sexta-feira, 29 de setembro de 2017

terça-feira, 26 de setembro de 2017

EUTANOS - The Satan God - Resenha CD

EUTANOS
“The Satan God”
Black Dragon – Imp.

“The Satan God” é o mais recente trabalho da banda equatoriana Eutanos, a qual vem divulgando seu nome em terras brasileiras já faz um tempo, inclusive tendo tocado no país e feito parcerias com algumas bandas daqui. Esse EP conta com apenas sete músicas e pouco mais de 27 minutos de duração, porém com um poder devastador incrível! Eu pude conhecer o Eutanos através de um Split que a banda dividiu com a brasileira ColdBlood e nesse novo trabalho a banda foi mais a fundo na sua junção de Black Metal com Grindcore, com inserções furiosas do instrumental, absurdamente rápido e um vocal que é bem diferente para o estilo, meio que gritado/esganiçado. Mas as músicas contidas nesse EP não se prendem apenas a velocidade e a uma sonoridade reta, até porque, logo na primeira música, a faixa-título, podemos ouvir pequenas doses de musicalidade mais trabalhada. Mesmo com todo o caos que ouvimos na sonoridade do Eutanos, não é uma violência gratuita, pois todo o instrumental é bem trabalhado. As guitarras trazem riffs bem trabalhados, por vezes marcados e extremamente pesados. Os vocais também alternam entre momentos mais guturais, ou seja, talvez seja a única parte do Eutanos que é violenta o tempo todo, já que quando sai da parte gritada, apresenta partes guturais, como bem aplicado em “A Thousand Headed Goddess Cum”, uma música que flerta com o Death Metal, na verdade um belo Death Metal, com inserção do vocal árabe e gutural de Nathalia Soria. Sobre participações, esse EP traz diversas, inclusive de instrumentos exóticos, em se falando do estilo praticado pela banda. A parte de produção sonora está num belo nível, assim como a parte gráfica, que traz desenhos bem impactantes. Faltaram tão somente as letras das músicas e fotos da banda. Antes de findar a resenha, devo dizer que um dos destaques do EP responde pelo título de “Satanico Pra Caralho”, que conta com a participação de MKult do Coldblood. O Eutanos, nesse EP, é: James Peterson (vocal), Nicolas Breilh (bateria), Roberto Hurtado e Bismarck Leiton (guitarras) e o baterista convidado David Tomaselli.

Site: www.facebook.com/eutanos

Resenha por Valterlir Mendes

WITCHING ALTAR - ENTREVISTA


Na ativa desde 2011, a Witching Altar surgiu com o propósito de ser uma banda, mas devido a alguns empecilhos, os músicos T. Witchlover (vocal, baixo) e Peter Vitus (guitarra) optaram por ser um projeto. Até mesmo em razão da mudança de cidade de T. Witchlover, já que atualmente reside na capital brasileira. Mas isso não foi motivo para que as coisas ficassem estagnadas. O projeto está bastante ativo, lançando diversos materiais e até mesmo cogitando em fazer alguns shows, com alguns convidados. Sobre isso e muito mais saberemos a seguir, na elucidavita entrevista respondida por T. Witchlover.

Metal Reunion Zine – Formada em 2011 pelos primos T. Witchlover (vocal, baixo) e Peter Vitus (guitarra), a Witching Altar surgiu com o objetivo de ser uma banda ou simplesmente um projeto para que ambos os músicos fizessem suas viagens alucinógenas?
T. Witchlover – 
A ideia inicial de formar o Witching Altar já havia surgido alguns anos antes, por volta de 2009, mas na época não tínhamos tempo livre para nos dedicar 100% ao projeto. Em 2011 conseguimos finalmente nos organizar e colocar a coisa em movimento. A princípio estávamos abertos à possibilidade de formarmos uma banda; por isso, enquanto começávamos a escrever as músicas que viriam compor o nosso primeiro full-length, também procuramos por outros músicos a fim de fechar um ‘line up’. Infelizmente, ou felizmente, nossa busca foi infrutífera e não encontramos ninguém interessante ou interessado em nos acompanhar. Decidimos então que poderíamos fazer a coisa toda funcionar sendo apenas uma dupla. Esse súbito “reinteresse” pelo Doom Metal ainda não era muito forte no Brasil na época, apesar de algumas outras bandas localizadas no Nordeste já estarem produzindo material mais ou menos nesse mesmo período.

