ALBOR
“Greetings”
Independente – Nac.
Conheci a banda potiguar Albor através de sua Demo de estreia, “Unknown”. Lembro-me que gostei bastante do que ouvi na época e na minha resenha mencionei que a banda merecia um full lenght de forma urgente. O álbum veio, não tão de forma rápida, afinal da Demo para o álbum “Greetings” se foram seis anos. Mas para quem gostou da Demo, assim como eu, vai se agradar desse primeiro álbum. Os elementos tradicionais do Doom Metal foram mantidos, assim como as influências de Candlemass e Solitude Aeturnus também. Claro, não poderia deixar de haver algumas linhas de guitarras, na sonoridade do Albor, que nos fizesse lembrar o Black Sabbath. Porém, apesar das citadas influências, a banda faz uma música com propriedade, sem, nunca, poder ser acusada de mera cópia. A criação instrumental apraz o ouvinte e amante de um bom Doom Metal fincado nas raízes do estilo. Passagens densas e pesadas, mescladas com as vocalizações limpas e com características próprias de Wellington Lima, criam momentos lúgubres. Há momentos em que o baixo de Josivan Gallhenger, com uma distorção moribunda, e as passagens acústicas, mostram toda a criatividade da banda. As guitarras de Anderson Oliver e Matheus Medeiros bebem na fonte dos grandes ícones do estilo e tem um pé fincado lá na década de 1970. Já o outro pé tem raízes na década de 1990. O ouvinte pode escolher o que mais lhe agradar. Já as levadas de bateria de Müde mostram grande sintonia com as linhas de baixo, o que torna o som do Albor ainda mais denso. Bom exemplo disso é a música “Albor”. Mas, claro, posso citar, também, a faixa-título, “Insane Choice - II”, “Unknown”, pois são músicas que tem como características trazer momentos pesados e densos. Outra que menciono aqui é “We the Gods”, que traz uma mescla musical que vai de Black Sabbath a Deep Purple e Candlemass, e ficou belíssima! A arte da capa, feita pelo próprio vocalista Wellington Lima, ficou muito bonita e retrata um processo de inquisição e queima de uma “bruxa”. Produção sonora, feita no Black Hole Studio (Natal/RN), de alto nível, deixou todo o instrumental bem dosado. Brasil cada vez mais apresentando bons nomes no Doom Metal. Albor é um deles.
Resenha por Valterlir
Mendes
Nenhum comentário:
Postar um comentário