Metal Reunion Zine

Blogzine fundado em 2008. Reúne notícias referentes a bandas, artistas, eventos, produções, publicações virtuais e impressas, protestos, filmes/documentários, fotografia, artes plásticas e quadrinhos independentes/underground ligados de alguma forma a vertentes da cultura Rock'n'Roll e Heavy Metal do Brasil e também de alguns países que possuem parceiros de distribuição do selo Music Reunion Prod's and Distro e sua divisão Metal Reunion Records.



sábado, 8 de fevereiro de 2014

We Want Armagedom Vol. 2 - Resenha de show.

Evento: We Want Armagedom Vol. 2
Data: 02/02/2014
Local: Audio Rebel – Rio de Janeiro / RJ

Bandas:
- Praga
- Worship no One
- Poison Beer
- Lástima

Resenha: Alexandre Chakal
Fotos: Extraídas nas páginas das bandas do cast no Facebook.

Mais um típico domingo de verão na capital carioca! Calor 666º C a sombra, céu azul sem nuvens, praias lotadas, vendedores ambulantes, arrastões, biquines, pranchas de surf, cabelos com reflexo..Eu de ressaca da noite passada no show do Licorgasmalcoolatra, cabeça ainda retardada pelos excessos. Se fosse comparar com o resto do mundo a minha volta, tava totalmente fora de moda, trajando jeans e camiseta preta, sentado no fundo do busão escutando AC/DC nos fones do celular. Mas geralmente é assim mesmo.

O bus segue passando pela orla para o bairro de Botafogo, onde estaria rolando pela segunda vez a manifestação totalmente ‘Do it yourself’ chamada “We Want Armagedom”
A gig tem objetivos sem muitas pretensões onde a integração entre bandas e bangers locais e de outros estados, países e continentes é a "lei". Não sei se to certo na minha afirmação, mas entendi assim. (rsrs)

Mas na boa, revelo a você que a vontade de descer do ônibus e dar um mergulho naquele marzão era enorme. Acho que na mesma proporção do calor infernal que o ar condicionado do coletivo não conseguia amenizar de forma alguma.

Sede de cerveja e água mineral ao mesmo tempo. Chego ao bairro do Humaitá na zona sul carioca e começo a sentir a porra do meu dente que há tempos precisa de um tratamento de canal. Compro diclofenaco devidamente automedicado e lá se vai à idéia de beber aquela cerveja gelada.
Mesmo assim sigo em direção ao estúdio Áudio Rebel tentando esquecer a desgraçada dor no dente e no caminho encontro os caras da banda Praga que estavam saindo de um boteco perto do local do show. (A vontade da cerveja me perseguindo).  Na seqüência esbarro com os paranaenses da Poison Beer que tinham acabado de chegar.

Em instantes, o local começa a tomar forma mais ou menos do mesmo jeito que eu descrevi no comentário da 1ª edição do evento.  Bancas de merchandising, exposição de fanzines, camisetas, vinis... Essa “feira” montada na recepção do estúdio servia como uma atração extra nos intervalos das apresentações, a galera chegando e o espaço ficando apertado.

Os responsáveis por iniciar os trabalhos quando
ainda nem era noite, foram os cariocas do Praga que apresentaram um Raw Black Metal vociferado em português que facilmente pode ser chamado de Thrash/Black. Conheço os integrantes e estamos em contato sempre só que desde setembro de 2013 eu não sacava os caras ao vivo. Fiquei surpreso com o que vi. A banda mostrou um amadurecimento musical e postura selvagem. Excelente escolha para começar a barulheira do dia. Tocaram sons de seu EP de estréia “Inquisição Negra” que saiu no Brasil
em CD e teve suas faixas lançadas em um split lançado nos Estados Unidos. Tocaram também alguns sons que já estão sendo gravados para futuros lançamentos. Algo muito marcante e com certeza os que sacaram o show, ficaram com vontade de ver os caras novamente.

A segunda banda a subir no palco foi o Worship noOne de São Paulo que é um projeto dos caras
das bandas  Defy e Post Atomic Dogs Nunca havia escutado falar da banda que apresenta um Death Metal na linha da velha escola do final do anos 80. Fiquei surpreso com a fodida apresentação dos caras. Não consegui catar o set list deles, mas de qualquer forma não iria adiantar eu comentar músicas que eu nunca havia escutado na ordem de apresentação. Certo? Rápido, cru e sujo como deve ser. Infelizmente tentei comprar material deles, mas eles não tinham.

Mais um intervalo e sobe ao palco a banda que eu estava mais pilhado de sacar ao vivo. A Poison Beer do Paraná manda um Thrashão louco mesclado com muitos elementos do Death Metal. Novamente fico suspeito para falar, pois curto o som da banda, mas foda-se! Achei que eles simplesmente devastaram.
Foi uma apresentação no mesmo nível que as demais bandas, mas tinha algo de emoção que achei muito foda. Aquela energia de moleque adolescente pirado por Metal ficou bem retratada por eles. Cheguei a comentar com os caras no “backstage”, que de uns cinco anos para cá, bandas que se apresentam com + tesão e menos pose no palco tem surgido e isso é fácil de sacar olhando para a chama nos olhos dos caboclos quando estão em ação. Não por ser real ou falso. (Isso é tosco pra caraio!). Mas sim pelo lance de estar ali de coração se divertindo como Headbanger e não cumprindo uma agenda como mais um músico. 
Enfim..Os caras apresentaram sons de seu EP 2013 “Poisening the Priest” que foi lançado em fita k7 na Alemanha e em CD no Brasil pela gravadora Cianeto Discos (RS). Minhas expectativas foram atendidas. Já tinha a tape e catei o CD com os doidos.
Mais um intervalo vendo os amigos e conhecidos bebendo cerveja e eu desolado só na água, mas a cerveja era apenas um detalhe besta porque o Fest tava excelente.

Para fechar a noite de domingo os insanos da Lástima de Duque de Caxias/RJ, sobem ao palco, preparados para vomitar e barulhar seu infame Black/Grind nos tímpanos dos presentes. Rodrigo Bastardo e Cia mostraram porque foram escolhidos para terminar o evento. Quem permaneceu até o final, comprovou que é impossível ficar parado com a desgraceira sonora desses malucos que já estão a um bom tempo nessa batalha underground.

Os integrantes das bandas que me desculpem, mas dessa vez, minhas considerações gerais ficam para os bateristas. Puta que pariu! Reuniram quatro bateras de nível acima da média no mesmo evento. 
Em todas as apresentações era difícil não ficar por algum instante focado no que os caras faziam em seus “tambores de guerra”.

Foda demais! Parabéns novamente pela iniciativa e que venha a 3ª edição do Armagedom!

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