ARQUIVOS EXPLÍCITOS #20 - Contos e crônicas da opera Rock do terror cotidiano.

O Velho Escritor volta a atacar

Por Fabio da Silva Barbosa

 

Desde que decidiu pelo ostracismo radical, o Velho Escritor foi sendo esquecido aos poucos. Impressionante como a memória das pessoas vai se apagando com cada vez maior facilidade. Não era mais convidado para entrevistas, programas, eventos... O que era até melhor, pois não precisava ficar explicando o motivo de não ir. Não se sentia animado a participar de qualquer coisa, de nenhuma forma. Estava tranquilo no fundo de sua caverna, dentro de seu casulo, do jeito que preferia naquele momento.  Mas eis que veio o convite para uma entrevista. A primeira ideia foi recusar. Acabou aceitando. Seria uma coisa curta, seguindo a tendência de que tudo tem de ser o mais rápido possível. O desagrado só aumentou. O entrevistador diria uma palavra e ele teria de devolver com a primeira coisa que lhe viesse a cabeça.  Tentou ficar o menos desconfortável possível.

 

- Futuro.

 

- Não existe luz, não existe saída.

 

- Esperança.

 

- Não lembro ter esse tipo de coisa em qualquer momento da vida e nunca senti falta.

 

- Felicidade.

 

- Momentos rápidos e cada vez mais raros.

 

- Paz.

 

- Inércia altamente desinteressante.

 

- Humor.

 

- Cada vez pior.

 

- Amor.

 

- Tem vendido bem ultimamente, mas nunca foi a minha praia.

 

- Vida.

 

- Se aproximando ao fim.


 A entrevista ficou como se nunca tivesse acontecido. O entrevistador alegou que o lance agora são as boas vibrações e que as pessoas preferem personagens que tragam bons sentimentos em uma entrevista. Perguntou se o Velho Escritor queria fazer uma nova, com respostas mais positivas. Ele respondeu que não. Acabara de lembrar porque não dava mais entrevistas.

Nos vemos novamente em Dezembro de 2022.

VANS APRESENTA: OXIGÊNIO FESTIVAL 2022 COM LINEUP DE MAIS DE 30 BANDAS E 3 DIAS DE EVENTO.

 


Sétima edição, nos dias 18 a 20 de novembro no Aeroclube de Campo de Marte (SP), receberá dois palcos, nomes nacionais e internacionais, mini ramp de skate, ativações criativas, food trucks, espaço kids e muito mais

O Oxigênio Festival, um dos mais queridos e concorridos eventos da música independente de São Paulo, enfim está de volta após dois anos apenas nos bastidores devido às restrições da pandemia.

A 7ª edição terá três dias de shows, 18, 19 e 20 de novembro e vem robusta, com mais de 30 bandas, sendo duas atrações internacionais. O festival desse ano ainda tem casa nova: o espaçoso e super estruturado Aeroclube Campo de Marte. A realização é da GIG Music com o Hangar 110.

As vendas serão iniciadas a partir de hoje, 25 de Agosto, com ingressos do primeiro lote para pista e camarote em www.oxigeniofestival.com.br 

Assim como nas últimas edições, o Oxigênio Festival 2022 contará com dois palcos – ambos na área externa, com ampla pista para receber o público e dispostos um de frente para o outro, mas distantes o suficiente para que tudo aconteça de forma independente e em horários alternados.

Na sexta-feira (18/11), o Oxigênio Festival 2022 terá Doyle (Wolfgang von Frankenstein), guitarrista do Misfits, como atração principal. A lendária personalidade do punk está na estrada com o The World As We Die World Tour e essa será sua primeira apresentação com o projeto solo em território brasileiro.

Completam o line up da sexta-feira, Zumbis do Espaço, Carbona, Excluídos e Corazones Muertos, além da discotecagem de Thiago DJ (apresentador do programa Heavy Pero no Mucho, da Rádio 89 FM).

