quinta-feira, 19 de setembro de 2013

''8 anos de Bueiro do Rock'' - Resenha de Show

8 anos de pura dedicação e organização. 8 anos de pura alegria e simpatia. 8 anos de aventura e acontecimentos. 8 anos de Bueiro do Rock. Uma data histórica aos amigos, parentes e proprietários.
Os teresinenses amantes do metal foram agraciados neste sabado (14/09) com o show das bandas Scrok, Empty Grace, Kuazar (Promovendo o lançamento do DVD intitulado 'Wrath On The Road') e Vulture com a única apresentação no nordeste. O local escolhido para o evento, foi o próprio Bueiro do Rock, localizado na Zona Norte da capital.
Estava se criando um ótimo clima para o evento. Local bem estruturado, ótima localização, o apelo por ser o único show das bandas Vulture e Kuazar, etc... Não teve o público que realmente era esperado mas o suficiente para mostrar que por aqui não tem frescura. A casa abriu por volta das 21:00, estampando a ansiedade no rosto de cada amante do Metal presente ali.
Se inicia por volta de 21:30 uma das melhores e mais respeitadas bandas de Thrash Metal da cena. Scrok, divulgando suas novas músicas e novo integrante (Está aprovadissímo). Que por sinal, ja está próximo o lançamento do debut 'Welcome To Terror'. Confesso que a banda foi uma grata surpresa, conseguindo aquecer todo o público presente, apesar de alguns pequenos erros básicos de sonorização nos retornos.
Banda de muita qualidade e que muito me surpreendeu. Parabéns aos organizadores pela escolha, e parabéns à banda pelo som.

Setlist 'Scrok':
Devastation
Disgrace Onine 
Corrosive Capitalism
Dead By Razor
Northeast
Race 
Kill The Tyrants
Zaratustra

Após o show do Scrok, era impossível esconder a iminente ansiedade pelas seguintes bandas. A galera se movimentava, iam até o bar, aos stands montados, só para terem a certeza de não precisarem sair após começar a ''pancadaria''. E finalmente, a casa veio a baixo rapidamente com os brothers do Empty Grace (Que no início deu pra perceber algumas falhas no vocal do Marcus e nas guitarras do Nanno Tajra).
Tocaram músicas do 'Subterranean's Soul's March', umas novas (Que estão sensacionais e que tocam seu ouvido como uma farpa de madeira... brincadeiras a parte, certo Nanno?!) e penso eu que ate uma de alguma demo, não tenho certeza, mas enfim. 
Em uma das músicas, Ângelo deu uma pequena errada básica em uma das músicas, mas deu pra pegar novamente (Que por sinal, fiquei foi com medo de quebrar os pratos da Tamanduá Produções). O que me chamou atenção também, além da técnica de Ângelo, foi os riffs violentos e organizados de Nanno, que ao juntar aos gutturais e ''drives'' de Marcus, ficou perturbador.
Foi muito bom estar ali ouvindo e sentindo como se fosse uma faísca para movimentar quem tem o combustível dentro do peito, aproveitar cada segundo como um tarefa feito com extremo sucesso.

Setlist 'Empty Grace':
Concerning The Humanity
Rotten Reflections
Bloody Battles In Great Field
Unnecessary Suffering
Empty Grace
Rising In Blood
Inner Weakness
Subversive Worms
Distorted Visions Of God

A dúvida bateu. Quem seria agora, Vulture? Kuazar?
Pronto, entrou ao palco Ratty Gonzales, descobrimos que era justamente o Kuazar.
Tudo estava realmente impressionante. A banda é de extrema qualidade e Jose Maria sabia exatamente como fazer a galera agitar. Começando com a belissima entrada triunfal de todos, seguido da música 'Hunter And Prey', que sinceramente todo riff utilizado era um sentimento bem Thrash que encaixava certamente na mente de ouvinte. Apenas.
Palavras sinceras e diretas de Jose em relação as manifestações ocorridas a meses atrás e uma revolta contra as politicas atuais em geral, fez com quem todos ficassem mais agitados. Proseguindo com uma das músicas que eu estava esperando. 'Black Soul'. Solos...Solos...Solos e mais solos. Marcelo colocando pra arrazar no baixo, até que...Uma corda do baixo quebra. O que seria disso agora? Como poderia proseguir? Ah, por isso que serve os amigos. Valter do Scrok, disponibilizou seu baixo. Continuando... A música proseguiu e o ''quebrar pescoço'' foi insamente feito, ja que Ratty pediu, desde a chamada do público.
'Alcatraz', não sei bem o que ocorreu, mas não curti muito ela ali ao vivo, mas tudo bem...
Putz, que loucura... Não tenho nem palavras o suficiente para agradecer ao Jose, por lembrar de mim e tocar a música 'Truth Of Reality' em minha homenagem (Pediu até palmas também), por causa do apoio que dou a banda a algum tempo e por toda a amizade que tenho com ele. ''A verdade é apenas uma, a verdade é a realidade'', sábias palavras de Jose, antes de começar um Thrash que pirou até as mulheres encostadas em seu canto. 

Um backing vocal insano de Marcelo mostrou que a linhagem de Kuazar é diferente e surpreendente. Percebi que até as pessoas que foram pra ver outra banda, se mostraram surpreendidos com a capacidade e presença da banda. Isso é fato.
Com mais algumas palavrinhas e um pouco de oxigênio para proseguir, Jose fala sobre a guerra do Paraguai e os detalhes que ocorreram(Foi até uma aula de geografia pra mim). 'Twenty Days In Hell', 6 minutos de preparação e direção de uma música original. Botaram a platéia em ação, que correspondia do jeito tradicional; moshs simples e bangings.
'Light Of Damnation' e 'Inner Prison', foi digamos que um ''split'' entre Jose Maria e Marcelo assumindo na 'Inner Prison' a intro com uma guitarra, colocando em prática a harmonia entre os dois instrumentos e a performace verdadeira de como tem que ser. Suponho que foi apenas pra pegar folêgo, mas depois veio um petardo violento, em completa ação. Sem comentários. É foda e pronto!

''The World Is Destroying Itself'', formou um mini mosh que até algumas mulheres (Como a Bianca Lessa) chegaram a entrar. Acho que até são melhores do que nós homens nessa bagaça. Ficou igual como se estivesse no studio. Cada instrumento dava pra ouvir de forma coesa e perfeita. Erros? Não consegui identificar.
Após mais uma pequena pausa, a última headliner da noite, 'Kuriju', foi mostrada no palco para encerrar o massacre sonoro. Ouve a tentativa de fazer um extreme mosh, mas como cheguei a comentar mais acima infelizmente não tinham pessoas suficientes para fazer isso, mas foi divertido de qualquer jeito.
''Finish?'' Foi bom enquanto durou? Que nada, uma homenagem a Fernado (Brothers Of Metal) foi tocada, mesmo sabendo que ele não curte. Brincadeirinha e entrosamento que em pouco tempo todos tiveram.
No caso, a música foi a 'Iron Man' (Black Sabbath) sendo executada de forma exata e foi um dos pontos altos do show. Essa música representou um destaque bastante interessante nesta noite divertida. (Apesar de mesmo o Marcelo ter quebrado outra corda do baixo, que dessa vez foi a do Valter ''Scrok''. Acho que ele quase infartou)
Sem dúvidas uma das melhores bandas que o Bueiro do Rock ja trouxe.

Setlist 'Kuazar':
Hunter And Prey
Black Soul
Alcatraz
Truth Of Reality
Twenty Days In Hell
Light Of Damnation
Inner Prison
The World Is Destroying Itself
Kuriju
Iron Man (Black Sabbath)

O evento estava perto do fim, mas ainda havia uma banda para conferir. Era o Vulture, promovendo músicas que vão de demos (Que teve até uma música perdida entre essas demos) ao ‘Destructive Creation’..

Se passava de um horário não muito agradavel para alguns, resultando em uma pequena parte do público seguir rumo de volta a própria casa devido ao cansaço de um longo dia e das apresentações anteriores. Mas isso não veio ao caso de um cancelamento da banda.