Metal Reunion Zine – Desde 2013 a banda/projeto vem numa sequência de vários lançamentos, entre singles, EPs, Split, full lenght. Mas vale salientar que, atualmente, os dois membros da banda residem em cidades distintas. Então como é trabalhar na composição das músicas para o Witching Altar?
T. Witchlover –
 Desde que eu me mudei para Brasília/DF em 2014 começamos
a enfrentar o desafio de manter o projeto funcionando à distância. Preciso confessar que a coisa se mostrou mais difícil do que esperávamos, e desde então encaramos inúmeras dificuldades para manter a engrenagem ativa. Muito disso se deve à distância física, claro, mas as atribulações da vida mundana também exercem considerável fator negativo nessa equação. O ano de 2015 foi exclusivamente dedicado aos lançamentos e distribuição dos materiais (nosso primeiro full-length, o split com a banda alagoana Necro, entre outros), mas em 2016 já deveríamos ter iniciado a produção do que virá a ser nosso segundo álbum. Infelizmente as coisas não saíram como esperávamos e acabamos nos atrasando no processo. Entretanto, após algumas conversas entre eu e Vitus, decidimos que em 2017 correremos atrás do tempo perdido para que esse álbum possa surgir com todo vigor. O processo de composição seguirá como de costume: eu componho algumas ideias, Vitus faz o mesmo e depois juntamos tudo para formar os esqueletos das músicas. A única diferença é que agora essa colaboração terá de ser feita a distância, sem as sessões chapadas que costumávamos realizar no nosso covil.
Metal Reunion Zine – A musicalidade da banda tem suas raízes fincadas na música feita nos anos 70, mais precisamente no Occult Rock, Stoner, Doom Metal, além de passagens psicodélicas. Como surgiu o gosto de ambos os membros por esse tipo de sonoridade?
T. Witchlover – 
Particularmente não me sinto atraído pelo termo “Stoner”. Creio que seja um rótulo confuso, indefinido e que, para mim, denota características artísticas/sonoras que não enxergo na nossa música. O “Occult Rock” também acabou se tornando um termo com utilização bastante dúbia nos tempos atuais. Witching Altar toca apenas Doom Metal tradicional, nada a mais, nada a menos. Obviamente temos inúmeras influências de grupos de Rock Psicodélico dos anos 70, Acid Rock e Heavy tradicional, mesmo assim o amálgama principal vem da mistura soporífica de peso, lentidão, negatividade, melancolia e narcose característica das bandas de Doom Metal ‘oitentistas’. De onde surgiu o gosto por essa sonoridade? Creio que do único lugar possível: Black Sabbath clássico. Um caminho sem volta.
Metal Reunion Zine  – Witching Altar, T. Witchlover, Peter Vitus, a parte lírica, parte gráfica… Tudo que envolve esse projeto tem por finalidade reverenciar os ícones que influenciam sua musicalidade?
 
T. Witchlover –
 É uma característica estética comum ao Doom Metal tradicional prestar homenagens aos ícones responsáveis por erguer os alicerces do gênero, sobretudo durante a chamada “quarta onda” do Doom Metal. Sendo assim, pagar tributo aos grandes nomes do passado, bem como trilhar os caminhos por eles abertos, certamente representa boa parte da nossa obra, mas prefiro pensar que vamos além disso. Há outros elementos ligados ao Rock e Heavy clássico no nosso som, sem falar na parte lírica, que de maneira extremamente pessoal traz muito das minhas próprias experiências com pessoas, substâncias, situações e problemas de ordem psicológica/sentimental. Sonoramente falando, não temos pretensão alguma de fugir de nossas influências naturais. Você não verá o Witching Altar enfiando elementos que fujam da proposta enérgica do Heavy/Doom/Rock ‘n’ Roll de maneira aleatória apenas para (supostamente) soar “diferente” ou “original”. Não queremos reinventar a roda.
Metal Reunion Zine – O primeiro álbum veio após quatro anos de formação do Witching Altar. Lançado em 2015, “Ride With the Devil” recebeu o suporte de alguns selos para o seu lançamento. Como surgiu a oportunidade de ter o trabalho de estreia lançado por esses selos e como vocês avaliam todo o trabalho de divulgação feito pelos envolvidos?
T. Witchlover – 
Pelo que me recordo, o lançamento nacional de “Ride With the 
Devil” surgiu a partir de algumas conversas entre eu e Bruno da Soul Erazer Records (SP). Já tínhamos contato por conta do Beast Conjurator (banda de Death Metal recifense que integrei entre 2009 e 2014) e em algum momento passamos a discutir a possibilidade de lançar o full-length do Witching Altar em CD nacional. Bruno fez alguns contatos e pouco tempo depois tínhamos um grupo de selos empenhados em fazer esse lançamento acontecer. Seremos eternamente agradecidos pelo apoio desses camaradas (além de Bruno, Fábio Shammash do Mythological Cold Towers e Nuktemeron Prods.; Adauto e Odicelaf; Jaime e TheMetalVox). A divulgação do CD nacional foi ótima. Inclusive até hoje recebo mensagens de pessoas interessadas em adquiri-lo e sempre ouço de camaradas de selos/distros que o material vendeu muito bem. Acho muito importante que uma banda de Doom Metal tradicional, um estilo pouco difundido no Underground nacional, ainda por cima brasileira, atinja um número considerável de bangers. Alguns meses depois do lançamento nacional nós fomos procurados pelo selo norte-americano Divebomb Records para uma versão importada do CD. O material acabou saindo com um layout um pouco diferente, trazendo um encarte mais caprichado e uma faixa bônus a mais. Ainda falta sair dois lançamentos de “Ride With the Devil”, a versão em tape, pelo selo potiguar Catamaran Discos, e uma versão em LP pelo selo norte-americano No Slip Records. Por motivos diversos ambos lançamentos estão atrasados. Espero que possam sair ainda nesse semestre.
Metal Reunion Zine – O primeiro full lenght traz algumas músicas que se fizeram presentes em singles e na única Demo lançada pela banda. Como que essas músicas, anteriormente lançadas, foram trabalhadas para fazer parte do ‘debut’?
 
