Joe Lee Marcos guitarrista da pioneira banda de Heavy Metal MÁSCARA DE FERRO, lançou em seu canal oficial no Youtube as faixas originais remasterizadas de "Pra bem longe daqui" e "Memorias na Parede".
"Pra Bem Longe Daqui" saiu originalmente na coletânea "Metal Rock" de 1985, e Memorias na Parede" estaria no primeiro álbum da banda nunca lançado. Confira mais abaixo.
Em 1669, foi recebido na prisão de Pignerol, França, um prisioneiro cuja identidade ainda gera controvérsia. É certo que se tratava de figura de relevo na corte de Luís XIV, e para que se mantivesse em eterno anonimato era obrigado a usar uma máscara de ferro. Com o passar do tempo, a barba e o cabelo tomariam por completo o já exíguo espaço do oxigênio. O eminente réu, após ter passado por outras prisões, inclusive a Bastilha, morreu em 1703. O fato inspirou diversas lendas e o escritor Alexandre Dumas criou a sua versão para encerrar a saga iniciada em “Os Três Mosqueteiros”.
Na São Paulo do final de 1983, o guitarrista Joe Lee Marcos, seu antigo colega de colégio Tito Lívio no baixo, e o contemporâneo de faculdade Elmano Goatsbeard na bateria formam a MÁSCARA DE FERRO – o que sufocava agora, apesar do ar de esperança, eram os medos, as incertezas engendradas num longo período de ditadura, que, finalmente, beirava o crepúsculo.
Em 1985, com o vocalista Marcelus, participam com 2 faixas na coletânea “Metal Rock”, um dos primeiros registros de um crescente movimento, que hoje ocupa mais amplos espaços. O álbum contava ainda com o antológico Made in Brazil, cujos shows no Lira Paulistana em São Paulo e no Circo Voador no Rio de Janeiro trouxeram pela primeira vez a MÁSCARA DE FERRO aos palcos. Com a entrada do cantor Wagner Vassalo em 1986, a banda se consolidou na forma pela qual é reconhecida ainda hoje: os temas, calcados inicialmente nos desafios do homem frente á “moderna” sociedade de consumo (como as faixas do LP “Metal Rock” "Máquinas no Comando" e "Pra Bem longe Daqui"), passam à explorar lendas medievais, a questão da vida espiritual e as relações entre o pensamento e a matéria, que inspiraram “Memórias na Parede”, “Rosas para Ninguém” e “Jamais Voltaremos ao Bosque Sagrado”.
Esse universo que a banda pioneiramente explorou no Brasil fez o caminho inverso, fazendo com que na própria Europa surgissem não apenas bandas, mas um verdadeiro “revival” do mundo medieval, dos jogos de RPG ao cinema. A banda passa a se apresentar com trajes estilizados de cavaleiros do século XII e inicia a construção de um castelo cenográfico – um esforço para levar ao público uma produção mais elaborada, ação marcante desde os seus primórdios, onde surgiram os estandartes vermelhos com o símbolo da máscara com duas chaves cruzadas, inspirado na antiga bandeira dos piratas.
A gravação de “Memórias na Parede” (que contou nos teclados com a hoje jornalista e crítica de cinema Paoula Abou-Jaoudé), uma iniciativa independente não lançada comercialmente atraiu sobremaneira a atenção da mídia, grifando definitivamente o nome MÁSCARA DE FERRO na história do Rock brasileiro. Participam também de 2 edições da “Praça do Rock”, evento igualmente marcante na cena musical paulistana.
E com a falta de apoio e cansados do circuito ensaios-shows-em-lugares-pequenos-e-nada-de-álbum, a banda encerrou suas atividades no final dos anos 1980.
Links Relacionados
Facebook: facebook.com/bandamascaradeferro
Myspace: myspace.com/mascaradeferro
Fonte
http://www.sepulchralvoicefanzine.com/2018/07/mascara-de-ferro-pioneiros-do-metal.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário