra mulheres e crianças palestinas em Gaza, além de ter apoiado ações internacionais contra Tel Aviv. Isso trouxe a inevitável reação: retirada de embaixadores, tensões diplomáticas, notas de repúdio e, principalmente, a fúria da comunidade judaica brasileira — rica, influente, declaradamente bolsonarista desde 2018 e até hoje alinhada ao ex-presidente.

Em meio a essa discussão sobre parcialidade e privilégios, vale lembrar um episódio revelado em 2018 pelo Congresso em Foco: a filha do ministro, mesmo possuindo dois apartamentos no Leblon, bairro nobre do Rio de Janeiro, recebia auxílio-moradia mensal no valor de R$ 4,3 mil. O caso, que à época gerou forte indignação pública, ilustra bem a lógica de benefícios acumulados mesmo quando não há real necessidade, reforçando a percepção de que a toga se protege em círculos de conveniência.

Ora, Bolsonaro sempre foi o candidato preferido desses setores que misturam fé política com devoção ao Estado de Israel. Não por acaso, o bolsonarismo evangélico também se ajoelha diante dessa bandeira, ainda que Israel não seja uma nação cristã. E se Bolsonaro tivesse sido bem-sucedido em seu projeto golpista, não restam dúvidas: ele se alinharia irrestritamente ao governo israelense, independentemente de quantas mulheres e crianças desarmadas estivessem sendo exterminadas em Gaza.

Nesse tabuleiro, entra a figura de Luiz Fux. O único ministro descendente de judeus da Suprema Corte. Um magistrado que, além de exposto às pressões diplomáticas internacionais — como as ameaças de sanções pessoais vindas dos EUA, perda de visto ou até a famigerada Lei Magnitsky, que Trump prometeu usar contra ministros brasileiros — também carrega a sombra do julgamento interno de sua própria comunidade. Votar pela condenação de Bolsonaro e seus cúmplices significaria contrariar a ala mais ruidosa e influente da comunidade judaica brasileira, já ressentida com Lula e cada vez mais abraçada ao que resta do bolsonarismo.

Não se trata de simplificar sua decisão à religião que professa, mas de reconhecer que, somadas às suas ligações patrimoniais e interesses internacionais — investimentos, viagens frequentes, dependências que ainda precisam ser esclarecidas — havia muito a perder em um voto condenatório. O peso de sanções externas, a ameaça de retaliações simbólicas ou econômicas e a pressão comunitária criaram um ambiente em que sua imparcialidade, no mínimo, fica sob suspeita.

O resultado foi um voto de treze horas: não uma demonstração de erudição jurídica, mas a confissão involuntária de que era preciso justificar o injustificável. Filosofia, citações e hermetismos serviram de cortina de fumaça para encobrir a realidade cristalina: o ministro não julgava apenas Bolsonaro; julgava também o destino de suas relações, seus interesses e sua própria posição dentro de um cenário explosivo que unia diplomacia, religião, poder econômico e sobrevivência pessoal.

Assim, a democracia brasileira não foi salva por esse voto, mas manchada. Porque quando a balança da Justiça se curva às conveniências externas e internas, quando um magistrado transforma o tribunal em palco de autopreservação, a mensagem transmitida é inequívoca: a lei é maleável, a toga é negociável e a imparcialidade não passa de uma ficção útil para discursos intermináveis.

No fim, Fux pode até acreditar que defendeu a ordem jurídica. Mas o que muitos enxergaram, e com razão, foi outra coisa: um ministro preocupado mais em blindar-se de sanções e pressões do que em cumprir o papel de guardião da Constituição. E quando a toga treme diante de pressões políticas, diplomáticas e comunitárias, quem realmente sofre é a democracia — essa mesma que Bolsonaro tentou assassinar.

Por Alexandre Chakal

Em Setembro de 2025.



sexta-feira, 26 de setembro de 2025

MURDEROUS, BESTA FERA, TERRIBLE FORCE (PB) e TORMENT THE SKIES no Backstage Bar. Data: 26/09/2025 - Natal/RN

Abaixo mensagem divulgada pela produção do evento.

*SHOW DE LANÇAMENTO DO EP

EMPTY IDOLATRY*

DIA: 26 DE SETEMBRO

25$ ANTECIPADO

19H NO @backstagebar84

COM AS BANDAS:

* MURDEROUS

* BESTA FERA

* TERRIBLE FORCE (PB)

* TORMENT THE SKIES

Flyer by: @brunoarted

Fonte
Backstage Bar 

 

quarta-feira, 24 de setembro de 2025

ULCERATE faz única apresentação no Brasil em novembro de 2025

Abaixo mensagem divulgada pela produção do evento.

O ULCERATE faz apresentação única no Brasil, em novembro no @laiglesia.sp. 
Formado na Nova Zelândia, o trio é conhecido por seu death metal técnico e dissonante, construindo atmosferas densas que se tornaram marca registrada da banda.

Com uma discografia consistente que já conta com 7 álbuns, o grupo se apresenta como um dos principais nomes do technical death metal contemporâneo.

🗓️ DATA: 23 de Novembro de 2025
🕐 HORÁRIO: 19h
📍 LOCAL: @laiglesia.sp
Rua João Moura, 515 - Galpão 06, Pinheiros.

Fonte 
Caveira Velha Produções 

terça-feira, 23 de setembro de 2025

Fanzine Juvenatrix #275 disponível

Está disponível a edição virtual e gratuita do fanzine “Juvenatrix” número 275

 

Conteúdo:

“Juvenatrix” número 275 (Outubro de 2025), 15 páginas.

Capa e Contra Capa: ilustrações de Angelo Junior

Conto de Caio Alexandre Bezarias

Cinema: resenhas de “O Monstro de Pedras Brancas” (1959), “Na Solidão da Noite” (1945), “O Mundo Em Perigo” (1954), “O Passo do Monstro” (1932), “Trama Diabólica” (1971), “O Monstro Cósmico” (1958), por RR

Contatos: renatorosatti@yahoo.com.br

Fonte

Renato Rosatti


 

quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Worm Attack #5 - Data: 12/10/2025 - Formosa/GO

Abaixo mensagem divulgada pela produção do evento.
Dia 12 de Outubro vai rolar o quinto Worm Attack, uma série de pequenos shows e ensaios abertos organizados pela banda Worm Tomb e a BlackHeart Magazine.

As bandas que irão tocar serão o Worm Tomb banda que faz um Death Metal na linha dos anos 90, o Execrado banda de Black Death e a banda Satan Sigh , banda de Black Death do Rio de Janeiro.
O show está marcado para as 17 horas na Quadra Coberta do Jardim Califórnia em Formosa–GO e a entrada é franca! Não percam.

Fonte
BlackHeart Magazine

MUNDO BZZARRO EXTREME SESSIONS #2 - DATA: 27/09/2025 - VILA VELHA/ES

Fonte
Mundo Bzzarro Distro

Na Lâmina da Foice: Fest Online 2025 acontece em Novembro. Confira como participar.

 

Abaixo mensagem divulgada pela produção do programa.

🎸🔥 SAUDAÇÕES, HEADBANGERS! 🔥🎸
📅 NOVEMBRO/2025
O canal NA LÂMINA DA FOICE completa 2 ANOS e, para celebrar, vem aí nosso TRADICIONAL FEST ONLINE!

🚨 CHAMANDO TODAS AS BANDAS UNDERGROUND! 🚨
Se você tem uma banda ou projeto autoral dos gêneros:
⚔️ Heavy | ⚔️ Thrash | ⚔️ Death | ⚔️ Black | ⚔️ Doom | ⚔️ Grind

Essa é a hora de mostrar sua força no metal!

📥 COMO PARTICIPAR?