T. Witchlover –
 Na realidade todas as músicas que saíram no full já estavam devidamente gravadas desde 2012. Como tivemos dificuldades em encontrar selos interessados em lançar um álbum logo de cara, decidimos fazer aquela Demo. Em “Vol.1 Goat” pusemos duas músicas que estariam no álbum e gravamos um cover (“Relentless” do Pentagram). O material acabou chamando a atenção do Gil da Cianeto Discos e esse contato rendeu nosso primeiro lançamento (fora as 66 cópias que havíamos feito por conta própria e esgotaram rapidamente através de trocas e vendas realizadas no Recife e estados vizinhos). A Demo saiu em Pro CD-R nacional pela Cianeto e pouco tempo depois em Pro Tape pelo selo irlandês Sarlacc Records (do lendário Máirtin “Fart” Cormaic). Essa Demo foi importantíssima como ponto de partida para divulgação da nossa música e futuras propostas para outros lançamentos. Tanto o CD quanto a tape são bem difíceis de encontrar atualmente.
Metal Reunion Zine – “Ride With the Devil” traz dois covers, sendo que “Cromwell” havia sido lançada no single “Ironsides” de 2014. Já “Living Backwards”, do Saint Vitus, veio exclusivamente para o primeiro álbum. Havia a necessidade de colocar tais versões nesse lançamento?
T. Witchlover –
 Na verdade não. Os covers foram incluídos a pedido dos selos para figurarem como material bônus. A versão nacional traz os covers de “Cromwell” e “Living Backwards”, já a versão importada traz estes e mais “Relentless”, que havia saído na Demo. Os covers do Reverend Bizarre e Saint Vitus foram gravados em 2013 durante as sessões que renderiam o material utilizado no split com a banda alagoana Necro, lançado em CD e LP pelo selo norte-americano Hydro-Phonic Records. A ideia inicial era utilizar essas músicas em um EP, no entanto, após a proposta da Hydro-Phonic, acabamos lançando as músicas no split. Os covers foram fruto de horas extra que tivemos no estúdio, por isso ficaram “guardados”. “Cromwell” acabou sendo liberada, junto com uma das faixas autorais do split, no single digital “Ironsides”; um material lançado em nosso bandcamp como uma homenagem a uma das bandas mais importantes em nossas vidas miseráveis: Reverend Bizarre!
Metal Reunion Zine – A parte lírica é baseada em ocultismo, satanismo, drogas... Mas qual forma vocês utilizam para criar tal parte lírica?
T. Witchlover – 
No que tange ao “Oculto”, parte das letras estão associadas às minhas visões espirituais pessoais, porém grande parte advém, também, da literatura/cinema de Horror, fatos históricos ligados ao imaginário cristão medieval e ao processo de demonização de pessoas e entidades ocorrido em séculos pretéritos (como os fenômenos de “witchfind”, “witch panic”, “witch trials”, etc.). Já as letras que versam sobre drogas (alucinógenos, sedativos, estimulantes, etc.) partem de experiências pessoais e servem como um lembrete da sua importância em diversos momentos, inclusive durante os processos de composição artística. A criação das letras, stricto sensu, geralmente envolve alguns minutos ou algumas horas tomando umas cervejas e rabiscando num bloco de notas amarrotado ou mesmo no computador. As inspirações podem surgir a qualquer momento, dos mais centrados aos mais triviais.
Metal Reunion Zine – A arte da capa é uma adaptação de “Inferno” do artista Johannes Sadeler, mas com algo psicodélico em volta da gravura, com o desenho formando, se olhando com atenção, o nome Witching Altar. Lançar um disco que sequer tem o nome da banda “na cara” não foi um grande risco?
T. Witchlover –
 Todo o layout do CD, desde a capa, passando pelas gravuras
que compõem o encarte, até alguns trechos de obras utilizados aqui e ali, serve a um propósito conceitual/estético bem definido. Nenhuma dessas artes foi selecionada aleatoriamente, existe um respeitoso tributo ao trabalho genial dos “engravers” europeus que ali figuram, tudo em consonância com a temática do disco. Em relação ao logotipo, a proposta é exatamente essa: não possuir um logotipo único ou definitivo. Se você perceber, todos os lançamentos do Witching Altar até o presente momento apresentam logos diferentes. Particularmente não vejo isso como algo “arriscado”. As pessoas deveriam se ater à música e ao conceito da obra como um todo, não apenas a elementos gráficos isolados. Sendo assim, é muito provável que os próximos lançamentos também tragam logotipos diferentes, ou até mesmo logotipo nenhum.
Metal Reunion Zine – Em estúdio vocês receberam o auxílio de alguns músicos, na bateria, percussão e teclados. Vocês não cogitaram de oficializar esses músicos no Witching Altar e seguir como uma banda, fazendo shows?
T. Witchlover – 
Como nenhum de nós toca bateria ou teclado direito, a ideia desde o início era convidar músicos conhecidos para quebrar o galho em estúdio. Já trabalhamos com André Lira, Ricardo Necrogod (Hate Embrace) e Erick MadDög. Nos teclados tivemos a honra de receber apoio de grandes músicos como Ed Staudinger e André Sette (Anjo Gabriel). Apesar de em todas as ocasiões o trabalho em estúdio ter sido extremamente proveitoso com essa galera, pensar em formar um ‘line up’ com eles seria um pouco complicado. Primeiramente porque nós trabalhamos muito melhor como uma dupla, envolver outras pessoas significa envolver outros pensamentos, opiniões, correrias, dificuldades, etc. Fora isso, todos os músicos citados já estão bastante ocupados com seus próprios projetos e bandas. Caso ainda vivêssemos na mesma cidade, seria possível reunir um grupo para nos apoiar em shows ao vivo, infelizmente essa não é mais nossa realidade. Até chegamos a tentar isso a distância, mas acabou não dando certo. De qualquer modo, não desconsideramos a possibilidade de um dia montar um ‘line up’ que nos permita tocar ao vivo, depende apenas da ocasião.
Metal Reunion Zine – Após o álbum de estreia, vocês não perderam tempo e lançaram um EP, que na verdade foi lançado apenas digitalmente e, em seguida, o selo americano Hydro-Phonic Records fez a proposta que esse material fosse lançado num Split ao lado da Necro, tanto em CD como em vinil. Como surgiu o contato com esse selo americano? Vocês não cogitaram em fazer o lançamento apenas do Witching Altar? Apenas o EP?
 
T. Witchlover – 
A ideia original seria lançar aquelas quatro faixas em um EP exclusivo intitulado “The Monolith”, no entanto, pouco após termos finalizado a masterização desse material, rolou o convite da Hydro-Phonic. A ideia de lançar um split com o Necro já era antiga, desde nossos primeiros contatos com Pedrinho Salvador, logo no início do Witching Altar. A Hydro-Phonic foi responsável por lançar os três primeiros registros do Necronomicon (agora Necro), por isso Pedrinho já tinha uma relação com Travis (dono do selo). Ele acabou me pondo em contato com Travis, que após algumas conversas e audições sugeriu que lançássemos as músicas num split LP com o Necro. Não pudemos recusar a oferta, que na verdade acabou realizando duas vontades nossas: o split com os camaradas alagoanos e o nosso primeiro lançamento em vinil.

Metal Reunion Zine – Atualmente, a Witching Altar vem trabalhando em algo para lançamento em breve?
T. Witchlover – 
Planejamos compor e gravar o segundo full-length (provisoriamente intitulado “The Congregation Bizarre”) durante esse ano. Ainda não iniciamos os processos, mas prevejo que não demore muito. Espero que tudo possa ocorrer conforme o esperado.

Site: www.facebook.com/thewitchingaltar
E-mail: pecattorium@hotmail.com

Entrevista por Valterlir Mendes
Fotos: Divulgação

MERCY KILLING anos de resistência pelo Metal! Entrevista



Facilidade é uma palavra desconhecida no meio Underground e quando uma banda faz parte de tal cenário no Nordeste do Brasil, essa palavra praticamente inexiste. Mesmo assim, ao decorrer dos anos (até décadas), muitas bandas persistem na luta para mostrar a sua música. O Mercy Killing, surgido na capital baiana, é um bom exemplo de perseverança. Surgiu há quase três décadas e após anos lançando algumas Demos finalmente soltou seu disco de estreia, “Euthanasia”, que vem sendo divulgado desde 2015. A banda agora fixou residência em Curitiba/PR e tem em sua formação Alexandre “Texa” (guitarra), Tatiane Klingel (vocal), Tiago Gaiger (bateria) e o fundador Leonardo Barzi (baixo), esse que nos fala um pouco mais sobre a história da banda, lançamentos, disco de estreia e atual fase.
Metal Reunion Zine – O Mercy Killing surgiu em Salvador, em 1988, chegou a lançar seis Demos e apareceu em algumas coletâneas antes de seu álbum de estreia. Como foi o início da banda e as gravações dessas Demos?
Leonardo Barzi –
 Começamos em uma época que já existiam recursos, mas não sabíamos onde consegui-los e nem tínhamos dinheiro para isso, então era mais difícil. Ensaiávamos em lugares emprestados (quartos ou garagem de amigos, por exemplo) e quando pintava uma grana utilizávamos estúdios (que eram caros - lembre-se que começamos em Salvador e esse tipo de recurso eram para bandas de axé - e só alugavam períodos de três horas) que conheciam muito pouco do som que tirávamos. Nossa primeira Demo, “Tales...”, foi gravada ao vivo e direto na mesa, sem nenhum tipo de produção, e fomos melhorando a qualidade até chegar em “Living in my Madness” (1995), gravada em 24 canais com uma excelente produção, a minha preferida da época. Claro que nem tudo era assim, as 500 cópias distribuídas da Demo em cassete foram feitas uma a uma, à mão, desde a cópia no tape deck, com corte do excedente da fita até a colagem da etiqueta. Duas Demos em Salvador, a “Toxic Death”, de 1993, e a “Under the Acid Rain”, de 1996, eram para ser lançadas oficialmente, mas isso nunca aconteceu. Em 2002 gravamos uma Demo em estúdio e uma ao vivo, mas como não estava satisfeito com minha voz só lançamos a primeira no ano seguinte, com uma tiragem pequena em CD-R. Somente em 2013, com o início da pré-produção do que viria a ser o álbum “Euthanasia”, que resolvemos mostrar o trabalho com a nova formação na Demo “The Thrasher!”.


Facilidade é uma palavra desconhecida no meio Underground e quando uma banda faz parte de tal cenário no Nordeste do Brasil, essa palavra praticamente inexiste. Mesmo assim, ao decorrer dos anos (até décadas), muitas bandas persistem na luta para mostrar a sua música. O Mercy Killing, surgido na capital baiana, é um bom exemplo de perseverança. Surgiu há quase três décadas e após anos lançando algumas Demos finalmente soltou seu disco de estreia, “Euthanasia”, que vem sendo divulgado desde 2015. A banda agora fixou residência em Curitiba/PR e tem em sua formação Alexandre “Texa” (guitarra), Tatiane Klingel (vocal), Tiago Gaiger (bateria) e o fundador Leonardo Barzi (baixo), esse que nos fala um pouco mais sobre a história da banda, lançamentos, disco de estreia e atual fase.
Metal Reunion Zine – Apesar do grande número de Demos lançadas e parecer uma banda atuante no meio Underground, o grupo chegou a parar suas atividades por um período. Qual foi o período que a banda passou inativa e o qual foi o principal motivo para que isso ocorresse?
Leonardo – Alguns meses de 1998, quando houve um racha por questões musicais; entre 2000 e 2002, quando mudei para Curitiba e deixei os outros músicos com a banda, mas não deu certo; e entre 2008 e 2012, quando desisti de tapar buraco como vocalista e resolvi procurar alguém definitivo.Metal Reunion Zine – Qual foi o principal aprendizado da banda com o lançamento de cada Demo?
Leonardo – 
Gravar sempre é uma aventura - existem Demos sem finalizar perdidas por aí justamente por essa questão - mas a principal é avaliar a qualidade das composições e mostrar que a banda está viva. No nosso caso, com longos períodos de inatividade, servem também para levantar a moral e criar novamente a relação familiar entre os integrantes.
Metal Reunion Zine – Apesar de ter surgido em Salvador, o Mercy Killing atualmente está radicado em Curitiba/PR. Qual foi o motivo que fez com que a banda saísse de Salvador? Qual a receptividade do público paranaense para com o grupo?
Leonardo –
 Mudei por questões profissionais e, como citei anteriormente, deixei a banda pronta para continuar sem mim em Salvador, o que não deu certo. A transição foi normal e mesmo nos primeiros anos a banda foi acolhida pelo público e pelas bandas de Curitiba, lembrando que estamos ativos há mais tempo aqui que em Salvador.
Metal Reunion Zine – O primeiro álbum foi lançado em 2015, de forma independente, tanto no formato digital como em CD. No mesmo ano foi lançado o disco na versão LP, pela Neves Records. Era importante para a banda ter o disco sendo lançado no formato Long Play, já que surgiu numa época que esse tipo de mídia reinava?
Leonardo – 
Era quase uma obsessão da banda, tinha que sair em LP e