Iniciaram a apresentação com uma intro e a furiosa “Empalação Brutal” (Dedicada até ao David Mazuad). Era lindo ver a performance da banda aliada à loucura dos ‘’sobreviventes’’. Bandas desse suporte não é todo dia que vemos, quem aproveitou, teve muito privilégio. Quem foi embora, so lamento.
Apesar de novamente aparecer uns probleminhas técnicos (Posso estar errado, mas percebi que a guitarra estava alto demais e o vocal baixo demais), o som estava impecável. Era possível ouvirmos todos os instrumentos, assim como a voz potente de Adauto. E o que dizer da iluminação? Pouca, mas deu pra conta e sustentou o clima de Teresina. Yuri e Max, estavam absurdamente incríveis. Riffs das guitarras, estavam soando fortemente e os solos intensos transmitindo a agressividade e fúria do grupo. Prova disso foram execuções de músicas como; ‘’Riders Of A New Age, Silence Of The Lambs, Dark Visions e Evil War Domination’’.

O show prosseguiu com músicas que caminhavam por seus diversos trabalhos lançados e não decepcionaram a plateia que, a cada instante, parecia estar mais revigorada e receptiva, mesmo diante do calor (Apesar der ser uma madrugada) intenso que ali se fazia presente.
‘’Empire Of Evil Empire’’, tudo corria bem até que acontece um imprevisto que assustou até os próprios músicos. A corda da guitarra de Adauto, arrebentou. E agora? No meio de uma música acontece algo desse jeito. Bem, o que fizeram foi pular a música e Junior Vieira (Scrok) emprestou sua guitarra a Adauto logo após a outra música, que foi uma que de acordo ao próprio Adauto, foi perdida e quem sabe pode aparecer em um futuro material.
Penso eu que iria terminar ali, mas não. Todos queriam mais e mais. Yuri, a partir de então começava a citar; ‘’Saideira. Vamos para mais uma!’’. Após 3 músicas, ao pensar que já estava no ‘ponto final’, mais saideira. David Mazuad, quase mata os caras.
Mas então, qual seria a próxima música? Exatamente, ‘’Abençoado Seja o Homem Ateu’’. Quem é que não estava esperando? Quem é que não curtiu? Mesmo quem foi pra conhecer, sentiu a pressão daquela música soando em sua alma. Totalmente técnica e contra os cristãos que tentam estragar esse mundo. Meu pescoço já não aguentava mais, por causa das apresentações anteriores, mas eu ‘’bangeei’’ bastante e curti muito mais do que esperava. Um orgulho pra mim ouvir uma das bandas que me influenciou proseguir na cena underground!
Com cada integrante ‘’quase morto’’, Max não retirava aquele sorisso do rosto (Não é a toa que te chamei de garoto sorisso no camarim, brother). Se garante bastante e possui bastante potencial em tocar em uma banda como essa.
Chegava nas ultimas duas músicas. Todos cansados, afim de tomar um banho e deitar.
Blasphemy Life e When Time Flees, essa eu juro a você, caro leitor; ‘’Não suportei’(Cansaço extremo. Tive que me enconstar em algo), mas foi de quebrar o queixo a apresentação dessas ultimas músicas apesar de toudo.
Apesar desses detalhes, tudo está guardado nas mentes dos bangers presente, porque esse evento marcou a história do Bueiro do Rock e das bandas. Não sei como demonstrar tanta alegria, mas já devem imaginar como fazer isso!
O Vulture realizou um set poderoso, que nem sei por quanto tempo durou, sinceramente. Mostrando que seu som é potente, feroz, intenso e que, sem sombra de dúvida, é uma referência no estilo.
‘’Em todos os 18 anos de banda, esse de Teresina foi o mais longo de todos’’. (Adauto Xavier)


Setlist ‘’Vulture:
Intro
Empalação Brutal
Cold Air
Riders Of A New Age
Dead God
Silence Of The Lambs
Murderous Disciples
Even Death May Die
Dark Visions
Evil War Domination
Empire Of Evil Fire (estourou a corda)
Death Metal Ways
Your Savior Will Never Come
Night Of The Unholy Flame
Abençoado Seja O Homem Ateu
Blasphemy Life
When Time Flees

Parabens ao Brothers Of Metal por toda essa iniciativa e dedicação, ao Bueiro do Rock pelos 8 anos de história e espaço, pelos bangers presentes e pela disponibilização das bandas! ‘’Vamo que vamo’’.


Fotos por: Underground Fotografia ‘’Lianna Sene’’ e bandas.

Por  Pedro Hewitt

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