1️⃣ Envie 1 LINK de uma música de estúdio para:
📧 steelundergroundlive@gmail.com

🔎 Após curadoria e aprovação:

2️⃣ Envie via Google Drive:
🎥 1 VÍDEO (formato MP4 – performance ao vivo em estúdio ou show com BOA QUALIDADE)
📛 Logo da banda
🎵 Título da música
📝 Release breve da banda

⚠️ IMPORTANTE:
❌ Apenas 1 música por banda
❌ Não aceitamos lyric videos
✅ Somente material AUTORAL

📅 PRAZO FINAL: 31/10/2025

⚔️ Mostre sua fúria sonora no nosso palco virtual!
🌑 NA LÂMINA DA FOICE – O METAL VIVE AQUI! 🌑
Siga-nos e fique ligado nas novidades! \m/

#MetalUnderground #NaLâminaDaFoice #FestOnline #MetalNacional #HeavyMetal #DeathMetal #ThrashMetal #BlackMetal #DoomMetal #Grindcore #MetalBR

Fonte
Na Lâmina da Foice 

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Navalha na Carne Extra - PEC da Blindagem: a consagração da impunidade parlamentar.

A coluna Navalha na Carne encerrou suas atividades em 2024, quando lançamos o livro trazendo uma compilação de tudo que postamos por aqui. Mas 2025 está sendo um ano bem difícil para ficar sem escrever sobre o cenário político vergonhoso do Brasil.

A proposta da coluna era justamente essa: fazer analogias, escrever aforismos livres sobre temas bizarros e vergonhosos que nossos políticos insistem em pautar, talvez achando que a grande maioria dos brasileiros seja composta por imbecis com limitações cognitivas severas, analfabetos funcionais ou simplesmente pessoas que não se importam, porque precisam focar em trabalhar de forma exaustiva para sobreviver.

Vamos lá.

A vergonha brasielira, que antecede a primavera de 2025,  tem nome e sobrenome: PEC da Blindagem, apelidada com razão de PEC da Impunidade. Uma aberração votada pelo Congresso Nacional, que escancara não só o medo da Justiça, mas também a verdadeira face de quem deveria nos representar.

Essa PEC ridícula, é uma afronta ao povo brasileiro, uma gargalhada debochada na cara de quem trabalha, paga impostos e sustenta essa máquina apodrecida. Uma escarrada na cara, daquele tipo de eleitor que vota para salvar o Brasil da corrupção, mas elege corruptos declarados. Uma proposta costurada para blindar juridicamente políticos de qualquer crime, como se ocupar um cargo eletivo fosse passaporte para a impunidade eterna.

Sim, estamos falando de liberar geral! Dinheiro na cueca, nas meias, em caixas de sapato, dentro do proprio cu...rachadinhas oficializadas em gabinetes, de tornar dignas emendas secretas que desviam recursos públicos para bancar luxos de parlamentares e alimentar suas bases eleitorais. Estamos falando de tráfico de drogas, armas, assassinato, estupro, racismo, pedofilia — crimes inafiançáveis que já mancharam a biografia de muitos que hoje posam de “excelências” e que, com essa PEC imunda, poderiam desfrutar de um salvo-conduto institucional.

E mais: essa PEC abre a porteira para o crime organizado. Traficantes de drogas e armas, milicianos de fuzil em punho e chefes de quadrilha poderão se eleger em 2026 e, com imunidade parlamentar, rir na nossa cara, protegidos contra julgamentos e condenações. Será a festa dos vagabundos paga com o nosso dinheiro, transformando o Congresso em bunker de criminosos engravatados.

É nítido que não conseguiram implantar uma ditadura explícita no Brasil, como sonhavam os fascistas da quadrilha do ex-presidente condenado. Mas agora tentam pelos atalhos legislativos: táticas que lembram os anos sombrios da Segunda Guerra Mundial, quando fascistas e nazistas manipulavam leis, criavam absurdos e a massa, esmagada, tinha que engolir.

Paralelo a isso, os mesmos parlamentares que votam para blindar seus crimes ocupam redes sociais para pregar o ódio: defendem genocídios de crianças e mulheres na Faixa de Gaza, declaram solidariedade a supremacistas brancos americanos, atacam indígenas, quilombolas, negros, a comunidade LGBTQIA+ e qualquer religião que não seja a dos seus templos neopentecostais, que por sinal contam com bancadas inteiras no Congresso e no Senado. Bancadas que aplaudem essa PEC criminosa, elitista, imunda — e que não escondem seu desejo de oprimir, varrer da existência e calar minorias. São, declaradamente, inimigos da classe trabalhadora.

