sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

ENTREVISTA: THE FORCE

Na ativa desde 2007, a banda The Force vem lançado anualmente trabalhos no meio Underground, seja Demo, Split ou full lenght. No Brasil a banda tem o apoio da Kill Again, que vem lançando seus álbuns e possibilitam aos brasileiros ter a chance de ter em mãos um material de alta qualidade sonora. É Thrash Metal com bastante influência do Heavy Metal tradicional e até mesmo do Speed Metal. É música feita para maníacos por um som ‘old school’! A formação atual do The Force conta com Mike Martinez (vocal/guitarra), Carlos Carvallo (guitarra), Juan Barrios (baixo) e Bruno Romero (bateria). No próximo domingo, dia 16 de outubro, a banda estará tocando em Brasília/DF, e na entrevista a seguir o Mike Martinez nos fala um pouco mais a respeito da atual situação do The Force. Confiram!

Metal Reunion Zine – “Possessed by Metal”, primeiro álbum do The Force foi lançado em 2008, pelo selo brasileiro Kill Again. Houve licenciamento desse álbum para outros países, incluindo aí o Paraguai?
Mike Martinez – Saudações metálicas Recife Metal Law! O “Possessed by Metal” foi licenciado para o selo alemão Metaleros Recs. para a edição em formato vinil do mesmo. Esse lançamento ainda vai acontecer agora em 2011. Outros licenciamentos até agora não vingaram. Houve interesse da Blower do México, por exemplo, e no Paraguai não tem selo Underground para licenciar o CD, mas nós distribuímos as mesmas cópias da Kill Again aqui.

Metal Reunion Zine – Com relação à receptividade desse material, como o mesmo foi aceito, tanto pelo público, com pela mídia especializada? Em termos de receptividade, o álbum atingiu o que a banda procurava na época?
Mike – O primeiro disco teve boa receptividade, e podemos dizer que realmente superou nossas expectativas, já que ele foi muito comentado na cena Underground mundial. Recebemos boas resenhas em muitos países de América e Europa. Os Headbangers gostaram muito do CD, e até agora está muito bem conceituado na cena Thrash Metal, especialmente da América do Sul. De nossa parte ficamos muito satisfeitos com o resultado geral, tanto de som como de aceitação que ele teve. E quando a versão vinil estiver pronta, vamos voltar a ouvir no mais alto volume!

Metal Reunion Zine – Após o lançamento do primeiro álbum, novamente houve mudanças na formação do The Force, com a saída do baterista Luis Almada e a entrada de Bruno Romero. No posto de baterista, a rotatividade é bem grande. Por que existe tanto entra e sai de bateristas no The Force?
Mike – Logo após o lançamento do primeiro CD, começamos a promoção do mesmo com shows na Bolívia, Brasil (em Cascavel/PR) e Paraguai, e o objetivo seguinte era gravar o segundo CD na metade de 2009 para ele ser lançado no fim do mesmo ano ou começo de 2010, mas aí o Luis teve vários problemas pessoais e a banda teve que parar por um tempo até ele resolver seus assuntos. Como ele não conseguiria seguir conosco, decidimos procurar outro baterista e, por sorte, achamos o Bruno Romero, que é um excelente baterista e muito dedicado a banda. A verdade é que sempre foi muito difícil achar bateristas para tocar Thrash Metal. O cara tem que ser bom e gostar mesmo de Heavy Metal.

Metal Reunion Zine – Em 2009 foi à vez de a banda lançar uma Demo ao vivo, intitulada “Live Assault”. Vocês chegaram a cogitar o lançamento dessa Demo de forma oficial, talvez como um EP ao vivo?
Mike – O “Live Assault” foi um lançamento que decidimos fazer, já que sabíamos que não poderíamos lançar o segundo CD em 2009, e para que os bangers pudessem ouvir a banda com a então nova formação ao vivo. Não pensamos em lançar de forma oficial, pois achamos que se lançarmos um EP ou LP ao vivo oficial ele tem que ter duas ou mais músicas inéditas. Gostamos muito disso, como faziam bandas como Thin Lizzy ou Baron Rojo nos seus LPs ao vivo.

Metal Reunion Zine – E a banda, desde a sua formação, não parou de lançar material no meio Underground. Em 2010 lançaram o Split “Thirsty of Metal”, pelo selo Violent Music. O Split foi dividido com mais três bandas. As músicas do The Force foram de gravações ao vivo. Vocês pensaram em gravar algo inédito para esse lançamento?
Mike – As músicas que constam no “Thirsty of Metal” são do mesmo show do “Live Assault”, só que escolhemos as que não faziam parte do ‘playlist’ da Demo ao vivo. Assim, se você tem o “Live Assault” e o “Thirsty of Metal”, então tem o show completo de março de 2009! Nós pensamos em gravar músicas inéditas, mas preferimos sacar essas músicas ao vivo, já que naquela época começaram os problemas com o Luis.

Metal Reunion Zine – Falando em músicas ao vivo, como é a rotatividade de shows para a banda? Vocês fazem muito show em seu país de origem?
Mike – Temos muitos shows seguidos aqui. Em agosto tocamos três finais de semanas seguidos, e quase sempre é assim. Já temos muitos shows marcados para esse ano em Assunção e outras cidades do Paraguai. Em setembro voltaremos a tocar na Bolívia e em outubro vamos tocar em Brasília/DF pela primeira vez.