Contando com 14 shows, o segundo dia de festival começa às 12h e terá Di Ferrero, Supercombo, Kamaitachi, Glória, Menores Atos, Pe Lanza, Cefa, Axty, Odeon, Meu Funeral, Ravel, Impavid Colossus e Fake Honey. A noite também contemplará o já tradicional karaokê do Oxigênio, com a banda Karaokillers.

O terceiro e último dia, domingo (20/11), também abrirá às 12h e será a vez de mais 14 bandas se apresentarem no Aeroclube – com mais um nome internacional de peso: Helmet, ícone do rock alternativo formado em 1989 na cidade de Nova Iorque (EUA) e com um estrondoso sucesso na década de 1990, além de ter sido e ainda ser influência para novas bandas de indie, punk e até metal.

Junto ao Helmet, CPM 22 na turnê dos 27 vitoriosos anos de carreira, Pense com nova formação, Garage Fuzz, Gritando HC, DFC, Colligere, The Mönic, Flicts, Forgotten Boys, Abraskadabra, Der Baum, Tara Bipolar e mais uma edição do Karaokillers.

Apresentado pela Vans, o festival receberá ativações que incentivam a expressão criativa inspiradas pelos esportes de ação, música, arte e cultura de rua, além de uma mini ramp com sessões do time da Vans Brasil e, também, disponível ao público. Outra novidade é um espaço kids montado na área externa.

Devido ao espaço privilegiado do Aeroclube, a edição terá um local ainda maior para bancas de merchandise e mesas disponíveis para os fãs. O camarote, composto pelo mezanino com bar é mais um diferencial do 7º Oxigênio, oferecendo visão privilegiada para ambos os palcos.

O Oxigênio Festival 2022 ainda conta com patrocínio da Monster Energy, Instax Fuji Film e Xeque Mate. 

Fonte

Vans

quarta-feira, 9 de novembro de 2022

ARQUIVOS EXPLÍCITOS #19 - Contos e crônicas da opera Rock do terror cotidiano.

Mais uma prosa porrética

Por Fabio da Silva Barbosa

 

Era apenas mais uma criança de rua, um garoto perdido

Hoje um adulto

de acordo com as regras importas e normas que determinam o que você é de acordo com os números e conceitos pré concebidos.

Mas continua sendo o mesmo.

Cortando as ruas como uma faca.

Lutando por mais alguns minutos de vida 

entre carros e boçais que desejam esmagar sua cabeça

como se fosse uma barata repugnante.

Espero não perder tão cedo a oportunidade de cruzar pelo 

seu sorriso nas ruas escuras, secas e úmidas

dormindo sobre uma caixa de papelão

ou empurrando seu carrinho por aí 

Já que da rua decidiu não sair

dizendo que ali sim se sente em casa

que em sua casa te deixem em paz


Seguimos firmes! Até a próxima!

domingo, 6 de novembro de 2022

Deep Memories: anunciado ‘lyric video’ para “Uncontrolled Cells Multiplication”

 

Visando ampliar ainda mais a divulgação do novo álbum, “Why Do We Suffer?”, a banda paulista de Death/Doom Metal Deep Memories acaba de anunciar mais um trabalho audiovisual deste material.

Trata-se do ‘lyric vídeo’ para a faixa “Uncontrolled Cells Multiplication”, que conta com a produção e edição de Wanderley Perna da W Design e está previsto para o próximo dia 16/11/2022.

“Why Do We Suffer?” foi lançado oficialmente no dia 30/09/2022 com exclusividade pela Heavy Metal Rock e pode ser adquirido por apenas R$ 25,00 (+ frete) clicando aqui.

Sites relacionados:

www.deepmemories.com.br

www.sanguefrioproducoes.com

Fonte

Pesquisa Music Reunion

PERC3PTION - Once And For All - Resenha CD

PERC3PTION

“Once And For All”

Shinigami - Nac.

