Sou mais um empregado dessa classe trabalhadora que movimenta as engrenagens produtivas do Brasil, engrenagens manchadas de lágrimas, sangue, suor e desilusões de milhões. Tenho 50 anos e sou pai de uma moça que já é maior de idade. Com certeza, ela vai sentir na pele o que é ser adulta, mesmo estando qualificada para enfrentar ou operar a "máquina" aqui neste país.
Ainda acredito no sistema democrático brasileiro, apesar de seus políticos mequetrefes, caricatos, inaptos e cretinos estarem à frente das decisões importantes, das quais alguns nem sabem para que servem. Porém, ainda são democráticas, e isso me basta e até me alegra quando vejo o avanço de teocracias radicais e ditaduras pesadas explodindo em cima de populações de outras partes do mundo. Vejo a Argentina de 2024, por exemplo, sentindo na pele mais um erro político naquele país, que coleciona fracassos de gestão ao longo da história e parece que sonha em ter uma ditadura. Civilidade pela força. Deve ser algo do tipo que alguns países latinos têm mesmo de forma velada como pensamento central. Talvez para os países de primeiro mundo, seja bem interessante os países latinos governados com mão de ferro, por ditadores e tiranos que paguem pouco, produzam muito e alimentem-nos com suas exportações robustas a preços baixos.
Novamente gasto meu tempo escrevendo sobre minhas percepções desde que o circo político do Brasil se tornou uma espécie de campeonato de futebol, com torcidas furiosas tentando exaltar seu amor por seus "times" preferidos e ódio pelos outros. Analisei que ainda vivo no Brasil, um país com a pior distribuição de renda da América do Sul, com enorme desigualdade social, racismo estrutural em evidência e sendo exaltado até os dias atuais, homofobia, capacitismo e corrupção em esferas de poder, forças de segurança, mundo corporativo e por aí vai.
O mal caratismo, a corrupção, a truculência, abuso de poder, a fome e desamparo dos menos favorecidos parece ser um plano para o Brasil continuar como está. E para deixar a coisa mais dinâmica, digamos assim, agora temos esquerda, direita, centro e extrema direita por aqui, elevadas ao status de marcas, tendências, moda e com peso até religioso. Reforçados por movimentos políticos duvidosos como a bancada da Bíblia, do agro e da bala. Bancadas de parlamentares que defendem interesses específicos, classes e disfarçam isso como interesses da população. Gente que eu tenho medo. E você deveria ter também.
Mas apesar do que vou escrever abaixo, deixo claro aqui que não sou de esquerda, não sou comunista nem tão pouco lulista. Mas também odiaria ser confundido com integrante da direita ou com o lixo bolsonarista. Mas enfim... A direita está ganhando. E no texto abaixo eu explico porque eles estão avançando enquanto a esquerda está patinando no mesmo lamaçal deixado por eles da direita e acreditando que está resistindo.
Vamos lá!
No macabro e insensato cenário político brasileiro, o embate entre a esquerda e a extrema direita se assemelha a uma batalha de estratégias, onde a retórica rasa da direita, respaldada por uma elite teocrática, evangélica, madeireira e do agronegócio sedenta por poder, tem dominado o campo digital desde 2017.
A disseminação sistemática de fake news, o negacionismo da ciência, o movimento antivacinas e até mesmo o terraplanismo são apenas algumas das táticas obscuras empregadas para subjugar a verdade aos interesses políticos desta elite. Neste cenário já conturbado, o advento da inteligência artificial em 2024 amplifica ainda mais as ameaças à estabilidade democrática do Brasil.
A manipulação eleitoral, combinada com valores elitistas, tendências fascistas e o favorecimento de grupos específicos, representa uma séria erosão dos pilares democráticos do país. Além disso, a possível utilização da inteligência artificial e meios legais para desviar recursos públicos, legitimamente ou não, para entidades religiosas, apenas agrava a crise moral e política em que nos encontramos.
Enquanto isso, a direita tem habilmente manipulado plataformas digitais como WhatsApp, Telegram e outras redes sociais para disseminar suas narrativas distorcidas. Sob o manto da liberdade de expressão, transformam mentiras em verdades, minando a confiança na mídia convencional e elevando a condição de jornalismo a um nível questionável.
Os coachs e youtubers fascistas tornam-se porta-vozes da direita, enquanto figuras como o falecido Olavo de Carvalho são elevadas à categoria de gurus e filósofos, apesar de sua falta de formação em filosofia ou envergadura intelectual para tal título. Esta estratégia perniciosa tem sido eficaz em cativar uma audiência ávida por simplificações e respostas fáceis, alimentando um ciclo de desinformação que compromete gravemente o debate público e a saúde democrática do país.
A esquerda morna e a elite digitalmente antenada irão forjar o futuro das próximas eleições presidenciais e isso talvez seja um ponto final para a democracia no Brasil. Acredito que a extrema direita brasileira, que pensa apenas no lucro e apadrinhamento dos seus, que já tentou em 8 de janeiro de 2023 dar um golpe de estado, anular eleições e impor uma nova ditadura militar no Brasil, talvez não consiga a ditadura militar, mas vão colocar as instituições que se dizem protetoras de valores democráticos, embaixo do sapato dela.
Além disso, curiosamente a imprensa brasileira sinaliza que células nazistas em Santa Catarina e outros lugares do sul e Sudeste são compostas por integrantes dessa direita radical, seus alvos? Acredito que qualquer um que se oponha às suas ideias, da mesma forma que os evangélicos que demonizam as religiões de matriz africana, a extrema direita rotula todos que não seguem sua cartilha como vagabundos e comunistas. Ou comunistas vagabundos.
E se você não é simpatizante das ideias da extrema direita brasileira, você é vagabundo, se é vagabundo, é bandido e segundo a lógica deles, bandido bom é bandido morto. Então tenha cuidado, afinal você ainda está nesse Brasil varonil.
E pra morrer, você só precisa estar vivo.
Por Alexamdre Chakal
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