“Walking the Hemispheres”
Musik Records - Nac.
A banda Sunroad, oriunda de
Goiânia/GO, já está na ativa há bastante tempo. Para ser bem exato, há 26 anos.
“Walking the Hemispheres” vem a ser o seu oitavo álbum de estúdio, ou seja, é uma
banda bem prolífica. Apesar disso, o que sempre me deixou com um pé meio atrás
com a banda foi sua abordagem lírica. Assim sendo, ao receber esse novo álbum
do Sunroad, fui conferir qual a temática abordada e se havia alguma espécie de
doutrinação religiosa nelas. Felizmente o que li, nas letras desse disco, não
enveredam por esses caminhos. São letras bem escritas, tratando de
existencialismo e assuntos inerentes, por vezes intrincadas e que carecem de
aprofundamento na leitura para seu entendimento. Musicalmente a banda transita
entre o Hard Rock, Prog Metal e até mesmo Heavy Metal, carregando uma aura anos
70, como já ouvido logo no início do álbum, já que a faixa-título, que abre o
disco, traz uns Hammond no melhor estilo Deep Purple. E essa música é carregada
de ‘feeling’, nos faz voltar no tempo, mas, de certa forma, carregando algo
mais contemporâneo. Um paradoxo bem vindo. A interpretação do novo vocalista
Steph Honde é magistral, carregada de sentimentos, sem exageros e até mesmo
trazendo algo mais grave na voz. Mas é o todo que realmente deixa o álbum
excelente para se ouvir. A construção da musicalidade da banda é algo que me
deixou espantado. Eu esperava ouvir algo mais burocrático, confesso, mas o que
ouvi durante todo o decorrer de “Walking the Hemispheres” é uma música
contagiante, cheia de agradáveis surpresas e indicada para quem gosta de um som
pesado, com excelentes melodias. Ponto para Netto Mello (guitarra), Mayck
Vieira (guitarra, baixo), Van Alexandre (baixo, guitarra) e Fred Mika (bateria).
Vale mencionar que Steph é o responsável, também, pelos teclados tocados no
disco e tocou guitarra no cover “Try Me” do UFO. O disco contém 12 faixas, o
que para o estilo, parece ser longo, mas nem chega aos 50 minutos de duração. E
o tempo passa rápido, devido à qualidade musical - já mencionada - que ouvimos
no álbum. Gravação num bom patamar. Arte da capa trazendo muitos detalhes,
portanto podendo ser interpretada de diversas formas. E os destaques são
vários, para quem gosta de um som que não se limita a trazer passagens
progressivas, mas que transita por algo mais rápido e melódico, além daquele
tradicional Rock N’Roll que te remete aos anos 70. Ouça a faixa-título, “Living
in a Dream (Red Sign Mirror)”, “Silence Erupting Inside” (com um show das
guitarras) e “Shoot the Clock” (de levada mais compassada, com uso de Hammond e
com os dois pés fincados nos anos 70).
Contatos:
www.facebook.com/sunroadofficial
www.instagram.com/sunroadofficial
Resenha por
Valterlir Mendes
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