 

“Once And For All” é um álbum que já tem um tempo de lançado. Mais precisamente, foi lançado em 2016, via Shinigami Records. Mas enquanto o Perc3ption não lança o seu tão esperado novo álbum de estúdio, faço a resenha desse seu segundo álbum. O disco começa com a forte “Persistente Makes the Difference”, com um trabalho de bateria, a cargo de Peferson Mendes, fantástico. O cara simplesmente detona nas levadas velozes. Por falar em velocidade, essa música envereda pelos lados do Power Metal, mesclando, ainda, boas melodias e quebras de andamentos. Bem, a banda não soa simplesmente Power Metal. Digo que esse estilo é apenas um complemento, já que o Perc3ption tem uma musicalidade bem apurada, ou seja, faz um Prog Metal de alta qualidade, mas sem deixar de lado certa velocidade e até mesmo alguns andamentos mais agressivos, o que torna a sua música fácil de ser ouvida, até mesmo por quem não é tão afeito ao estilo. As vocalizações de Dan Figueiredo (não mais integrante da banda) carregam bastante ‘feeling’, com uma boa variação, indo de algo mais limpo a uma passagem ou outra carregada de agressividade (sem exageros). O tempo de duração do álbum passa de uma hora, porém o que aqui ouvimos faz com que o disco passe de forma rápida, pois a qualidade musical (e dos músicos) não deixa nada a dever a qualquer baluarte ‘gringo’ do estilo. E, por encontrarmos músicas mais longas, é fácil ouvir, numa mesma música, a velocidade do Power Metal e as quebras de tempo e andamentos bem típicos do Prog Metal, como já mencionei. “Braving the Beast”, que é a maior música do álbum, contendo mais de dez minutos, é um bom exemplo disso. Outra que merece menção é “Magnitude 666”, com suas levadas Power Metal. E por falar em Power Metal, “Extinction Level Event” é uma excelente representante do estilo. Já “Through the Invisible Horizons” pode servir de parâmetro para o que é a sonoridade do Perc3ption, já que apresenta passagens Power Metal, variações Prog Metal, e grande peso nas guitarras, se tornando, assim, uma de minhas preferidas do álbum. O trabalho, seja nos riffs ou nos solos, das guitarras de Glauco Barros e Rick Leite é o que torna o disco bem pesado em muitas passagens. Isso tudo acompanhado pelas fortes linhas de baixo de Wellington Consoli. A gravação está num nível altíssimo, e deixou toda a parte instrumental bem nítida, com um volume que nenhum instrumento se sobressai ao outro. A arte da capa é belíssima e deixa para o ouvinte a responsabilidade para a interpretar, afinal, tem muitos, muitos detalhes. Parte lírica muito bem escrita e que também pode ser deixada para o ouvinte a forma de a interpretar, mesmo que alguns temas tenham uma linha lírica mais triste e realista. Não diria que “Once And For All” é um álbum indicado para os amantes do Prog/Power Metal. É um álbum para quem gosta de música pesada, de qualidade... Para aqueles que não estreitam sua audição dentro do Heavy Metal.

 

Contatos:

https://ffm.to/perc3ption

www.facebook.com/Perc3ption

 

Resenha por Valterlir Mendes

JAEDER MENOSSI - Interestellar Experience - Resenha CD


 JAEDER MENOSSI

“Interestellar Experience”

Heavy Metal Rock - Nac.