Metal Reunion Zine – Era justamente sobre esse show que eu iria perguntar agora. Mas vocês já cogitaram de fazer uma turnê no Brasil de longa duração?
Mike – A data já esta confirmada: dia 16 de outubro, no Kill Again Metal Fest, junto com Violator, Farscape, BlackSkull e Corpse Grinder. Nós estamos vendo a possibilidade de fazer uma tour extensa pelo Brasil. Certamente nós estamos dispostos a fazê-lo, só falta o convite!

Metal Reunion Zine – Agora vamos falar do novo álbum, “Nations Under Attack”, lançado este ano também pela Kill Again. Essa parceria parece ser duradoura, mas quais são os resultados que tal parceria vem rendendo, tanto para a banda como para o selo?
Mike – Certamente é uma parceira duradoura. Nós ainda temos álbuns para lançar com eles. Para nós foi muito positivo ter assinado com a Kill Again, já que é uma gravadora que tem bandas importantes de Thrash, Death e Heavy Metal tradicional do Brasil e do mundo, e agora nós fazemos parte desse ‘cast’. Tanto nós como eles somos muito ativos e isso é muito bom. Em breve também vai sair um split em DVD com um show nosso.

Metal Reunion Zine – Esse novo álbum mostra uma banda mais madura e mesclou, de forma bem consistente o Thrash e o Heavy Metal tradicional. Como foram trabalhadas as composições para esse álbum? Houve um estudo antecipado para que as músicas soassem como estão soando no novo álbum?
Mike – Eu não nos imagino fazendo um estudo antecipado para ver como pode soar nosso próximo álbum, mas tampouco descarto essa possibilidade para o futuro, já que nossas composições fluem espontaneamente. Quase sempre é reflexo de nossas influências e também de nossa forma particular de captar o Thrash Metal. Nós, desde o começo, sempre tivemos forte influência da NWOBHM e o Metal tradicional em geral. No primeiro álbum pode se ouvir claramente essas influências em faixas como “Heathen’s Attack”, “Storm of Steel” e “Long Live The Metal Gods”. Agora em “Nations Under Attack” acho que pudemos equilibrar mais ainda nosso lado Thrash com o do Heavy Metal oitentista. É esse exatamente o som do The Force. As composições são sempre arranjadas pela banda toda para dar o toque final.

Metal Reunion Zine – Notei que a temática lírica mais abordada pela banda, no novo álbum, é de tendência bélica. Mesmo falando sobre guerras, vocês procuraram trabalhar no lado mais histórico da coisa. Por que essa maior tendência a falar sobre guerras no novo trabalho?
Mike – A temática bélica e de muito interesse para mim, principalmente a Segunda Guerra Mundial. Um autor que me inspirou bastante é o Cornelius Ryan, que escreveu o livro “The Longest Day”. Em faixas como “Doomsday” e “Nations Under Attack” falamos mais de guerras no futuro. São uma visão mais apocalíptica do que histórica. E “The Barracks” fala sobre um caso que se deu no serviço militar obrigatório aqui no Paraguai, onde morreram muitos conscritos.

Metal Reunion Zine – Mesmo assim a banda não deixou de falar no Heavy Metal e seu estilo de vida, como se pode conferir em “Nightlords”. Esse tipo de temática sempre será abordado pelo The Force?
Mike – “Nightlords” foi uma das primeiras composições de nossa banda anterior, Overlord, e a incluímos no novo álbum com Juan nos vocais, como uma homenagem a nossos primeiros dias de luta no Heavy Metal. Essa temática pode ser novamente abordada por nós, mas não é necessariamente algo que nós planejamos tampouco.

Metal Reunion Zine – Já a letra de “Neckbreaking Metal” é uma nítida homenagem ao Heavy Metal feito no Paraguai, pois, além de um trecho da letra em espanhol, há citações a bandas do país do The Force. Essa música é apenas uma homenagem aos veteranos do Heavy Metal paraguaio ou um agradecimento por uma provável influência que essas bandas tiveram para com o som de vocês?
Mike – Ambas as coisas, e também uma forma das pessoas conhecerem bandas novas de nosso país, que nós achamos muito boas também, já que na letra citamos as bandas mais veteranas, assim como muitas bandas novas, tais como Sacro, Patriarca, Night Hunter,The Axe, Underhell, Slayground. Já bandas como Rawhide, Batallón, Corrosión, Metal Urbano, Khyron, Nash, são uma grande influência e inspiração para nós.

Metal Reunion Zine – O quê o The Force espera após o lançamento de “Nations Under Attack” e o que podemos esperar da banda para o futuro?
Mike – Agora esperamos tocar por todo o lugar! (risos) Esperamos também que os Headbangers que apreciam o Thrash Metal e o Heavy Metal por igual, nos dessem uma chance e ouçam o nosso novo disco. Agora nós já temos várias composições novas prontas e planejamos entrar em estúdio e gravar o próximo disco em janeiro de 2012. Aguardem mais um assalto amplificado de incandescente Thrash Metal com os já familiares toques de Heavy Metal dos 80’s. Muito obrigado ao Recife Metal Law pelo suporte. Heavy Metal maniacs rules forever!!!

Contatos:
Carlos Ortega. P.O. Box 15017. Asunción – Paraguay.

Entrevista por Valterlir Mendes
Fotos: Divulgação

Originalmente publicado em

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