Em pleno 2024, vivemos um retrocesso como há muito tempo não se via. Todas as bestas-feras da ignorância e da caretice parecem ter saído dos esgotos mais purulentos para dar as caras por aí. Uma agenda extremamente reacionária, expondo com muita convicção o ápice do atraso mental, avança a passos largos, atacando os direitos mais básicos e fundamentais. Uma tropa de energúmenos quer interferir em decisões pessoais e encarcerar (quando não consegue exterminar) todos que não concordam com a mentalidade atrasada que tentam empurrar goela abaixo da parcela da população que não se rende aos argumentos hipócritas da extrema direita. Todos os bichos escrotos que se escondiam sob as mais diversas fachadas uniram forças para impor um modo de vida que só favorece aos que têm o domínio das formas de controle.
Para termos uma visão mais concreta do que estamos falando, vejamos a loucura contida nas últimas Propostas de Emenda à Constituição:
Em vez de estarmos indo rumo a uma nova compreensão sobre o consumo das substâncias atualmente proibidas (de forma genérica e pejorativa chamadas de drogas), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/23, por exemplo, retrocede ao ponto de criminalizar o porte dessas substâncias, incluindo a maconha, sem distinção de quantidade. Isso, entre muitas outras coisas, irá retardar o uso medicinal da cannabis, que já provou sua eficácia em importantes tratamentos de saúde.
Como se não fosse suficiente, os amantes do retrocesso conseguiram se superar com o que ficou conhecido como a PEC do Estupro, que iguala o aborto ao crime de homicídio. Mesmo em caso de estupro, contrariando o atual código penal, a mulher pode pegar até 20 anos de prisão, pena maior que a do estuprador.
Depois dessa, fica até difícil falar de absurdos como as propostas de privatizações de praias e outros espaços públicos, a ideia simplesmente nojenta de militarização das escolas e por aí vai. Só ladeira abaixo. É tanta bizarrice acontecendo em tão pouco tempo que ficaria impossível tratar de tudo em apenas um texto.
O importante agora é não nos resumirmos a protestos virtuais. Temos de ocupar as ruas e todos os espaços possíveis e imagináveis de forma radical e, como for necessário, deixar clara nossa oposição a essa sociedade tosca e autoritária que se vislumbra em um horizonte cada vez mais próximo. Lutemos enquanto é tempo. Não existe tolerância com os intolerantes ou liberdade para os inimigos da liberdade. Quem ama a liberdade não permite o mínimo ataque a esta. Está, há muito, passando da hora de darmos uma resposta firme a esses porcos retrógrados. Que voltem para onde nunca deveriam ter saído, para a lama podre da vergonha de serem uns fascistas imundos e recalcados. Não pode haver compreensão ou convivência pacífica com quem quer nos massacrar.
Por Fábio da Silva Barbosa
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