Seria “Interestellar Experience” um álbum para amantes da guitarra? Seria Jaeder Menossi um mero músico fazendo malabarismos com sua guitarra e mostrando o quão rápido e preciso é em suas notas? Bem, para dirimir qualquer dúvida, nada melhor que colocar esse primeiro álbum do guitarrista para rolar e tirar suas próprias conclusões. E o mais interessante, nesse tipo de trabalho, é ser surpreendido de forma boa, afinal o disco não se limite a milhões de notas na guitarra, solos intermináveis ou qualquer devaneio instrumental. Jaeder, nesse disco, é acompanhado pelos músicos Jere Nery (vocal), Rodrigo Barros (baixo) e Loks Rasmussen (bateria, exceto em “Travel to Neptune”, que ficou a cargo de Geraldo Martins), que em nenhum momento procurar cobrir a importância do guitarrista em seu disco solo, porém fazem sua parte para tornar o disco ainda mais agradável de se ouvir. Exemplo disso já temos logo na abertura do álbum, com “Countdown/Release”, com os músicos realmente dando apoio para que Jaeder mostre todos os seus dotes. Apesar das guitarras de Jaeder serem o carro-chefe, com muitos solos, licks e riffs, os músicos de apoio mantém o peso durante a execução da música. Também gosto quando num álbum de um guitarrista podemos ouvir músicas com vocais, para não ficar um disco cansativo e apenas indicado para músicos. A pegada “shread”, com notas rápidas e rápidas transições entre elas, dá espaço para uma levada mais Hard n’Heavy nas músicas com vocais, como é o caso de “Andromeda”, onde Jere faz boas vocalizações, sem muitos exageros ou notas agudas inalcançáveis. Mas se você é fã do já mencionado estilo “shread” opções não vão faltar: “Landing at Mars” mostra toda a desenvoltura e qualidade instrumental de Jaeder. “Jupiter Moons” é outra que traz o guitarrista em grande forma. E, se frise, as músicas, mesmo instrumentais, não soam iguais uma a outra. O guitarrista tem um grande leque musical em suas mãos (ou dedos). Mas, também, pudera. Jaeder tem uma longa carreira, que já conta com mais de 30 anos, com apresentações dentro e fora do país, seja com a sua banda, Pop Javali, ou ao lado de músicos do Dr. Sin, Mr. Big, entre outros. A produção do álbum ficou a cargo do baixista Rodrigo Barros, e está num bom nível. A parte gráfica é bem cuidada e informativa. Álbum indicado não só para guitarristas, mas, também, para quem gosta de um bom Hard n’Heavy.

 

Contatos:

www.instagram.com/jaedermenossi

www.facebook.com/jaederangelini

 

Resenha por Valterlir Mendes

3RD WAR COLLAPSE - Damnatus - Resenha CD

 
3RD WAR COLLAPSE

“Damnatus”

Guttural Brutality - Imp.

 

Bruto! Que disco bruto! Não há melhor forma de descrever esse primeiro álbum do 3rd War Collapse, projeto que tem como integrantes, nesse primeiro lançamento, Cristiano Martinez (guitarra/vocal, ex-Vomepotro), Rodolfo Carrega (baixo/vocal, Clawn), Kalle Lindofers (bateria, Inferia, Plaguebreeder). E para quem conhece as duas bandas brasileiras citadas, sabe que ambas, quando o quesito é Death Metal, nunca brincou em serviço. Nas 11 músicas (!!) contidas em “Damnatus” não há concessão para melodias bonitinhas ou espaço para “climinhas”. O que ouvimos é uma brutalidade desenfreada, do início ao fim. E isso não quer dizer que o disco é maçante, chato de se ouvir, sem opções. Em meio a todo o caos emanado, o trio não se limita a fazer uma sonoridade reta ou sem alternâncias de andamentos. Pelo contrário: o disco nos dar diversas opções, mas, sendo repetitivo, sem nunca perder a brutalidade. E num disco tão linear, no que se refere a sua qualidade musical, a parte mais difícil é apontar esse ou aquele som como o destaque do álbum. Os vocais, divididos entre guitarrista e baixista, são levados às últimas consequências. Um verdadeiro esporro gutural. Não dá para ficar indiferente - falo dos amantes do Brutal Death Metal - a pancadas como “Eyes of Deception”, “Broken Celibacy”, “Headshot” e “Stagnation”, só para citar algumas músicas. O tipo de gravação, que deixou a parte instrumental com uma levada mais ‘seca’, trouxe ainda mais agressividade a esse disco de estreia. Parece que o que ouvimos no álbum foi metodicamente trabalhado para deixar os fãs do estilo em êxtase. E mencionei no início da resenha que o álbum tem 11 músicas, porém o seu tempo de duração nem chega a 27 minutos. Curto, direto, sem firulas! A arte da capa ilustra bem o estilo praticado pela banda. As letras abordam o cotidiano, o caos humanitário, guerras... Esse é o tipo de álbum que o ouvinte, de forma alguma, vai conseguir ouvir uma única vez e deixar para lá. Quando recebi esse disco, ele ficou por dias no meu aparelho de som. E, veja bem, impossível não se lembrar de Brutal Death Metal e não ir procurar esse disco na coleção e o colocar para rolar. E já tenho notícias de que já trabalham num novo álbum. Aguardando...