trabalhamos muito pra isso, pensando inclusive no tempo do repertório para não estourar os limites do vinil, não só por devermos isso aos nossos amigos da velha guarda e a nós mesmos, mas por eu ser colecionados desde aquela época. Só um detalhe importante, a título de correção: o LP é um lançamento independente da banda com apoio dos selos Neves Records e Melômano discos.Metal Reunion Zine – O disco não chega a 40 minutos de duração. Esse tempo de duração foi pensado já levando em conta que vocês fariam o lançamento em vinil ou existiu mais algum outro fator?
Leonardo – 
Sim, mas tem um detalhe a mais: nossa premissa em estúdio é soarmos como se fosse ao vivo, gravando as bases ao vivo e deixando a gravação crua e brutal. Nosso show tem duração máxima de 45 minutos e isso também faz parte do processo.
Metal Reunion Zine – Entre as músicas presentes, algumas datam de 1993, quando o Mercy Killing lançou sua primeira Demo. Isso significa que tais músicas passaram no teste do tempo e eram necessário que tais músicas se fizessem presentes no álbum de estreia?
Leonardo –
 Sim, demos nova abordagem às composições direcionadas a 
duas guitarras, por exemplo, e as mais marcantes daquela época, como “Holocaust” e “Social Disease” (que não saíram no primeiro disco) estão entrando no mesmo processo de re-brutalização (risos). As novas composições seguem essa linha, mas cada uma com sua história. Temos muita coisa velha para ser apresentada com essa abordagem.
Metal Reunion Zine – E qual o sentimento da banda em ver o seu primeiro full lenght sendo lançado quase que três décadas depois de sua formação?
Leonardo – 
O LP, por si só, já é um orgulho danado, mas tudo isso tem um valor inestimável. É fato que nunca largamos nossos empregos, nossas vidas pessoais (mesmo nos anos 80 não tínhamos essa visão de viver de música) e tivemos algumas decepções mesmo nesse nível (o primeiro disco deveria ter saído em 1993, mas o dono do selo que nos fez o convite faleceu, por exemplo) e acabamos com aquele status de ‘cult’ que é legal para contar para os netos, mas não vale um documentário. No meio disso tudo eu - e agora meus irmãos da banda - lamentávamos não poder tocar, que é o que nos faz continuar essa loucura.
Metal Reunion Zine – A banda chegou a fazer uma campanha para arrecadar fundos para o lançamento do ‘debut’, tanto na versão em CD como em vinil. Como vocês analisam a importância dessa campanha para o lançamento do álbum?
Leonardo –
 Se você não tem dinheiro, mas tem pessoas que confiam no seu trabalho uma campanha de financiamento coletivo consegue corrigir essa falha. Tenho alguns emails de selos que negaram o lançamento do “Euthanasia” da forma convencional, talvez por sermos velhos ou não termos um apelo visual que resgata os anos 80 ou seja lá que bosta for, mas tenho propostas de alguns desses mesmos caras de lançar discos por carta, dos anos 80. No final das contas o álbum saiu daquele jeito “DIY” que a banda sempre fez.
Metal Reunion Zine – A gravação deixou as linhas de baixo bem nítidas, por vezes ditando o ritmo de algumas músicas e não só acompanhando a bateria. Isso foi proposital?
Leonardo –
 Sim, totalmente proposital, pois queríamos suprir a falta da segunda guitarra e queríamos soar um pouco como as bandas europeias de Hardcore, como Anti Cimex e Extreme Noise Terror, por exemplo.
Metal Reunion Zine – Apesar de contar com uma mulher nos vocais, Tatiane Klingel, as músicas não perderam nada no quesito agressividade. Para falar a verdade, achei as músicas numa agressividade insana, apesar de alguns andamentos mais cadenciados, como o estilo pede. Tati já havia feito vocais em outra banda?
 
