AGNIDEVA
“Kaliseva”
Hammer of
Damnation– Nac.
O Agnideva surgiu da dissidência de bandas como Abaddon e
Infernal Inquisition, tomando forma em 2013 e em 2017 lançando seu primeiro
registro: o ‘debut’ álbum “Kaliseva”. Trata-se de uma banda de Black Metal,
porém a classificar apenas nesse estilo é limitar, demasiadamente, a
musicalidade cheias de nuances e, por vezes, até complexa do grupo. Digo
complexa, porque a banda lançou mão de instrumentos poucos usuais no estilo,
tais como tabla, flauta hulusi, timpani, além de bem vindas mudanças de
andamentos nas músicas. As melodias apresentadas durante toda a execução do
álbum são de um bom gosto incrível, e mostra toda a habilidade dos músicos em
criar algo com uma cara bem própria, mesmo que haja certa influência do Black
Metal grego aqui ou acolá, em algumas passagens, mas apenas para mostrar um
pouco da influência, já que músicas como “Agnideva” e “Mistress Marrigie”, as
duas primeiras, já mostram uma banda que procura trilhar seu próprio caminho. A
naturalidade com que o Agnideva põe, numa mesma música, agressividade e
melodias mais suaves e acústicas, faz com que o ouvinte viaje pela temática
lírica. Faz com que o ouvinte pegue o encarte e acompanhe com bastante atenção
o que cada música quer transmitir. Sobre a mencionada temática, ela transita
entre a cultura indiana, antirreligião e temas obscuros. E essa temática
influenciou bastante não só os andamentos musicais contidos no álbum, mas tudo
que o envolve, como bem pode ser visto na arte da capa. O álbum aparece com
algumas músicas bem longas. Na verdade, quase todas as músicas são longas, já
que apenas duas têm menos que quatro minutos. Mas, devido à musicalidade
apresentada, o álbum passa de forma rápida e - ao menos minha pessoa - faz com
que queira o ouvir repetidamente, para que se tenha uma percepção melhor do que
está sendo tocado. Já mencionei que o álbum todo é de uma musicalidade ímpar,
mas a faixa-título é de uma levada incrível, com melodias bem apuradas e um
vocal grave que casa bem com o andamento da música, além de uso dos já citados
instrumentos exóticos. Outra que também me chamou a atenção foi a longa “The
Dance of Shiva”, com seus 11 minutos que passam sem percebermos, devido às
mudanças de andamentos, interpretação vocal e tudo o mais que envolve essa
música. A gravação vem bem dosada, deixando toda a parte instrumental bem
definida. E nada mais justo do que mencionar os músicos responsáveis por tal
obra: Necrovomit (guitarra, guitarra acústica e flauta hulusi), Nightmare
(vocal), Decaptator (bateria, tabla e timpani), Anguis Infernalis (baixo) e
Christianicide (guitarra e guitarra acústica).
Site: www.facebook.com/agnidevaband
Resenha por Valterlir Mendes
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