O dorminhoco
Por Fabio da Silva Barbosa
Era o primeiro a entrar e sempre
recebido com a mesma saudação:
- Puta que o pariu! Já
começando o dia com fiado, é foda!
Mas ele respondia fingindo não
ouvir:
- Bota uma aí. Mais tarde eu
pago.
Tomava uma, duas, três... Ficava
azucrinando todos que chegavam, até bater o soninho e ele colocar a cadeira
naquele canto de sempre.
Podia botar a máquina
explodindo o som que ele nem ligava.
Um dia demorou a acordar. O
pessoal foi mexer nele e a cabeça que estava para o lado, pendeu para trás.
O peito não se movia. O ar não
entrava. Apenas a morte brincava naquele cadáver.
E a conta? Nunca pagou.
Nos vemos em breve.
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