 Contatos:

www.instagram.com/3rdwarcollapse

www.facebook.com/3rdwarcollapse

 

Resenha por Valterlir Mendes

SUNROAD - Walking the Hemispheres - Resenha CD

 
SUNROAD

“Walking the Hemispheres”

Musik Records - Nac.

A banda Sunroad, oriunda de Goiânia/GO, já está na ativa há bastante tempo. Para ser bem exato, há 26 anos. “Walking the Hemispheres” vem a ser o seu oitavo álbum de estúdio, ou seja, é uma banda bem prolífica. Apesar disso, o que sempre me deixou com um pé meio atrás com a banda foi sua abordagem lírica. Assim sendo, ao receber esse novo álbum do Sunroad, fui conferir qual a temática abordada e se havia alguma espécie de doutrinação religiosa nelas. Felizmente o que li, nas letras desse disco, não enveredam por esses caminhos. São letras bem escritas, tratando de existencialismo e assuntos inerentes, por vezes intrincadas e que carecem de aprofundamento na leitura para seu entendimento. Musicalmente a banda transita entre o Hard Rock, Prog Metal e até mesmo Heavy Metal, carregando uma aura anos 70, como já ouvido logo no início do álbum, já que a faixa-título, que abre o disco, traz uns Hammond no melhor estilo Deep Purple. E essa música é carregada de ‘feeling’, nos faz voltar no tempo, mas, de certa forma, carregando algo mais contemporâneo. Um paradoxo bem vindo. A interpretação do novo vocalista Steph Honde é magistral, carregada de sentimentos, sem exageros e até mesmo trazendo algo mais grave na voz. Mas é o todo que realmente deixa o álbum excelente para se ouvir. A construção da musicalidade da banda é algo que me deixou espantado. Eu esperava ouvir algo mais burocrático, confesso, mas o que ouvi durante todo o decorrer de “Walking the Hemispheres” é uma música contagiante, cheia de agradáveis surpresas e indicada para quem gosta de um som pesado, com excelentes melodias. Ponto para Netto Mello (guitarra), Mayck Vieira (guitarra, baixo), Van Alexandre (baixo, guitarra) e Fred Mika (bateria). Vale mencionar que Steph é o responsável, também, pelos teclados tocados no disco e tocou guitarra no cover “Try Me” do UFO. O disco contém 12 faixas, o que para o estilo, parece ser longo, mas nem chega aos 50 minutos de duração. E o tempo passa rápido, devido à qualidade musical - já mencionada - que ouvimos no álbum. Gravação num bom patamar. Arte da capa trazendo muitos detalhes, portanto podendo ser interpretada de diversas formas. E os destaques são vários, para quem gosta de um som que não se limita a trazer passagens progressivas, mas que transita por algo mais rápido e melódico, além daquele tradicional Rock N’Roll que te remete aos anos 70. Ouça a faixa-título, “Living in a Dream (Red Sign Mirror)”, “Silence Erupting Inside” (com um show das guitarras) e “Shoot the Clock” (de levada mais compassada, com uso de Hammond e com os dois pés fincados nos anos 70).