Leonardo – 
Tati vem de uma escola voltada para o Death Metal, tendo tocado em algumas bandas do estilo e ficou conhecida por cantar em um tributo ao Arch Enemy. Mas foi indicada apenas por sua qualidade e tivemos um trabalho minucioso de adequá-la ao som da banda, para soar exatamente como você disse.
Metal Reunion Zine – O estilo da banda é Thrash Metal, com algumas músicas vindo numa maior velocidade, nitidamente influenciadas pelo Hardcore. Esse Crossover sempre existiu no som da banda. Fazer um som rápido, ‘cru’, direto é uma necessidade de se manter fiel às próprias raízes do Mercy Killing?
Leonardo – 
Também existe essa expectativa por parte dos nossos amigos, mas, sinceramente, esse é o som que gostamos de tocar. Primeiro as nossas músicas nos agradam, fazem nossos braços arrepiarem. Se não for assim, como esperaríamos reações dessas de outras pessoas?
Metal Reunion Zine – Não é mais novidade que muitas bandas que cantam em inglês, no Brasil, vez ou outra inserem em seus lançamentos alguma música em nosso idioma. Sei que “R.I.S. (Retrato Imundo da Sociedade)” é uma música antiga. Mas o motivo de inserir essa música no ‘debut’ foi apenas esse, de ser uma música mais antiga da banda?
Leonardo –
 Na verdade ela nos fez compor de volta em Português. Ela é o nosso elo mais puro entre o Hardcore e o Metal, e sempre nos agradou, e agora temos mais algumas letras na nossa língua mãe.

Metal Reunion Zine – O ‘track list’ informa que são 15 faixas, porém existe uma última música, a 16ª. Que música é essa?
Leonardo –
 Todo o álbum tem referências e citações ‘secretas’ e achamos legal colocar nossa faixa mais curta, “Life”, como bônus, inclusive no próprio LP. Se você olhar com atenção a bolacha e a capa do disco achará algumas referências interessantes, quem sabe isso traga aquele prazer de ouvir o disco e fuçar a capa e o encarte para buscar informações?
Metal Reunion Zine – Agora com a banda radicada em outro Estado, quais são as principais metas para este ano?
Leonardo –
 Estamos reformulando a formação agora, voltando a compor e 
já começamos a pré do segundo álbum. Já existem convites para shows no Sul e Sudeste e queremos muito tocar em Pernambuco, quem sabe? Então podem esperar por novidades em breve! Gostaria de agradecer a oportunidade em nome da Mercy Killing, é uma honra ser entrevistado pelo Recife Metal Law!

Site: www.facebook.com/mercykillingBR

Entrevista por Valterlir Mendes
Fotos: Melissa Giowanella, Lyrian Oliveira

Maniacs Metal Meeting: GORGOROTH confirmado no cast do festival


A produção do festival Maniacs Metal Meeting 2017 anunciou em sua pagina oficial no Facebook, que a banda de Black Metal norueguesa GORGOROTH esta confirmada no cast do festival.

A GORGOROTH é amplamente conhecida pelos fãs de Metal Extremo e dispensa apresentações. A banda está em turnê pela América Latina onde irá profanar os solos do Chile, Argentina, Colômbia, Peru, Bolívia, Guatemala,
El Salvador e Brasil, no palco do Maniacs Metal Meeting!

Fundada em 1992, a banda conta com uma rica discografia. O trabalho mais recente da GORGOROTH é “Instinctus Bestialis”, lançado em 2015.

O evento será realizado entre os dias 08 e 10 de Dezembro, na Fazenda Evaristo, em Rio Negrinho/SC, cidade próxima a Curitiba, Joinville, Jaraguá do Sul, Pomerode, Balneário Camboriú, Blumenau, Itajaí, entre outras. Serão três dias do mais puro metal com muito entretenimento e natureza exuberante!

A Fazenda Evaristo é totalmente adaptada e com infraestrutura completa para receber grandes eventos com sistema de água, luz e esgoto, chalés, ampla área de camping com bosque, lagos, quadra poliesportiva, salão de jogos, comidas diversificadas, forte esquema de segurança, wi-fi zone, estacionamento e muito mais. O ponto positivo é que o espaço é de fácil acesso pelas rodovias BR 280, SC 280 e SC 422.

Serviço: Maniacs Metal Meeting
Data: de 08 a 10 de Dezembro de 2017
Local: Fazenda Evaristo – fazendaevaristo.com.br
End: Rua Afonso Koehler, s/n – Rio dos Bugres, Rio Negrinho – SC, 89295-000
Telefone: (47) 3646-3170
Ingressos online: shop.maniacsmm.com

1° LOTE DISPONÍVEL:
- R$ 200,00 - Passaporte Meia Entrada
- R$ 210,00 - Passaporte Promocional*
- R$ 400,00 - Passaporte Inteira

*Promocional válido somente mediante entrega de 1kg de ração para cão ou gato.

