Por Fabio da Silva Barbosa
Pensou
em revisitar velhos escritos... Não era essa a proposta. A proposta era uma
coisa inédita por quinzena - algo criado especialmente para os Arquivos Explícitos.
A única exceção até o momento foi com o texto escrito em parceria com o mano
Alexandre. O resto foi tudo cagado, vomitado, expelido e exorcizado
especialmente para esta coluna, pensando nela e sem releitura, acertos ou
segundas versões. A ideia é deixar fluir da maneira mais insana possível.
Pensou
em escrever um conto de terror sobre Konga, a mulher gorila. Essa já é uma idéia antiga e muito bem vinda. Tem uma ligação
forte com a infância do Velho. Mas ainda não seria dessa vez. Ficaria mais
pradiante. Espero que a máquina biológica espere.
Pensou
em dar continuidade no seu projeto de livro infantil para adultos lerem.
Deixaria a coisa coluna para outra ocasião. Mas não podia fazer isso. Estava
com essa ideia há muito tempo assombrando seu crânio já extremamente
atormentado. Só precisava dar forma, elaborar.
Acende
um cigarro e mendiga um pouco de carinho a brasa mórbida que segue a lhe matar.
Não tem mais condições. Nada tem. O que nunca teve sentido, virou a própria
falta de sentido. Não é mais como antes. Não existe mais o surf de carro e a
guerra de saco de lixo. Tudo isso é coisa do passado. Nada mais existe. O vazio
atinge o patamar do belo, de tão fúnebre.
Resolve
a questão. Fará um retrato de si mesmo. Mesclará retrato e pintura em uma
composição sórdida. A poesia não pode faltar. Ela nunca falta. Seria como
acreditar que a vida pode deixar de ser amarga. Novamente irá se expor. Exibirá
sua nudez como quem ilustra todo o flagelo humano.
Uma
corrente elétrica impulsiona seu desgastado corpo senil e as palavras começam a
surgir na tela fria do computador. Cores da desgraça, do sangue, dor e
angústias preenchem o espaço vazio, sideral.
Nasce
mais um conteúdo para esta coluna blasfema.
ATÉ A PRÓXIMA!