Contatos:

www.facebook.com/sunroadofficial

www.instagram.com/sunroadofficial

 

Resenha por Valterlir Mendes

CRUCIFIXION BR - Human Decay - Resenha CD

 

CRUCIFIXION BR

“Human Decay”

Shinigami - Nac.

“Human Decay” é o segundo álbum de estúdio da banda Crucifixion BR e que, coincidentemente (ou não), marca os 25 anos de sua formação (a banda surgiu em 1996, em Rio Grande/RS). Apesar de toda a sua longevidade como banda, eu só vim a conhecer o Crucifixion BR a partir desse novo álbum. E, digo, foi muito bom conhecer a banda logo a partir desse poderoso disco. “Human Decay” é um álbum que agradará em cheio os amantes do Death Metal, com algumas pitadas aqui e ali de Black Metal. É música para quem procura brutalidade, peso, densidade. “Human Decay” nos apresenta uma musicalidade desconcertante, alternando agressividade e andamentos mais cadenciados, sejam nas mesmas músicas ou durante a execução do disco. Não é um álbum em que o ouvinte vai ouvir um som linear, “reto” ou veloz o tempo todo. E a agressividade se encontra justamente aí: não necessariamente é preciso velocidade para se fazer um disco brutal. Temas como “Annihilation and Victory”, que nos mostra andamento mais denso e com inserção de ótimos solos de guitarra, “Into the Abyss”, que também traz ótimos solos, no seu início e no seu decorrer, e a devastadora “Blood Fire Victory”, a qual não deixará o ouvinte inerte, são bons exemplos do poderio encontrado nesse novo disco do Crucifixion BR. O disco contém 12 faixas, porém “Opening the Gates, Blasphemy Returns”, “Confirmed Execution 666”, “Passage” e “The Final Chapter”, são uma espécie de “intermezzos”. “Insanidade Bestial”, apesar de seu título em português, é totalmente cantada em inglês, fato bem curioso e explicado na entrevista concedida ao Recife Metal Law. A parte lírica transita pelo ocultismo, caos, destruição, ataque às religiões, mas, também, dando ênfase à lutas e vitórias. A gravação está num excelente patamar e ficou a cargo do Hurricane Studio. “Human Decay” traz, ainda, como convidados Andre Rod (Attomica) em “Human Decay” e Dave Ingram (Benediction) em “Bloody Fire Victory”. A formação responsável pela gravação do disco foi: Maxx Guterres (guitarra/vocal), Beto Factus (baixo), Juliana Novo (bateria) e Miller Borges (guitarra). Um álbum altamente indicado e apresentado de forma impecável, seja na produção sonora, execução das músicas ou na bem cuidada parte gráfica.

 

Contatos: www.crucifixionbr.com

 

Resenha por Valterlir Mendes

MARDUK - “Viktoria” - Resenha CD

 

MARDUK

“Viktoria”

Urubuz - Nac.

