Bem vindo a quinta
edição da coluna ARQUIVOS EXPLÍCITOS - Contos e crônicas da opera Rock do
terror cotidiano de Fabio da Silva Barbosa.
Por Fabio da Silva Barbosa
Já sem unhas e
dentes, com alguns tufos de cabelos arrancados. Tremia com a corrente elétrica
passando por seu corpo pendurado no pau. Parecia um animal pronto para ser
assado inteiro. Um animal grotesco, completamente deformado. Deformado à
porrada. O sangue pingava, tingindo a chão encardido. Os olhos furados não
enxergavam mais o ambiente escuro e macabro que o rodeava. As orelhas já haviam
sido arrancadas. Os homens em volta perguntavam algo que ele não ouvia mais. Pareciam
gozar com a sua agonia. Mas garantiam que era tudo pela ordem e progresso. Que
ordem era essa? Progresso de quem? Seu, com certeza, não era. Mais um pouco de
eletricidade, mais tremedeira, mais agonia... Tudo pela ordem e progresso... e pelos
homens de bem... amém...
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