E o mais irônico: esses parasitas eleitos democraticamente consideram quem trabalha — quem os elege e banca seus salários e regalias — como “vagabundos” e “comunistas de merda” que merecem ralar em escala 7x0, enquanto eles se dão ao luxo de uma escala 3x4. É uma piada? Não. É um escárnio.

A PEC da Blindagem não é defesa, é medo. Medo da Justiça. Medo de condenação. Medo de perder mandato, mamata e privilégio. É uma pauta defendida por quem tem culpa no cartório, por quem já deveria estar preso, por quem sabe que sem blindagem cairá — e cairá feio.

Cabe citar para ajudar a ilustrar o que a própria mídia tem noticiado nos últimos meses: parlamentares presos por pedofilia, alguns que mantinham meninas como escravas sexuais; pastores evangélicos que também são parlamentares, acusados de estupro e pedofilia, alguns inclusive renunciando aos cargos para tentar escapar da Justiça; deputados investigados por lavagem de dinheiro ligada a traficantes e organizações criminosas; casos em câmaras municipais de vereadores que chegaram a espancar uma criança até a morte. Isso não é invenção. Está nos jornais, nos portais, nos noticiários. É fato. É escândalo público. Mas eles querem levar para dentro das casas parlamentares e apagar institucionalmente qualqur culpa usando essa PEC. Ela iria substituir o silêncio forçado que eles usam de forma cínica sempre que não tem argumentos que não sejam inverdades.

Impossível acreditar que os mais de 350 deputados que votaram a favor dessa PEC não saibam disso. Eles sabem. Sabem muito bem. E ainda assim querem decidir, entre eles mesmos, se um parlamentar criminoso deve ou não responder pelo crime. E, para completar a farsa, tudo em votação secreta. Ou seja: a blindagem total, o conflito frontal com qualquer ideia mínima de transparência. Mas também, sejamos francos: pedir transparência e honestidade a bandido é pedir demais, não é?

O roteiro é óbvio: aquele parlamentar que pertence a uma bancada menor, sem expressão, e que não representa ameaça política, será condenado. Já aquele que integra uma bancada poderosa, que lá fora responde por integrar facções criminosas implacáveis, será protegido, blindado, intocável. Bingo.

Ou você, caro(a) leitor(a), realmente acha que haverá ética, caráter e responsabilidade na mão desses que votaram um absurdo desses? Os mesmos que, literalmente ontem, estavam tentando votar uma anistia ampla e irrestrita para acusados de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito?

São esses mesmos deputados que, em vez de trabalhar, estão nas redes sociais fazendo lobby para empresários demitirem funcionários que expressem opiniões críticas à morte de um fascista supremacista que eles amam. São os mesmos que vivem flertando com o fantasma do comunismo, usando esse espantalho da mesma forma que pastores evangélicos usam o diabo: para assustar o povo e aumentar arrecadação de dízimos, poder e enriquecimento.

Não se enganem: eles não querem imunidade parlamentar. Eles querem imunidade judicial. Querem ser intocáveis, acima da lei, fora do alcance da Justiça e das consequências. Querem um Brasil refém de seus crimes, seus negócios escusos e suas negociatas de sangue.

A PEC da Blindagem é mais que uma vergonha legislativa. É o atestado de que o Congresso Nacional, com raras exceções, decidiu se transformar em uma fortaleza de canalhas, parasitas e criminosos engravatados. Um parlamento de cúmplices, pagos com o suor do povo, para servir ao crime organizado e à elite corrupta.

Isso não é apenas um retrocesso. É a oficialização da impunidade total. O país inteiro à mercê de um poder que, ao invés de legislar e pautar debates de interesse do povo, como: O fim da escala 6x1, a taxação de supre ricos, a isenção de imposto de renda para quem recebe até R$ 5.000 e outras tantas pautas que melhirariam a vida de seus eleitores,  legislam em causa própria, se blindam de não responder por crimes e canalhices. Ou seja, trabalham para se esconder da verdade, da lei e principalmente daqueles que os elegeram.