Compras apenas online: http://shop.maniacsmm.com
- Sem taxa de serviço;
- Formas de pagamento: Débito online, boleto bancário e cartão de crédito em até 12x;
- Camping Incluso;
- O passaporte dá direito aos 3 dias do festival. Não haverá venda para dias avulsos.

Links Relacionados

Fonte
http://www.sepulchralvoicefanzine.com/2017/09/maniacs-metal-meeting-gorgoroth.html

EXTREME NOISE TERROR no Rio de Janeiro! Data:02/11/2017

No dia 02 de Novembro de 2017 no Rio de Janeiro/RJ
Local: Teatro Odisséia - AV. Mem de Sá,66 Lapa
A Partir das 20 HS com Abertura das Bandas
MANGER CADAVRE?, UZÔMI & TEST
Fonte
http://www.sepulchralvoicefanzine.com/2017/09/extreme-noise-terror-no-rio-de-janeiro.html

Heavy Metal Rock: VULCANO fará show comemorando 34 anos da loja



Após 32 anos do álbum “Live” do VULCANO, gravado em Americana/SP em parceria com a Heavy Metal Rock, a banda ira se reunir novamente para comemorar 35 anos de atividades e 34 anos da loja.

A Abertura fica por conta das bandas Pop Javali (Heavy Metal – Americana) e Circle of Infinity (Thrash metal – Limeira)

ENTRADA
R$ 20,00 1º lote
Ingressos à venda na Heavy Metal Rock
_________________________________________
Para mais informações:
email: info@hmrock.com.br
WhatsApp: (19) 99481-8669
Fone: (19) 3461-8664
Fonte
http://www.sepulchralvoicefanzine.com/2017/09/heavy-metal-rock-vulcano-fara-show.html

OUTSIDERS - Under The Sign of Atomic Mark - Divulgação

Link
https://www.youtube.com/watch?v=tKY_Esz15bs&feature=share


Fonte
Pesquisa Music Reunion

Suffocation of Soul: Banda revela capa e Tracklist do EP “MACABRE SENTENCE"

Confira abaixo a nota publicada na página da banda:


"Apresentamos a capa e o Tracklist de “ MACABRE SENTENCE ’’ o novo trabalho do Suffocation of Soul.
“ MACABRE SENTENCE ’’ é um EP com seis faixas, e tem previsão de lançamento para novembro de 2017, em CD, e formato digital em plataformas de Streaming. Estamos abertos a parcerias com selos Brasileiros para este lançamento. Interessados entrar em contato pelo E-mail suffocation_of_soul@yahoo.com.br

CAPA po Fernando JFL Giotefeli Anti Arte


MIXADO Por : Hugo Golon

:TRACKLIST
1 – Crimes Behind The Influence
2 – Lifeinvader
3 – We Live In Pandemonium
4 – The Perpetual Lie
5 – Dead Paradise
6 – Ímpios ( Instrumental )"

Fonte
Pesquisa Music Reunion

GUARU METAL FEST - HEAVY DAY - DATA: 23/09/2017 - ANTIGA PHILIPS GUARULHOS - GUARULHOS/SP



Atrações: 
Anvil, Tysondog, Dominus Praelii, 
Virus, Anthares, 
Em Ruínas, Yuri Fulone, 
Metaltex, Arauto do Caos, Warsickness. 


Quando: 23/09/2017
Horário: 16:00
Onde: Internacional Eventos
Endereço: Rodovia Presidente Dutra - KM 225 - Guarulhos/SP
Censura: 16 anos

Ingressos – valores:
R$ 120,00 (Primeiro lote) - Vendas de 06/05 a 30/06.
R$ 150,00 (Segundo lote ) - Vendas de 01/07 a 31/08.
R$ 180,00 (Portaria)

Vendas na internet: 

Vendas em:
Guarulhos: Cla Rock Wear - Avenida Monteiro Lobato, 84 - Centro
São Paulo: Mutilation Records (Galeria do Rock)

Informações:

Fonte:
Infomidia Express

Ataque Underground Web Radio #2 - Dark Doom Metal

Link
https://www.youtube.com/watch?v=n8EdA_ymcDQ&feature=share


Fonte
Pesquisa Music Reunion

RESSACA UNDERGROUND METAL FEST - DATA: 07/10/2017

No dia 07 de Outubro de 2017 em Fortaleza/CE
Local: Underground Estúdio & Bar - Rua Ribeiro da Silva,529 Monte Castelo
A Partir das 18 HS com as Bandas
AGRESSIVE, BERSERK & RUIM
Fonte
http://www.sepulchralvoicefanzine.com/2017/09/ressaca-underground-metal-fest.html