 A banda sueca Marduk já tem uma discografia bem longa, seja com álbuns ao vivo, splits, EPs e tudo que é lançamento. Atrás dessa longa lista de lançamentos, também há muita polêmica, uma vez que as letras da banda nunca se prenderam meramente ao satanismo, anticristianismo ou temáticas obscuras. “Viktoria” talvez seja o álbum que mais foge de tais temáticas e se apega muito a uma linha lírica bélica (não que a banda já não faça isso há algum tempo em seus discos, mas nesse está ainda mais forte tal temática), bem ligada a II Guerra Mundial. E aí está o lado polêmico da coisa, já que alguns dizem que o Marduk tem letras dúbias, não deixando claro “de que lado a banda está”. E talvez esse seja o fator que a banda mais se apegue: deixar que cada um interprete suas letras da forma que quiserem. A começar pela demolidora “Werwolf”, trazendo sons daquelas sirenes que avisam para que as pessoas se abriguem de ataques aéreos, o que a torna um verdadeiro arrasa-quarteirão. Na sequência vem “June 44”, uma música que mescla brutalidade com andamentos compassados e uma interpretação vocal de D. “Mortuus” Rostén simplesmente fantástica! Musicalmente a banda traz o seu típico estilo de fazer Black Metal, aqui ainda mais apurado. Sem concessões ou fraseados bonitinhos. O disco é muito agressivo, do início ao fim, não importando se encontramos momentos de maior rispidez e velocidade, como em The Devil’s Song”, ou se a música tem andamentos em meio-tempo e seja mais densa, a exemplo de “Tiger I”. As típicas guitarras (capitaneadas pelo único membro original da banda, M. Håkansson) “zunindo” aparecem. O baixo de M. “Devo” Andersson consegue ser ouvido em meio a todo o caos apresentado. E a bateria de F. Widigs é um verdadeiro bombardeiro (exceto em “Tiger I”, onde segue o andamento mais compassado da música). O álbum, gravado no Endarker Studio, teve a própria banda à frente da produção, o que foi essencial para o deixar total Marduk. A arte gráfica (com uma capa polêmica, como não poderia deixar de ser) é apresentada em um tom preto, com foto da banda (em preto e branco), para enfatizar ainda mais o quão desoladora, desesperadora, é a sonoridade da banda em “Viktoria”. No Brasil o álbum foi lançado pela Urubuz Records, disponível em slipcase. Não, não é um álbum indicado para principiantes ou sensíveis. É Marduk em seu estado puro (e bruto). Ame ou odeie.

 Site: http://marduk.nu


 Resenha por Valterlir Mendes

Gangrena Gasosa lança o single inédito “Boteco-Teco”

 Música foi apresentada pela primeira vez ao vivo no Rock in Rio e agora está nas plataformas de streaming

Gangrena Gasosa, depois do sucesso de “Rei do Cemitério” e “Headboomer”, apresenta o terceiro single deste ano, “Boteco-Teco”, que estará no próximo disco de estúdio, a ser lançado em 2023. Estas três músicas lançadas foram estradas ao vivo no show que a banda realizou na última edição do Rock in Rio.

Disponível em todas as plataformas digitais, “Boteco-Teco” apresenta o conteúdo lírico ácido e certeiro do sexteto. Ouça o single: https://open.spotify.com/track/5i2Ur5wea9vLjpafqHwtwG 

Entre vários shows pelo Brasil, a banda realizou recentemente uma apresentação – transmitida ao vivo pelo canal Bis – no Rock in Rio, como atração principal do palco Espaço Favela. Em novembro, retornam ao lendário palco do Circo Voador, no Rio de Janeiro, para um show ao lado do Matanza Ritual, depois se apresentam no Maranhão Open Air, festival que trará também bandas como D.F.C., I Am Morbid, Shaman, Richie Ramone, Ambush, Rebaelliun, Doyle, entre outras.

A atual formação da Gangrena Gasosa conta com, além dos vocalistas Angelo Arede (Zé Pelintra) e Davi Stermimiun (Omulu), com o baixista Diego Padilha (Exu Tranca Rua), a percussionista Ge Vasconcelos (Pombagira Maria Navalha), o guitarrista Minoru Murakami (Exu Caveira) e o baterista Alex Porto (Exu Tiriri). Representando o lado underground da expressão cultural brasileira, o grupo mescla metal e hardcore com elementos de Umbanda.

Uma verdadeira lenda da cena underground, a banda carioca Gangrena Gasosa tem mais de trinta anos de estrada, quatro álbuns lançados e muito trabalho pela frente. Recentemente, além dos singles lançados nos últimos meses, disponibilizaram o videoclipe de “Rei do Cemitério”.


Fotos: Fabiano Soares


Fonte
Clovis Roman
Jornalista/Escritor/Fotógrafo