Metal Reunion Zine

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terça-feira, 26 de setembro de 2023

ARQUIVOS EXPLÍCITOS - Contos e crônicas da ópera rock do terror cotidiano - Segunda Temporada 2023 - #13

 
O nó da gravata

Por Fabio da Silva Barbosa

 

O Palhaço Minduim acabara mais um número. Todos aplaudiram de pé e sua apresentação foi um sucesso. Ele sempre conseguia levantar a platéia. Ao terminar, foi para seu quarto/camarim. Pelo caminho era parabenizado pelos colegas de trabalho. O dono do circo era um dos mais entusiasmados.

- Não vai se trancar essa noite como faz sempre, heim. Temos de comemorar. Casa lotada para ver o Palhaço Minduim. Você é um sucesso.

Minduim retribuiu a todos com o melhor que podia dar naquele momento. Tinha gasto toda a alegria no picadeiro. Saía das apresentações esgotado, sem energia.

- Merda. – Murmurou ao fechar a porta e deixar o corpo cair sentado na estreita cama.

Podia ouvir a animação do público enquanto via os outros espetáculos. Tirou a peruca, o nariz e olhou para o espelho. Parecia poder ouvir de novo as gargalhadas que explodiam enquanto se apresentava. Pegou a garrafa em baixo da cama e virou uma golada que nunca acabava. Fez careta e abaixou a cabeça. Abriu o guarda roupa e pegou a corda.

- Boa noite, amiga. Hoje chega de namorar e vamos aos finalmentes.

Pegou o banquinho que estava ao seu lado e abriu a porta. Saiu, olhou em volta e não viu movimento por ali. Foi rapidamente para a parte de trás do terreno, antes que aparecesse alguém. Olhou para a grande árvore que tinha lhe chamado a atenção desde que chegaram ali. Olhou novamente em volta e começou os preparativos. Fez tudo o mais rápido possível. Subiu no banquinho, passou a corda pelo pescoço.

- Não faz isso, Minduim.

A assistente do mágico gritou, pedindo por ajuda, enquanto corria em sua direção. Minduim já estava bailando no ar quando ela chegou perto.

- O que é isso.

               - Segura ele e levanta.

               Gritavam os demais chegando, enquanto Minduim sacudia os pés a balançava o corpo de forma sinistra. Conseguiram tirá-lo de lá. Colocaram-no deitado no chão. Conforme começou a se restabelecer, o palhaço chorava. Logo conseguiram entender suas palavras.

               -Por que estragaram tudo? Por que tinham de me atrapalhar.

              

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