Entre os mundos
Por Fabio da Silva Barbosa
Estava difícil conseguir
pensar, juntar as coisas... Dar forma então... Sentei em frente ao computador e
abri o Word. O negócio era começar alguma coisa. Depois de começar, sempre se
chega a um fim. Por vezes não. Não dá para apostar qual das vezes será essa.
Mas não tenho opção melhor para o momento. Comecei as primeiras linhas. Os
neurônios parecem pipoca na panela. E Assim vão estourando de um em um. Parece
que estou tendo um colapso, mas o exercício de fazer letras aparecerem na tela
luminosa me deu certo foco e equilíbrio. É sempre assim. Escrever sempre me
ajuda a organizar as coisas. É um ato que funciona como um organizador. Mas de
vez enquanto o vazio para na minha frente e me olha com aquela cara de ”já ganhei”.
Tà ficando difícil. As coisas surgem, mas não saem. Ficam escondidas e somem
rapidamente. Mas em minha loucura profunda, me nego a parar. Ficarei a noite
inteira aqui com os dedos em movimento. Ainda não fui totalmente sugado. Ainda
tenho muitos explosivos para acrescentar nessa guerra. As estruturas ainda não
caíram. Eu sei e estou vendo. Posso sentir nos meus ossos. Mas estou em um
momento estranho. Sinto mais de mil criaturas bizarras me pegando e puxando.
Parece que minha pele vai rasgar de tanto que elas puxam. Mas eu vou ficar aqui,
até meus olhos caírem. Não posso parar. Isso é tudo que importa. É tudo que não
pode ser chamado de farsa.
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