O tema de hoje já foi amplamente discutido por aqui em diversos contextos, desde a abordagem da guerra às drogas, embate entre Senado brasileiro e STF, até os males sociais decorrentes da falta de políticas mais progressistas sobre substâncias psicoativas.
Como tenho uma ideia de no futuro transformar o conteúdo desta coluna em um livro, acredito que o leitor vai algumas vezes achar o material repetitivo, mas também irá notar que no centro de meus textos está a crítica aos principais males do Brasil, que em 2024, se resumem a: injusta distribuição de renda proposital para que a miséria seja usada como chantagem estatal contra o povo, religiões envolvidas diretamente com política e o que já é cultural por aqui, enriquecimento ilícito, corrupção, destruição da natureza, massacre de povos nativos, valorização da branquitude fake da população miscigenada que se declara branca e odeia negros e por aí vai. Vou sim me repetir nesses pontos, pois eles alimentam as catástrofes e tristezas da minha alma e do país que vivo.
No entanto, hoje não estou falando sobre drogas, mas sim sobre remédios, tratamentos essenciais para diversas patologias, o bem-estar social, o lucro para o Estado brasileiro, geração de emprego e aumento da renda per capita do brasileiro com a cannabis, sem precisar virar traficante de drogas. Mas já sei que é um texto que também não será lido. Visto que o tema está em evidência na grande mídia e recheia os veículos de comunicação especializados no tema e também outros de grande credibilidade na sociedade. Porém, a tal sociedade que já tem o hábito de não ler textos longos, revistas e matérias com mais de uma página, livros então? Acredito que se um líder religioso semianalfabeto brasileiro determinar, no auge de sua ignorância, uma lista de livros proibidos, pecaminosos e que são coisas do diabo, iríamos presenciar uma atitude bizarra de multidões queimando livros como já foi feito no passado em outros lugares do mundo, mas que após esses episódios evoluíram de forma bem superior ao nosso país da banana, do Carnaval, que foi o último a abolir a escravidão e hoje parece que tem um flerte apaixonado por ela visto o aumento de casos de racismo, exploração de empregadores e outras mazelas que precisam existir para as engrenagens enferrujadas daqui continuarem lentas e favoráveis aos donos dessa máquina operada com confusão e caos social.
Após a derrota da extrema direita nas eleições, embora tenha conseguido eleger vários representantes para o Senado e o Congresso Nacional, o debate sobre a cannabis medicinal no Brasil tornou-se uma sucessão de fracassos. É impressionante como políticos eleitos pelo povo são tão incapazes de analisar questões tão cruciais para a economia e saúde dos brasileiros, incluindo seus próprios eleitores.
Este texto pode parecer redundante agora que conservadores, evangélicos e ex-militares que migraram para a política estão dominando a cena. Associações, grupos e autoridades de saúde estão na mídia tentando explicar os benefícios e vantagens estratégicas para o Brasil em flexibilizar as leis relacionadas à cannabis medicinal e ao uso do cânhamo. No entanto, parece que é tarde demais. Esses políticos questionáveis encontraram uma desculpa para impor uma cortina de fumaça sobre outros temas importantes, os quais eles convenientemente varreram para debaixo do tapete.
No Brasil, pacientes que buscam tratamento com óleo de cannabis para doenças graves enfrentam uma batalha burocrática. A necessidade de autorização judicial para plantar a planta em casa e produzir seus próprios remédios é um obstáculo cruel e desnecessário. Enquanto isso, o mundo avança, legalizando a maconha para fins medicinais e recreativos e explorando o cânhamo em diversas indústrias, desde têxteis até agricultura.
A cannabis medicinal demonstrou eficácia no tratamento de uma variedade de doenças, incluindo epilepsia, dores crônicas, transtornos de ansiedade, esclerose múltipla e até mesmo no alívio dos sintomas do câncer e do HIV/AIDS. Quanto ao cânhamo, suas aplicações são vastas e lucrativas. Na indústria têxtil, é utilizado na produção de tecidos sustentáveis e duráveis, enquanto na agricultura pode ser empregado como uma cultura de rotação para melhorar a qualidade do solo. Além disso, seus derivados são utilizados na fabricação de bioplásticos, papel, combustíveis biodegradáveis e até mesmo na construção civil. Importante ressaltar que tanto a cannabis quanto o cânhamo têm aproveitamento de 100%, nada se perde ou é descartado na natureza, sendo ambos biodegradáveis e não causando danos significativos ao meio ambiente.
O tema em questão é fundamental para repensarmos as políticas de saúde e economia no Brasil. A cannabis medicinal e o cânhamo representam não apenas oportunidades de tratamento para diversas doenças, mas também possibilidades de negócios e avanços tecnológicos. Ao invés de alimentar a ignorância e preconceitos enraizados, é hora de nossos políticos liderarem um debate informado, baseado em conhecimentos científicos e benefícios tangíveis para a sociedade. Este não é um assunto sobre a liberação de drogas recreativas, mas sim sobre saúde pública e lucratividade para o Brasil. É imperativo que deixemos de lado rótulos como "pecado" ou "crime" e abracemos uma abordagem que priorize o bem-estar dos cidadãos e o progresso do país. Afinal, a verdadeira valorização da família reside na busca por soluções que promovam a saúde, o desenvolvimento econômico e a evolução do conhecimento coletivo. Concorda?
Por Alexandre Chakal
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