segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Faith Girls - Edição # 16 - Naked Lunch - Enfim, algum tipo de conceituação...



O objetivo

Vinha trabalhando numa estética erótica e sombria procurando uma linguagem própria com referências ao Alt Porn e até mesmo a pornografia convencional porém com alusões aos mestres, mesclando surrealismo, distorção, obscuridade e alto teor de sensualidade, às vezes nem tanto e outras tantas, totalmente explícita.

Baseando-me em referências modernas e contemporâneas como Francesca Woodman, Nan Godin e Jan Saudék principalmente. 


Com o tempo fui deixando o conceito alternativo de lado e buscando algo mais autoral e particular. Creio que o Alt Porn, no decorrer das décadas vem perdendo sua essência original que se fomentava através de "musas undergrounds" pertencentes a diversas contraculturas.
Não pretendo mais desbravar uma solução estética que possa ser utilizada nessa subcultura, embora em nada me oponha que a seja. 

Penso que do mesmo problema por qual passam todos os movimentos de contracultura o Alt Porn sofre: foi se dado (a)conta da grande capacidade comercial que se tinha em mãos e em poucos anos tudo foi convertido em uma indústria que expõe parâmetros de beleza novamente comuns, disfarçados num híbrido de alternativos pífios.



Talvez, se houvesse um direcionamento para dentro de seus múltiplos conceitos com uma grande reformulação artística/estética calcada em décadas anteriores aos anos 50, as bases da "movimentação" seriam mais rígidas. O fato é que a questão lucrativa sobrepujou a Arte e mais uma vez a banalização alcançou patamares invencíveis.


Creio que minha problemática particular ganha peso na busca por um refinamento estético/erótico que sirva de contraponto ao contraditório do Alt Porn e de todas suas vertentes. Apenas uma "passada" pela retórica original para ser ter um princípio, um embrião digamos, abastecida de muitos mais embasamentos. 




Agora, a questão oportunista mercadológica, mais uma vez, e essa é a minha sina como artista, pouco interessa; e é a Arte sim que precisa ser trabalhada, mas sem ranço algum de salvação. 



Nada precisa ser salvo mas algo novo quer surgir.

Texto e fotos por Porão

Fonte

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