Uma vergonha. Todos deveriam ser cassados, apenas por colocarem em pauta um ataque tão vergonhoso contra nosso país.

E digo mais, o povo brasileiro é frouxo e acomodado. Hoje, os protestos contra absurdos como esse se resumem a hastags nas redes sociais. Inclusive, eu mesmo coloquei várias em comentários de postagens referentes a isso, e, na base deste texto, vou colocar mais algumas.

Mas eu estava lembrando aqui de episódios internacionais: será que esses mais de 350 cretinos, que votaram essa piada, fariam isso tranquilamente como fizeram, e sairiam ilesos das suas casas parlamentares se estivessem em países como França, Espanha e até na própria Argentina de tempos atrás? Eu acho que não. Haveria quebra pau. Povo nas ruas. Conflito com forças de segurança e manifestações públicas que chegariam aos olhos do mundo inteiro. Eu citei a Argentina, para lembrar que os nossos hermanos, ja tiveram 'sangue nos olhos" , mas hoje, a Argentina é outra terra de frouxos, sendo comandada por um personagem que provavelmente deve aplaudir iniciativas canalhas como essa aprovada por nossos parlamentares.

Ah, e antes que algum pau no cu venha aqui declarar que sou lulista, comunista ou esquerdista, já digo que até o governo atual teve culpa nisso. Dezoito parlamentares do PT votaram a favor dessa imundície. Devem estar devendo para se alinharem a coisa tão vil.

Para finalizar, deixo aqui, para o nosso Congresso Nacional, uma proposta de PEC que acredito ser necessária para toda a população brasileira: a PEC do Toxicológico. Eu aposto que parlamentares e todos os políticos deveriam ser obrigados por lei a fazer exames toxicológicos de 6 em 6 meses, da mesma forma que motoristas, atletas e tantos outros trabalhadores que, de fato, trabalham pela nossa nação.

Enfim, é indignação, sim. Tudo que escrevo e escrevi nesta coluna é indignação. E se você não gostou, você é canalha igual a eles.

#naoàpecdablindagem

#naoapecdaimpunidade

#congressoinimigodopovo

Por Alexandre Chakal 

17 de Setembro de 2025

sábado, 6 de setembro de 2025

Azaghal Brasil Tour 2026.

Formado em 1998 na Finlândia, o Azaghal consolidou-se como um dos nomes mais consistentes do Black Metal europeu, com uma discografia extensa marcada por intensidade e continuidade ao longo das décadas. A banda retorna em 2026 com sua primeira turnê brasileira:

12/02 – Curitiba, Belvedere

13/02 – São Paulo, La Iglesia

14/02 – Belo Horizonte, Caverna Rock Pub

 Ingressos já à venda na @101ticketsbr


Fonte

Caveira Velha Produções 

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Arquivos Explícitos - Contos do Precipício #20 - FIM



Os melhores não são os que recebem flores, medalhas e troféus.
Os melhores são os que nunca foram premiados ou agraciados, nunca receberam nada em troca e continuam sem desistir
mesmo assim
porque isso, lhes dá algum sentido
mesmo que vago de razão.

........

Mais ciclos se fechando enquanto outros começam. Ruínas, destroços, escombros.... Ratos e insetos peçonhentos por toda a parte. É nesse clima que terminamos mais uma temporada destes arquivos malditos e desgraçados, podres e desesperados. Indo rumo a lugar nenhum, sem plano ou objetivo, desconhece o por vir. Sabe apenas que mais um capítulo chega ao fim.
Apenas vira a folha e se depara com a página em  branco. Ou nem isso.

Breve será divulgado aqui uma idéia de transformar as temporadas de Arquivos Explícitos em um arquivo único. Até lá, ou quem sabe, não.

Por Fabio da Silva Barbosa
Porto Alegre  - RS
Na temperatura de -2°C, em uma quinta-feira qualquer no mês  de Julho de 2025.